quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ser realista implica também reconhecer o inexplicável


(clicar na imagem para aumentar)


Com efeito, alguns factos do nosso dia-a-dia impõem-se à razão, se calhar devido à sua própria natureza. Cada um interpretará o sucedido do modo que lhe aprouver. Em todo o caso, o mínimo que se pode dizer é que ser realista implica também reconhecer o inexplicável. Repare-se na devastação em torno da imagem de Nossa Senhora, deixada pelo furacão Sandy, em Breezy Point - Queens - New York City, e na preservação da imagem religiosa. Como se nada tivesse acontecido. Notável!

Mário Rui 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Constitucionalismos





















Opinião Soares: Alterar a Constituição “daria uma guerra civil”
O antigo Presidente da República Mário Soares, ver aqui,considera que “o povo português jamais permitiria” mudar a Constituição para lhe tirar o “espírito progressista que tem desde que foi votada, pela primeira vez”. O histórico socialista diz mesmo que se o actual Presidente Cavaco Silva, que jurou a Constituição, tendo de a manter como tal, aceitasse o contrário, provocaria uma “guerra civil”.

É capaz disso, é! São estas opiniões que me deixam atónito, descrente da nossa triste política caseira, com falta de compreensão e muita perturbação, já agora para acabar tudo em ’… ão’ e para não terminar em escrita com mais pureza . Mudar a Constituição para lhe apagar “o espírito progressita” é blasfémia. Usurpar dinheiro aos contribuintes, taxar miseravelmente o rendimento de quem trabalha, despedir indiscriminadamente, roubar o Estado, dar dinheiro a fundações que não concorrem para resultado nenhum, pagar as dívidas de bancos privados, tudo isto pode ser feito. Embora a intocável Constituição progressista, seja lá isso o que for, também diga que é inconstitucional. Mas isso não conta para nada! E depois também convinha dizer ao Sr. Soares que o povo, essa tal mole humana que lhe é tão querida, ainda não foi ouvido de modo a saber-se se estará ou não de acordo em mudar algum do articulado constitucional. Mas que mania que o senhor tem de falar em nome de quem não lhe passa atestado para tal.

Que preocupação com a Constituição o senhor manifesta. Mas será que já não fizeram dela letra morta? Então mas não a mudam todos os dias para o que interessa a alguns poucos? E isso deu alguma guerra civil? Não? Pois devia ter dado. Para acabar com muitos progressitas que mais não fazem senão desrespeitar um povo e uma nação. Bem, mas uma guerra civil, também não. Como a guerra foi em todos os tempos a causa principal da transformação das famílias em tribos, das tribos em nações e das nações em coligações, então o melhor seria só uma escaramuça. Que acabasse de vez com a vaidade humana que por aí se passeia. Impunemente!

Mário Rui

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Como mudam os tempos.

 Embora assinalem a data de 29 de Outubro de 2012, estas não são as capas dos jornais diários de hoje. Era suposto que fossem, mas não. As verdadeiras 'primeiras páginas' retratam um anúncio de um banco que diz:  ''colocamos a nossa solidez e experiência ao serviço da economia portuguesa''. Está visto que se trata de publicidade. Por definição, a publicidade é o acto ou o efeito de dar a conhecer um produto ou um conjunto de produtos, incitando ao seu consumo. Pode ser entendida como a arte de convencer, persuadir e seduzir. É um processo comunicativo que difunde informação através de diferentes meios, tais como a televisão, a rádio, a internet, e a imprensa escrita (jornais e revistas). Até aqui, tudo bem. Mesmo nos jornais, eu até a entendo, porém lá para as páginas do meio e nunca de modo tão 'escarrapachado' e quase a ferir, a molestar, a sensibilidade de quem, como eu, compra jornais para ler notícias e não quer os bancos como notícias. Já chega! Até pode ficar a ideia de que apenas o efémero interessa a certa imprensa. E a nossa imprensa e os nossos jornalistas valem mais que um anúncio. Que a primeira página seja sempre deles e não de outros. E qual a razão substantiva para a existência da primeira página de um jornal? Pois bem, reparem;
 - o nome, a data, o local e o preço do jornal;
-a manchete do jornal - principal título da primeira página do jornal. Ocupa o lugar mais destacado da página mais importante e, por essa via, reflecte a notícia que o jornal escolheu como sendo a que mais impacto tem nessa edição. A primeira página pode ter uma ou mais manchetesSerá que tudo isto virou mentira? Vale mais uma mensagem escrita ou audiovisual que promova determinado produto ou serviço em lugar da pena de quem escreve notícias? Como mudam os tempos...  

