segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Frágil, vulnerável, corruptível e frequentemente corrupta



O jornal i designa-as como sendo as propostas mais loucas das autárquicas. É uma interpretação que acaba por dar um cabeçalho ao periódico que, bem vistas as coisas, poderia também titular: «oferecimentos de gente que está fora de si, descontrolada». Não acrescentaria por certo mais prejuízo ao país se assim fosse já que, membros desta família dita ‘timoneira’, padecendo de megalomania, têm assentado arraiais em tudo quanto é poder local ao longo dos últimos 37 anos. Dos resultados desta miserável prestação, nem vale a pena falar. São de tal maneira confrangedores, angustiantes, que só provam que a democracia do nosso sistema político está, infelizmente, aberta a todos os possíveis e imaginários conteúdos, mas ao mesmo tempo sempre teve muito pouco respeito pelos eleitores. Contam-se pelos dedos de uma só mão os que se conseguiram livrar desta cicatriz perdurável. Falatório, logros, sofismas e enganos que se têm feito com razões fingidas ou mal deduzidas. Lamento dizê-lo, mas é o que sinto. São conteúdos que, em outros tempos, seriam chamados de discursos embusteiros. Norteiam-se por uma preocupação essencial: fazer crer aos outros que a democracia vai descer do céu e com ela virá a universalidade do bem-estar e da felicidade. Pura desilusão, é o que nos dão. Se preciso fosse, empenharia a minha boa consciência para tornar perfeita esta aristocracia dos maus princípios. Modificar-lhe-ia a causa de modo a que a “democracia” que nos inunda jamais continuasse a ser leve, sempre frágil, sempre vulnerável, corruptível e frequentemente corrupta. Tratar-se-ia de desígnio hercúleo se do mesmo me ocupasse, bem sei. Não obstante, acho que trocaria algumas das minhas faculdades na luta por política mais séria, conquanto soubesse com que gente contava, quem estaria autorizado a tomar as decisões colectivas e com quais procedimentos. Mas se antes me perguntassem se o actual regime tem um porvir e qual é ele, admitindo-se que exista, responderia serenamente que não o sei! Que mais poderia retorquir se por cá se mantivessem os mesmos de sempre? Ou seja, a única condição que exigiria seria a de destituir os actuais triunfalistas do ‘supershow’ táctil, trémulo e enganador, que repetidamente vão a votos.

Mário Rui