terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Natal



Está a chegar o Natal e como se nos tivéssemos portado todos mal durante o ano vamos ter de levar novamente com o Sozinho em Casa, com o Shrek e com o Harry Potter.

O Natal é a minha época do ano favorita e, pelo menos por cá, onde eu moro, deve ser a única altura que se confunde com o Carnaval, que também é bonito mas, pelo andar da carruagem, sou capaz de me cansar facilmente dele antes de Fevereiro.

Imbuídas do espírito, o Natal é também a altura do ano em que as operadoras móveis aproveitam para cobrar aos clientes dinheiro pelas chamadas e mensagens, em que as pessoas se lembram que conceitos como solidariedade e caridade existem mesmo, em que são feitas músicas alusivas de que ninguém se lembra e, como novidade para este ano, em que muitos de nós nos lembramos que afinal não devemos ter dinheiro que chegue para viver o Natal como deve ser.
Reunir a família é provavelmente a melhor coisa que o Natal me pode oferecer e terminada a época natalícia sinto-me angustiado até aos ossos, mesmo que me digam que o Natal é quando o homem quer. Não, não é! Ninguém come rabanadas no Outono, os Ferrero Rocher azedam no Verão e a árvore de Natal nunca é feita na Primavera.

O Natal só pode ser celebrado agora não porque Jesus nasceu em Dezembro, mas porque em mais nenhuma outra altura saberia tão bem a lareira com o azevinho e o mau tempo lá fora, a árvore de Natal e a manta no sofá, os vidros embaciados nos carros que aproveitamos para desejar “Feliz Natal”, ou tão só porque seria desesperante ter de levar com o Macaulay Culkin também no Verão.

O melhor Natal é sempre aquele que é sentido e vivido em família e, apesar da crise, este não será muito diferente dos outros. Mas tendo em conta a situação que vivemos, desejar-vos um bom 2012 seria uma grande ironia da minha parte.Feliz Natal!

Rui André