Mário Rui

Outro dia, outra crise

















Estou em crer que, ao invés de alinhar com a praça pública e chamar-lhe de politicamente incompetente, embora o seja,  o que devo dizer é que Passos Coelho não joga com o baralho todo. Em primeiro lugar a gestão da comunicação, que deve ser sempre feita com toda a transparência, não existe. Como não existe também qualquer estratégia que ponha em sintonia verbal os vários actores do governo. De um modo geral, todos eles, negam hoje o que ontem disseram. Foi assim com o regresso aos mercados, “marcado” por Gaspar para 23 de Setembro de 2013, agora considerado “um processo” e não “um momento”. Mais tarde, e ainda que de outra natureza, agora de personalidade dissociada e de ruptura de contacto com o mundo exterior, veio a metáfora do “maratonista”, de novo de Vítor Gaspar, ao “carro em segunda mão”, de Passos Coelho, passando pelas “rações de combate” de Aguiar Branco. É um saco cheio de aleivosias que só pode corresponder a mentes estruturalmente desequilibradas. De resto, os discursos de Passos e Gaspar nas recentes  jornadas parlamentares dos partidos da coligação, mais pareceram dirigidos a ineptos. Confrangedor que assim seja. A última atoarda vinda do chefe do governo é a da “espécie de refundação” do memorando assinado com a troika. Ora aí está a terminologia certa para um futuro incerto. Já o era antes mas, a cada dia que passa, revela-se mais frágil. Já sabíamos, dito por cabeças que pensam e pelas que pagam a crise, eu e os outros como eu, que o dito memorando não era exequível. Mas este governo só agora deu por isso. É caso para perguntar se andaram a enganar-nos, mais uma vez, todo este tempo. Só agora dão a mão à palmatória sendo que, neste caso, nem o “mais vale tarde que nunca” já funciona. Não estou admirado com este modo de fazer política. Também foi assim com o prolongamento do prazo de ajustamento para mais um ano, sempre negado mas afinal  pedido pelo governo e negociado às escondidas do Parlamento e dos cidadãos. O mesmo se passou com o recente “regresso ao mercado de obrigações “, com o ministro Gaspar a recusar dizer aos deputados quem foram os compradores. Tudo nas “trevas”, tudo no “silêncio dos inocentes”. Assim não vale a pena votar!
Mas voltando então à “refundação”, convém dizer que o verbo refundar significa, tão-só, tornar mais fundo, profundar, afundar. Em política, pode ser visto e interpretado de dois modos diferentes. Por mim, julgo que a melhor maneira de levar à letra esta nova invenção governativa, não valerá mais que tomá-la como simples operação de cosmética, para extorquir mais dinheiro aos rendimentos do trabalho de uma classe média já de si empobrecida, miserável. Ao mesmo tempo, aproveita o governo para tentar pescar em ‘águas turvas’ um pequeno apoio do partido socialista. Aqui a coisa vai ter de ser mesmo funda, ou profunda, já que os socialistas não parecem nada interessados em dar a mão a alguém que os tem simplesmente enxotado. Realmente ninguém gosta de ser marginalizado, pior, enganado por embusteiros que depois vêm clamar solidariedade. Pois as pessoas acreditam na verdade naquilo que, visivelmente, é crido com decência e sobretudo transparência. Ora, nem uma nem outra  têm sido práticas deste governo. Depois admirem-se da falta de companheirismo.

Mário Rui

sábado, 27 de outubro de 2012

PPP's em Portugal

























A entrevista de Mariana Abrantes de Sousa ao jornal i, deve ser lida. São duas páginas em que a mesma fala das PPP´s e do controlo que o Estado não fez, a nível político, a fim de evitar prejuízos de milhões e milhões.

"... havia crédito. havia megalomania e a factura era para pagar depois." O jornal pergunta-lhe como foi possível não parar a tempo e a explicação é muito razoável e plausível: " Quando há determinação política de que é para ir para a frente, quem é que vai dizer que não?"

E tudo isto aconteceu na presença e com a anuência de nós próprios. Não quero fazer moral, mas se político houve que conseguiu tirar às melhores coisas todo o prestígio e todo o valor, então não posso estar mais de acordo com aqueles que, hoje, finalmente, guardam os seus melhores sentimentos para protestarem nas ruas. Os possuidores deste tesouro, tornam-se, felizmente, cada vez mais sensíveis às subtilezas do sofrimento . Um sofrimento que prevalece, razão pela qual apetece dizer; que essa vaga de protesto se aproxime com avidez.

