segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ecologicamente correcto

















Claro que preservar o meio ambiente é dever de todo e qualquer cidadão. No entanto pululam por aí uns 'ambientalóides' que acham que este país há-de, a todo o custo e a qualquer preço, tornar-se todo verde. É a ecologia para cima, a ecologia para baixo e até para os lados. É o CO2 e o escape do carro, são as outras emissões com efeito de estufa e que tão caras nos ficaram e, afinal, agora chega-se à bonita conclusão de que de nada valeu pagar para ter mais quotas (ou cotas?) de emissão. É  a cegonha e o seu habitat que, de tantas ou tão poucas estão a dar cabo da outra fauna, flora e da vida de algumas pessoas, enfim, é o habitual descomando tipicamente português do oito ou oitenta. Fica patente aos olhos do mais comum dos mortais que, à custa de tanta verdura mentirosa, quem paga é o mexilhão. Ou porque lhe retiram direitos de passagem, que não sejam pedestres, ou porque simplesmente lhes baniram prazeres seculares de visitarem santuários, esses sim, onde sempre floresceu vida vegetal e animal, onde homem e natureza sempre coabitaram harmoniosamente e daí nunca veio mal nenhum ao mundo. E não andavam a pé! Mas não. Está na moda. O importante é caminhar, caminhar, observar, reter, suar, captar som, alcançar o nirvana. O clímax. São orgasmos a mais para tanto desejo de verde. Na vida, tudo tem um peso e uma medida. Pois muito bem. Antigamente era o contrário. A ecologia fazia-se com o trabalho dos que amavam as terras que cultivavam, o respeito que guardavam pelos outros seres que as habitavam e, sem excessos falaciosos como agora, tudo se articulava em perfeita comunhão. Se havia, e há, os que poluem, que maltratam a mãe-natura, então peçam-lhes contas. A eles sim mas nunca aos que, por amor próprio à terra que os viu nascer,  se vêm como que escorraçados do bocado que sempre gostaram de pisar e cheirar. Época vil para os puros e para os que não andam a pé. Os que mandam devem apreender que entre duas barulheiras, ou uma inócua poluição, há sempre um silêncio de que se tem necessidade. E esse silêncio soube a populaça respeitar por séculos e séculos. O que me parece é que nos dias de hoje e fruto de tanto marketing ecologicamente duvidoso, até as ovelhas, cabras, pássaros, rãs, sapos e demais animais de estimação, se juntam por forma a que tanta consciência ambiental não os arrase de vez. Se calhar para ajudar à festa, isto não é tudo uma festa?, melhor seria fazer como um país que eu cá sei que mandou pintar um rio de verde. Reparem na imagem que vos deixo e avaliem qual dos dois é mais bonito.
A ideia da Natureza é a ideia de um poder e de uma arte divinos inexprimíveis, sem comparação ou medida com o poder e a indústria do homem mau. Então cobrem aos maus e deixem divagar os bons. 

Mário Rui

O Eldorado espanhol ...













Tetras e letras.
É o que os espanhóis mais fazem. Espanha não é o Uganda... Parece-se mais com Portugal.

Desde que foi obrigado a recorrer à ajuda europeia, Mariano Rajoy tem tentado vender aos espanhóis e ao mundo a ideia de que os milhões de euros que vão recapitalizar os bancos de Espanha não devem ser vistos como um resgate igual ao de outros países. “O caso espanhol é diferente”, afirma o primeiro-ministro, que insiste em falar de uma “linha de crédito”. Conversa mole. No entanto, esta estratégia verbal de “contenção de danos” é desmentida por vários responsáveis europeus que afirmam que o resgate à Espanha está, como os outros, dependente do ajustamento financeiro e do cumprimento do pacto de estabilidade pelo Governo de Madrid. O Governo espanhol preferiu recorrer a instituições internacionais, como o FMI, para saber o estado da sua banca e depois congratular-se na praça pública que os homens de negro não entram em Espanha. Pois não.  Já lá estão! Bastará, para constatar isso, ler no El País o link que reporta com destaque as declarações hoje proferidas pelo Ministro das Finanças alemão à emissora Deutschlandfunk sobre a existência de um controlo idêntico ao dos outros países intervencionados: “Haverá uma ‘troika’. Encarregada de controlar com precisão que o programa se cumpre”.

Mário Rui