quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O amor


O que nos leva a fixar a objectiva para o instante não é a surpresa mas antes a elegância da coisa. Especialmente quando colorida por ímpetos passionais.


Mário Rui
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O 45.º Presidente dos Estados Unidos da América


 
Aterrou! E agora? Bom, agora o que se espera é que venha aí linguagem e actuação política do senso comum imediatamente inteligível para todos. E também importa que o novo inquilino da Casa Branca perceba que muitas vezes já não são os homens que governam o mundo mas é antes o mundo que governa os homens. Vamos esperar para ver, fazendo de conta que não pensamos nos efeitos secundários da incerteza. Depois, a seu tempo, falaremos.
 
Mário Rui
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As balizas despóticas


Está definitivamente institucionalizada a guerrilha futeboleira no país. Uns queixam-se dos árbitros, outros acham que a culpa é da Liga, juntem-se os que entendem ser a Federação o princípio e o fim de todos os males da bola. Ainda há os que apontam culpas aos presidentes, aos directores para o futebol, aos directores de comunicação e, já agora, será bom não baixar a guarda relativamente ao que opinam os ‘comentadeiros’ televisivos, esses supremos perfumes clubísticos, ilustres cozinheiros de essências metidos na função de agitar ainda mais a mixórdia que ferve. Cada um deles, de cálculo infinitesimal esférico, sabe mais que o outro. E assim lá vai o integral e o diferencial, tudo junto, para a panela. Por toda a parte, só ares entendidos. Tantas coisas técnicas e não técnicas tenho ouvido a esta gente toda que, desconfio, lá virá o tempo de pôr esta torrente de sageza nas escolas, nas academias. Daqui até passar para as empresas, para a justiça, para o sistema bancário, para o da saúde também e porque não para o da assistência social, vai ser um saltinho de pardal, felizmente. E se o caminho for este, como anseio, levem igualmente tamanha sabedoria até junto das balizas, afinal os guarda-redes não são precisos para nada. Pronto, era deste fogueteiro que vos queria falar mas sem me esquecer de vos pedir, filantrópicos da bola, que contem bem as batatas que caem a menos na panela e que observem quanto azeite não é deitado ao bacalhau. Se não vos for possível fazer estas contas, pois que vos seja praticável, no mínimo, manter essa inquietação espiral pelo vosso clube, sempre e como até agora têm feito. Só assim o país progredirá e o zé pagode representará um papel ainda mais vergonhoso do que os mandões da bola. Ah, só mais uma coisinha: para meter golos gostosos, indiscutíveis, usem as balizas a par e de preferência no meio do mato posto que o baldio fixa melhor os calcanhares de Aquiles. Assim correm todos para o mesmo lado e ademais evitam-se umas entorses de futebóis sem governo.
 

Mário Rui
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Coloridos












 
 
 
Mário Rui
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Natureza






 

Entretanto, a natureza quer que eu faça duas coisas: retratá-la e expô-la à reflexão. Tanto uma quanto outra realizo, pois não pode haver contemplação sem alguma forma de acção.
 
Mário Rui
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Como certas coisas nos tocam


À boleia de uma amiga destas redes sociais, obrigado Ana Karina, foi-me dado a conhecer. É vinho, é alentejano, está visto, e eu gosto dos néctares dessas bandas. Vou provar, decilitrando um destes dias essa uva liquefeita de modo a perceber se, como outros das mesmas paragens, é prazer que por instantes dure contra tudo. Mas antes mesmo das provas experimentais, já me contento com a exterioridade simples e com o sabor a romance que leio no rótulo. Misteriosa, provocadora, essa exterioridade, e desse exame feito em simples acto de visão fica-me o testemunho de outros sentidos. Os românticos entendidos que o digam, não vá o meu lado poético estar a perturbar-me a imaginação rigorosa dos detalhes. É que há mil maneiras de apreciar a beleza. Do romance, primeiro, do vinho depois. E mesmo que por vezes tudo seja um carrocel de fúrias espumantes, há sempre uma poesia que deve rastejar pelo ideal sentimental de cada um. Rastejemos pois pelas poesias súbitas em que há mistério e pelos sucos dóceis do Alentejo. Divirtam-se!
 

Mário Rui
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