Mário Rui

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sonhos























Mário Rui

La Historia me absolverá







































Em sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade. É uma definição que pressupõe um objectivo comum ou seja a conjugação de esforços que conduzam a fins que a quase todos satisfaçam sendo que, na prática, não se tornando possível a todos agradar assim tão simplesmente, se opte por lançar-se mão de outras formas e modelos de organização tendentes a mitigar diferenças de pensamento e acção. De resto esta é a forma mais usual a que se recorre de modo a que se atenuem convicções por vezes irreconciliáveis. Pelo menos em sociedades humanamente evoluídas.

Dito isto, já todos percebemos que afinal é também nesta diversidade que as sociedades assentam o seu edifício. E quando a divergência se manifesta, há sempre meios para a discutir e para lhe dar o melhor encaminhamento. É evidente que a rota a seguir deixa pelo caminho vencedores e perdedores. Em todo o caso, em sociedades justas, os mecanismos organizacionais que levam à constituição de comunidades mais ou menos avançadas, ainda não conseguiram dar solução mais satisfatória para esbater as referidas diferenças que não recorrendo a regimes ditos democráticos.

Assim sendo, a democracia acaba por se traduzir em regime caracterizado pela participação popular e o modo pelo qual essa participação se dá, permite estabelecer dois tipos de democracia, ao mesmo tempo divergentes e complementares; a directa, em que todos os indivíduos de uma comunidade manifestam a sua opinião sobre os assuntos concernentes a esse mesmo aglomerado, votando em assembleias ou reuniões colectivas, e a representativa, em que a sociedade elege representantes a quem delega o poder para tomar decisões. Bons ou maus, em função da opinião de cada um per si, estes parecem ser, até hoje, os modelos com melhores resultados para um conjunto grande de indivíduos. Talvez a maioria.

Depois vêm, porque também existem, todos os outros modos de organização colectiva que vão desde a ditadura de muitos sobre poucos, de poucos sobre muitos e de um só sobre todos. Nestes casos, o traço comum reside a todo o momento na vantagem déspota de um só, que não tolera que a sua vontade seja contraditada. Ainda que conceda muitos privilégios aos governados, nem por isso deixa de ser um ditador. Sempre aspira à obediência passiva dos mais fracos. Esta visão de sociedade assim organizada é redutora e sobretudo castradora dos direitos que a todos assistem. Não é melhor que a democracia e é seguramente condenável. Evoquem-se os ditos que quisermos, mas contra factos não há argumentos.

Seguindo este raciocínio, resolvo agora trazer à colação o caso paradigmático de Cuba e de Fidel Castro. Venerado por uns e odiado por outros tantos, ou mais, diz-se agora – talvez dada a aproximação da viagem final – que se tratou de um verdadeiro líder. Sou dos que acham que não será tanto assim. Não consigo conceber - defeito meu - que alguém que pediu para exercer a sua própria defesa para denunciar abertamente, com crueza, e bem, os excessos da sangrenta ditadura de Fulgêncio Batista, tenha ele próprio optado, com a sua subida ao poder, por acertar um pacto entre os seus súbditos: quem concordasse com o regime continuaria em “liberdade”. Quem discordasse – e há muitas maneiras de discordar dele – sofreria as consequências. Do mesmo modo que Cuba ficou conhecida internacionalmente, pelo menos em tese, por dar oportunidades iguais a todos, também ficaram famosos os casos de perseguição, enclausura, morte a dissidentes – sem distinção.

O modo como Fidel governou o país, repito, independemente de todas as benfeitorias que trouxe ao seu povo, não lhe podem conferir o estatuto de verdadeiro estadista. E esta minha convicção é tão válida para ele como para qualquer outro dirigente com iguais princípios. Entendo que num quadro de referências políticas que se preze, não há lugar para quem tem as mãos manchadas de sangue.

Quando alguém proclama, sob diversos disfarces mal alinhavados, o desaparecimento ou a morte como solução final para um problema da democracia, estamos no fim da linha. Nem sequer acredito que alguns chamados "ditadores benevolentes", se é que os há, possam ser vistos como benéficos e a sua liderança vista como um "mal necessário". Isso são tretas!

