sexta-feira, 12 de julho de 2013

«despaís – Como Suicidar um País»



Boas companhias de férias

«despaís – Como Suicidar um País», de Pedro Sena-Lino

O livro mostra um país dependente da ajuda externa, pobre, emigrado, desempregado, envelhecido. Gerido por políticos corruptos, ou líricos sem ligação à realidade, acaba vendido em partes, como depois de uma insolvência.

« O romance inicia-se com uma situação inimaginável hoje: e se houvesse um referendo sobre o fim do país – e este ganhasse? Será impossível? Esta é a história de como virtualmente isso poderia um dia acontecer. Eis o cenário: o país mergulhado no enésimo pacote de apoio externo, as reformas totalmente congeladas, a escola pública paga, o desemprego e a emigração galopantes; os bancos a falir; entre vários outros aspetos igualmente negativos.»

Mário Rui

A Mulher Desiludida


Boas companhias de férias

A Mulher Desiludida - Simone de Beauvoir

"Sempre olháramos longe. Seria necessário aprender a viver o dia-a-dia? Estávamos sentados lado a lado sob as estrelas, tocados pelo aroma do cipreste, nossas mãos se encontravam; o tempo havia parado por um instante. Iria continuar a escorrer. E então? Sim ou não, poderia ainda trabalhar? Minha raiva contra Filipe se esfumaria? A angústia de envelhecer me retomaria? Não olhar muito longe. Longe seriam os horrores da morte e dos adeuses. Seria a dentadura, a ciática, as enfermidades, a esterilidade mental, a solidão em um mundo estranho que não compreenderíamos mais e que prosseguiria seu curso sem nós. Conseguiria não levantar os olhos para esses horizontes? Quando aprenderia a percebê-los sem pavor? Nós estamos juntos, é a nossa sorte. Nós nos auxiliaremos a viver essa derradeira aventura da qual não retornaremos. Isso no-la tornará tolerável? Não sei. Esperemos. Não temos escolha."

Mário Rui

Bipolaridade?



Bipolaridade?

A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, citou a escritora francesa Simone de Beauvoir no momento em que ordenava a expulsão dos cerca de 100 manifestantes que interromperam os trabalhos parlamentares, pedindo a demissão do Governo, ontem, quinta-feira.

Também é um bocado de histerismo a mais, vamos lá ser francos. O que de resto só prova que há muita gente que, assim como o eco, repete as palavras sem lhes compreender o sentido.

Mário Rui