Fidel Castro, repetindo outros tiranos , disse certa vez que a História iria absolvê-lo. Tenho dúvidas! Defendo a liberdade e repugna-me a tirania. Mas nem por isso os amantes da liberdade podem aceitar que se proclame como um valor aceitável a humilhação e a morte física de um velho ditador. Também não a aceito.


Sir Charles Spencer "Charlie" Chaplin, discursava assim no filme “O Grande Ditador”

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nós extraviámo-nos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criámos a época da velocidade, mas sentimo-nos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos cépticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

Mário Rui

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mamas ao léu

















Rafael Bordalo Pinheiro escreveu há mais de um século sobre a "porca da política em que todos querem mamar". O criador do Zé Povinho dizia então que "é na política que todos mamam. E como não chega para todos, parecem bacorinhos que se empurram para ver o que consegue apanhar uma teta".
A linguagem pode não ser muito elevada, mas retrata na perfeição a decadência de uma época – e mantém-se actual. "A porca da política" sempre alimentou alguns eleitos, enquanto deixa o pobre Zé Povinho a sofrer as agruras da bancarrota.
Hoje de novo, os portugueses sentem na pele e no bolso as consequências de anos a fio de péssima gestão dos dinheiros do Estado. Olhando para a última década, sabe-se que os sacrifícios impostos nunca serviram para nada.
Portugal progrediu muito pouco e a culpa não foi dos portugueses, mas da tal "porca da política". Do pântano de Guterres, passando pela tanga de Durão Barroso, até à ‘geração das mamas ao léu’ de Passos Coelho – tão bem retratada na capa do CM de ontem – continuamos todos a ser vítimas de quem nos desgoverna.

Por: Paulo Pinto Mascarenhas, Jornalista

Mário Rui

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sensualidades



Éramos todos mais novos. Nesse tempo líamos “Helga, o segredo da maternidade”. Foi a primeira obra verdadeiramente honesta sobre um tema profundamente humano e, ao tempo, quase desconhecido. Confundíamos então educação sexual com sexo. Éramos assim! Frutos da árvore que em nós quiseram plantar. De cariz completamente diferente, depois veio 'Emmanuelle' star Sylvia Kristel. Não li, mas vi. Colidiu com numerosos pressupostos morais, com hábitos sociais e com uma ultrapassada "política" de sigilo que se opunha  à disseminação não só dos ensinamentos sensuais como também à divulgação dos mais simples princípios de orientação e de mentalização da minha juventude. De qualidade cénica duvidosa, nem por isso deixou de marcar pontos quanto a alguns ensinamentos e ao abrir da pestana que tanto jeito nos fez. Pela minha parte só me fortaleceu. Era holandesa e resta-me acenar-lhe cordatamente para a última viagem que agora chegou.
 
 
Mário Rui
 
 

Fé e religião

















Quanto à fé que a cada um assiste, não a discuto. Até já vi cépticos que foram convencidos pelos argumentos.  A religião, essa discute-se. Somente os tolos não encontram bons motivos para o fazer.  Ainda assim parece-me que uma e outra acabam sempre de mãos dadas. Afinal na religião, como de resto na política, não há esperança sem fé. Mesmo tratando-se de dimensões opostas. Mas certo, certo, é que o bonito é diminutivo e o belo é aumentativo. Inequivocamente.  

Mário Rui

Candidaturas

























Sendo certo que uma boa causa não teme nenhum juíz, nem mesmo assim fico convencido da candidatura de um cidadão investido de autoridade pública, leia-se administrador da justiça do Estado, a presidente de um clube de futebol, na circunstância o meu Benfica. Quem faz justiça, qual sacerdócio, deve respeitar religiosamente a vontade clara da lei. Para respeitar a lei e para ser respeitado, um juíz não é seguramente um sujeito comum no seu meio social e o que se espera dele é que seja um verdadeiro referencial. Mediatismo, praça pública, ruído social, não serão os modos mais eficazes para levar por diante uma postura que se quer recatada e sóbria de modo a que nunca seja tomada como vulgaridade. O seu a seu dono!
Mário Rui

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dispam-se, por favor.

















Foi assim ontem à noite. Mais uma manif à porta da casa dita da democracia. Será esta uma nova forma de protestar, semi-nua e com visíveis embaraços para a polícia? Não tanto por terem sido ateadas fogueiras, a isso já a autoridade está habituada, mas sobretudo devido a uma nova forma desesperadamente contida, digo eu, da polícia se manter no seu lugar. Nestes propósitos é sempre difícil a qualquer um raciocinar com prudência e tudo o que se pede é que realmente este modo de dizer não à austeridade, não concorra fortemente para a distracção de quem tem por missão guardar o templo. Inteligentemente ou não, esta nova forma de lutar está gradualmente a substituir o ‘cocktail molotov’, as pedras, as tochas e os cartazes. Quem sabe se não será mais eficaz mostrar os seios, e já agora tirem o resto da roupa, uma vez que assim deixarão à roda a cabeça de muitos. E uma cabeça à roda pelos motivos expostos é sempre uma cabeça com devaneios, com cisma. Para além disso, uma tal contemplação policial, só pode dar lugar a uma espécie de dique que alimenta de água a bacia. Ora enquanto o dique enche e não enche, sobra tempo para tal meditação contemplativa e um pensamento colado à rota mental que a ele conduz nunca é uma abstração. É sempre um momento de pausa. Mesmo depois, fica-se sem saber qual das armas será mais produtiva. Se o bastão, se a doce e prolongada carícia. O tempo que dura o devaneio, depois a cisma, o encher da bacia, a meditação, a pausa e finalmente o cacetete ou o afago sensual, nem que seja em pensamento, dá folga mais que suficiente para uma imperturbável manifestação. Dispam-se todas por favor!

Mário Rui

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Crise Caribenha - 1962


















No dia 14 de Outubro de 1962, os Estados Unidos divulgaram fotos, captadas através de um voo secreto sobre Cuba, que apresentavam instalações preparadas para abrigar mísseis nucleares soviéticos. O presidente norte-americano John Kennedy logo comunicou ao mundo o risco existente com a possibilidade de um ataque altamente destrutivo, encarando o facto como um acto de guerra. Do outro lado do Atlântico, o Primeiro Ministro soviético Nikita Kruschev adiantava que a base com os mísseis resultava apenas de uma acção defensiva e serviriam também para impedir um nova invasão dos Estados Unidos a Cuba.
Com a Crise dos Mísseis de Cuba soou o alarme no mundo para uma nova guerra durante treze dias, sendo um dos momentos de maior tensão durante a Guerra Fria. A Crise dos Mísseis de Cuba é conhecida pelos russos como Crise Caribenha e pelos cubanos como Crise de Outubro.
Os dias de tensão fizeram a população americana correr na construção de abrigos pela possibilidade de uma guerra nuclear. A situação era aguda, ambas as potências possuíam armamento nuclear em grande quantidade e a ocorrência de ataques seria capaz de destruir completamente o inimigo e até mesmo a população do planeta.
Após o delicado período de negociações, no dia 28 de outubro, Nikita Kruschev conseguiu secretamente fazer com que os Estados Unidos retirassem os seus mísseis da Turquia, tendo como contrapartida a retirada dos mísseis soviéticos de Cuba. O evento, embora alarmante, foi importante para lembrar ao mundo a capacidade de destruição que as armas nucleares possuem, o que levou no ano seguinte, em 1963, à assinatura de um acordo firmado entre Estados Unidos,União Soviética e Grã-Bretanha proibindo os testes nucleares na atmosfera, no alto-mar e no espaço. Alguns anos mais tarde, em 1968, a medida foi ampliada e 60 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.

Mário Rui

sábado, 13 de outubro de 2012

Maria Lamas - As mulheres do meu país






















Mário Rui

12 de Outubro de 1984 - IRA leva a cabo atentado contra Margaret Thatcher



























Em 1984, membros do grupo IRA - Exército Republicano Irlandês - realizaram o mais devastador ataque até então lançado contra o governo britânico em quase 15 anos de guerra civil: a explosão de uma bomba no Grand Hotel, em Londres, no momento em que os principais membros do governo estavam reunidos sob o mesmo tecto para participarem na Convenção Anual do Partido Conservador. O atentado matou três pessoas, feriu pelo menos 30, entre elas o Ministro da Indústria e Comércio, Norman Tebbit, e um dos líderes do Partido Conservador, John Wakegam, e quase matou Margaret Thatcher, que escapou da explosão por pouco.


Ver mais aqui.

Mário Rui

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quem quer trabalhar, paga! Vergonhoso.

















 

Este governo, PSD/CDS, só pode estar louco (VER AQUI!!!). IRS com taxa mais baixa de 14,5%, maior situa-se nos 48%. Esta gestão do caos passou a decretar que quem quer trabalhar, paga! Se não pagar, não há trabalho p´ra ninguém! Assim até eu governava. A ‘razão’ deste governo é como a luz do pirilampo; intermitente, pequena e irregular.  

Mário Rui

Turbulenta história do povo de brandos costumes

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Turbulenta história do povo de brandos costumes (ver aqui).

Diário de Notícias

Mário Rui

Fundação fundacional







O ex-Presidente da República Jorge Sampaio diz que a "austeridade excessiva pode prejudicar terrivelmente a democracia" (ver aqui.) . De facto é verdade. Mas convirá acrescentar que a democracia também está seriamente ameaçada por outras coisas. Não menos importantes e ‘pornograficamente’ incompreensíveis. Tanto me esforço por encontrar pessoas com propriedade moral para dizerem de sua justiça que, cada vez mais, acho que já não há caminho possível.

Corre pelas redes sociais uma notícia a propósito da Fundação Cidade de Guimarães e seus ‘trabalhadores’ que, a ser verdadeira, parece surreal.

Mas que raio!

Jorge Sampaio é o Presidente do Conselho de Administração: 14.300€/mês, além da viatura, telemóvel e mais 500€ como prémio de presença em cada reunião.

Carla Morais, Administradora Executiva: 12.500€/mês, além da viatura, telemóvel e mais 300€ como prémio de presença em cada reunião.
João B. Serra, Administrador Executivo: 12.500€/mês, além da viatura, telemóvel e mais 500€ como prémio de presença em cada reunião.
Manuel Alves Monteiro, Vogal Executivo, 2.000€/mês, além de uma ajuda de 300€ pela sua presença em cada reunião.
Há 15 personalidades no chamado Conselho Geral, entre as quais figuram nomes como Jorge Sampaio, Adriano Moreira, Freitas do Amaral e Eduardo Lourenço. Se exceptuarmos os 500€ a receber por J. Sampaio, os demais colectam 300€ em cada reunião. Em suma, apenas em salários, a coisa ronda 1,3 milhões de Euros anuais.

Isto sucede  numa parte do território  nacional  bem próxima do Vale do Ave, cuja taxa de desemprego já ultrapassa os 15%. Quanto aos enfermeiros pagos mensalmente com uma ninharia, o que haverá para acrescentar? E os funcionários públicos, sem subsídio de férias e Natal? E os desempregados? E os impostos que sobem astronomicamente? E os que têm fome e sem dinheiro para dar de comer aos filhos?

Que democracia de tão fraca qualidade nos querem impingir. Francamente.

Esta lista de abençoadas benfeitorias, diz bem o que tem sido o regime da 3ª República das Bananas.

Mário Rui

Januário tonto


















Sr.D. Januário; vá dormir e descanse bem. Talvez depois nos possa dizer se algum dia recebeu uma carta destas e que rumo lhe deu. Esta e outras, eram as que Dom Manuel Martins acolhia e às quais dava solução. Vá lá, aprenda alguma coisinha com estes murmúrios sofridos. Mas durma bem. Sabe que dormir também pode ser uma opinião? Às vezes com bons resultados.

Mário Rui

Again and again!!!




















Again and again!!!


Lá está de novo o 'altruísta' D.Januário, como eu já embirro com este tipo, a dizer que vai doar religiosamente parte da sua reforma dourada, i.e. o reformado Major-General Januário Torgal c/ salário de 4.427€ + Carro c/ motorista e Telemóvel, aos desvalidos do país. Isso é que era falar. Agora, palavras, leva-as o vento. Que saudades eu tenho do desinteressado e empenhado Dom Manuel Martins no tempo da fome em Setúbal. No tempo do governo do Sr. Silva. Lembram-se? Esse sim, batia-se por causas e não por mordomias em seu próprio favor. E já agora, será que a Ana Lourenço que tanto gosta de entrevistar D.Januário, como não sabe ser jornalista, não seria melhor tornar-se comentadora mas com emblema partidário na lapela?
Assim todos saberiam que os fretes noticiosos tinham um objectivo claro.

Mário Rui

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Popeye The Sailor Man

















Mário Rui

Dia Mundial da Saúde Mental

























A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima em 450 milhões o número de pessoas que sofrem de algum distúrbio mental no mundo. Dessas, menos de metade recebe tratamento. O número impressiona e mostra como as pessoas se preocupam muito mais com a saúde física do que com a mental. Sempre envolta em preconceito e desinformação, as doenças da “cabeça” são, até hoje, colocadas sob o tapete.

Para divulgar o tema e promover o debate sobre o problema, a Federação Mundial para a Saúde Mental (www.wfmh.org) criou o Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado hoje, 10 de Outubro. Todos os anos, a Federação escolhe um tema para ser trabalhado e o de 2012 é a
depressão. “A depressão é um dos problemas de saúde mental com maior impacto na saúde pública, pelas suas manifestações e pelas suas consequências, em termos das limitações e incapacidade provocadas no funcionamento da pessoa que dela sofre. Por outro lado, é consensual que os períodos de crise contribuem  para o agravar de diversos factores que tornam a pessoa mais vulnerável e aumentam o risco de surgimento de episódios depressivos.
Mário Rui

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O que pensava Fernando Pessoa da República

























O observador imparcial chega a uma conclusão inevitável: o país estaria preparado para a anarquia; para a República é que não estava. Grandes são as virtudes (de) coesão nacional e de brandura particular do povo português para que essa anarquia que está nas almas não tenha nunca verdadeiramente transbordado para as coisas!

Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos – porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos, de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a Monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.

A Monarquia havia abusado das ditaduras; os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo em ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do divórcio, as leis de família, a lei de separação da Igreja do Estado — todas foram decretos ditatoriais, todas permanecem hoje, e ainda, decretos ditatoriais.

A Monarquia havia desperdiçado, estúpida e imoralmente, os dinheiros públicos. O país, disse Dias Ferreira, era governado por quadrilhas de ladrões. E a República que veio multiplicou por qualquer coisa - concedamos generosamente que foi só por dois (e basta) - os escândalos financeiros da Monarquia.

A Monarquia, desagradando à Nação, e não saindo espontaneamente, criara um estado revolucionário. A República veio e criou dois ou três estados revolucionários. No tempo da Monarquia, estava ela, a Monarquia, de um lado; do outro estavam, juntos, de simples republicanos a anarquistas, os revolucionários todos. Sobrevinda a República, passaram a ser os republicanos revolucionários entre si, e os monárquicos depostos passaram a ser revolucionários também. A Monarquia não conseguira resolver o problema da ordem; a República instituiu a desordem múltipla.

É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da República? Não melhorámos em administração financeira , não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, não temos sequer mais liberdade. Na Monarquia era possível insultar por escrito impresso o Rei; na República não era possível, porque era perigoso insultar até verbalmente o Sr. Afonso Costa.

O sociólogo pode reconhecer que a vinda da República teve a vantagem de anarquizar o país, de o encher de intranquilidade permanente, e estas coisas podem designar-se como vantagens porque, quebrando a estagnação, podem preparar qualquer reacção que produza uma causa mais alta e melhor. Mas nem os republicanos pretendiam este resultado nem ele pode surgir senão como reacção contra eles.

E o regime está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional – trapo contrário à heráldica e à estética porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português – o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que por direito mental devem alimentar-se.

Este regime é uma conspurcação espiritual. A Monarquia, ainda que má, tem ao menos de seu o ser decorativa. Será pouco socialmente, será nada nacionalmente. Mas é alguma coisa em comparação com o nada absoluto que a República veio (a) ser.

Fernando Pessoa, História

Mário Rui

sábado, 6 de outubro de 2012

Debates políticos EUA



















São 12 momentos que fazem a história de debates televisivos entre candidatos à presidência dos EUA. O jornal New York Times juntou-os em vídeo e, se gosta destas batalhas políticas,  pode vê-las aqui.

Mário Rui

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Devemos também dar ouvidos aos que estão nas franjas.




















Se nos aprouver, podemos fazer chacota. Não sei se neste caso o rei vai nú. Mas sei que a D.Duarte Pio assiste o direito de também falar. São tantos os que verborreiam ao sabor dos acontecimentos que vão marcando o dia-a-dia do país que, mais um, não fará certamente mal aos portugueses. Sobretudo depois de ouvirmos os mais estapafúrdios discursos vindos de pessoas com pouca idoneidade moral. Sendo certo que o pretendente ao trono terá poucas possibilidades de ascender ao poder, nem por isso será caso para o marginalizarmos conquanto a sua intervenção de hoje se faça em torno de palavras sensatas, prudentes e, se possível, com mais propriedade do que a utilizada pelos tais destituídos de moralidade. Se lançar mão de oralidade convincente, que deixe mensagem e toque quem a ouve, tudo bem. Precisamos de vozes que acalentem e transmitam  algum alento ainda que seja dinástico. Não vejo pois razão que justifique troça ou ostracismo só pelo facto de se tratar de figura da Casa Real. Dir-me-ão alguns que vivemos na alvorada da era da transformação radical e que tal estado não é compatível com regimes monárquicos. Talvez. Mas também não é menos verdade que vivemos num momento em que toda a estrutura do poder que mantinha o mundo coeso se está a desintegrar. E esta desintegração não é fruto da acção dos Reis. No caso de Portugal, o colapso da sociedade democrática, está bom de ver,  só pode ser atribuído a forças que abalam o poder e a autoridade  em todos os níveis do sistema  e que, parece-me, cada vez serão mais intensas e difusas, como de resto lhes convém. Por outro lado, é bom que nos lembremos que as nossas três Repúblicas também nasceram de três golpes militares, após os quais os governantes se lançaram na tentativa de reorganizar a sociedade, com os resultados que agora estão à vista de todos. É e sempre foi a qualidade do poder a determinar o grau de satisfação de um povo, de uma nação. No nosso país, esta qualidade tem sido nivelada por baixo. Assim tem sido pela simples razão de que a riqueza de que muitos se têm rodeado só oferece poder de fraca qualidade. Como disse Montesquieu, “o luxo arruína repúblicas”. Também disse que “a pobreza monarquias”. Em qualquer dos casos é sempre útil, já que não podemos ter uma felicidade absoluta, que possamos ter contrastes que assinalem e façam distinguir os sistemas menos maus e avaliá-los como tais. É por esta ordem de razões que queremos saber, sendo nós os governados, o que necessariamente devemos ignorar. Para tal devemos também dar ouvidos aos que estão nas franjas.

Mário Rui

Viragens



















Então mas este virou segunda edição de Passos Coelho?

Mário Rui

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O bodo aos pobres
















Começa a ficar-me a ideia de que tudo isto não passa de reles propaganda governativa. A SIC, na circunstância, associa-se a tão ‘nobre’ causa, a da não notícia, posto que o Estado ‘apenas’ pretende assegurar que as pessoas idosas vivam muito mais tempo. Treta, digo eu. «A escolha do grupo de pessoas com mais de 65 anos para passarem também a receber a vacina gratuitamente prende-se com dois critérios: a vulnerabilidade da idade e a vulnerabilidade da doença crónica», explicou Graça Freitas, da Direção-Geral da Saúde (DGS). «A ter que escolher um grupo, escolhemos os mais frágeis e vulneráveis». Ora aí está então o país dos velhinhos a agradecer encarecidamente gesto tão carinhoso por parte do Governo. É um favor a que todos devemos prestar preito. Especialmente estes idosos que, do tanto que descontaram ao longo da sua vida contributiva, só se devem queixar da dívida que o Estado jamais lhes pagará. Afinal nada têm a agradecer a este regime ladrão. É a única leitura possível num país onde um pretenso Conselho de Ética para as Ciências da Vida, e o seu presidente, defendem que é possível não fazer alguns tratamentos médicos a doentes com cancro, SIDA, ou doenças reumáticas, se tal não se justificar economicamente. A ideia surge num parecer pedido pelo Governo. E admitem o racionamento de medicamentos, nomeadamente a doentes terminais. Conselho de Ética? Ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral. Moral, são os bons costumes e o respeito pela vida dos outros e nunca a vassalagem a valores económicos que trituram a vida dos mais desfavorecidos. Como dizia o prof.Machado Vaz; «neste perigoso e desumano parecer é sempre deliberadamente utilizada a palavra racionamento e UMA ÚNICA VEZ a palavra racionalização. O que significa que os subscritores sabem bem a diferença entre racionamento e racionalização e optaram conscientemente pela palavra racionamento». Chocante! E então querem que acreditemos agora na boa-vontade das vacinas gratuitas? A borla é um presente envenenado e mal disfarçado. Nem a mentir são bons estes governantes e demais actores da chamada saúde que devia ser pública e séria.

Quanto ao jornalismo da SIC, também seria bom que percebessem de uma vez por todas que, para ser notícia, deve ser fresquinha, ter proximidade, ser factual e de interesse humano. Se assim não for, o que ouvimos ou lemos mais se assemelha a propaganda e desinformação.

Mário Rui

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

As validas fortunas cegas

















Como eu lamento que nas revoluções políticas os povos invariavelmente mudem de senhores  sem mudarem de condição!

Mário Rui