quarta-feira, 13 de abril de 2011

Qualidade acima de tudo

Olá leitores de bom gosto, mas só porque lêem as minhas crónicas. Vamos a mais um texto parvo e depois podem ir à vossa vida! A questão da avaliação dos professores em Portugal parece ter chegado além fronteiras e, ao que parece, não é apenas cá que os professores não gostam de ser avaliados. Cinquenta estudantes de uma escola australiana foram suspensos por fazerem um ranking das professoras mais atraentes, utilizando um site de relacionamentos. Gandas malucos! E como as coisas mudam! No meu tempo era um ranking de boca – e fala baixo que a professora pode ouvir – e os resultados nunca eram certos. Agora usam a Internet para trabalhar os dados estatísticos e eu acho muito bem! E bem vistas as coisas, qual é o problema de existir um ranking das professores mais sexys? Hã? Cá demitem as professoras que se despem para as revistas, lá suspendem os alunos que as apreciam. Alguma coisa não bate certo! Quer dizer, os alunos são constantemente sujeitos a avaliação – e às vezes de surpresa - e quando o feitiço se vira contra o feiticeiro, o caso muda de figura, não é?! Já para não falar de que os alunos são muitas vezes acusados de falta de espírito crítico. Então e agora? Avaliar uma professora apenas pelos seus dotes técnicos é como ir à Índia e não ver o Taj Mahal. É bom na mesma, mas não é a mesma coisa. E não há aluno nenhum, cá ou lá, que não tenha uma fantasia qualquer com a melhor professora da escola. E elas até se deviam sentir bem com isso. As professoras sexys têm uma mística qualquer e se fosse pedido a alguém para explicar porquê, ninguém passava no exame. As professoras devem estar, muito provavelmente, no top 3 das profissões mais sexys do mundo, a par com as secretárias e as assistentes de bordo. Toda a gente sonha sair com uma. É assim e pronto! Eu cá acho que acções destas são de repudiar. Em princípio, aquilo que se quer são professoras boas no ensino e quando as há ou são despedidas ou são suspensos os alunos que as apreciam. É preciso acabar com este preconceito e rejeitar as decisões das administrações das escolas de privar os alunos de uma boa professora, não acham? Qualidade acima de tudo!

Rui André de Saramago e Sousa da Silva Oliveira


Mulheres

Dizem que a mulher é o sexo forte e eu estou totalmente de acordo com isso. Aliás, qualquer homem com juízo partilha dessa opinião e não vale a pena ficarem de trombas. As mulheres vieram ao mundo para nos mostrarem que vale a pena ser feliz e que o preço a pagar por essa felicidade depende exclusivamente de nós, se fizermos as coisas como deve ser. Não compreender as mulheres não é sinónimo de falta de jeito ou burrice dos homens. Muito provavelmente as mulheres não foram feitas para serem compreendidas e eu acho que é isso que as torna misteriosas. Por isso, não vale a pena tentar perceber porque é que elas vão juntas ao WC, porque é que demoram mais de três horas para se arranjarem e porque é que procurar alguma coisa na mala delas é uma missão quase impossível. No fundo, não compreender as mulheres é uma coisa boa porque é esse mistério que adoça as coisas e que as torna a elas tão especiais. E sem sequer se esforçarem minimamente para isso. As mulheres são assim mesmo e não há nada como uma que saiba mexer connosco, que nos faça querer pegar no carro de madrugada e ir bater-lhe à porta, que nos deixe acordados só porque nos apetece pensar nela, que nos faça bater o coração mais depressa quando a vemos entrar num qualquer lugar. Loiras, morenas, gordas ou magras, as mulheres atingem-nos de tal maneira que nem sabemos de que terra somos. E não é preciso muito: aquele olhar maroto na festa de sábado à noite que nos deixou doidos, aquele sorriso no metro quando a deixámos entrar primeiro, aquele ‘obrigada’ por a termos ajudado a tirar as malas do comboio, aquele perfume que se entranha cá dentro, aquele andar especial. Digam o que disserem, há qualquer coisa de especial nas mulheres e ninguém sabe explicar muito bem o que é. E a verdade é que elas não precisam de se preocupar muito com a maquilhagem, com a roupa que vão vestir para logo à noite, com a dieta que já deviam ter começado na semana passada ou com a cor da mala que fica melhor para aquela ocasião, porque aquela magia, aquele toque estão lá e não vão embora nunca. As mulheres são maravilhosas e é por isso que eu adoro ser homem. André Saramago, muito gosto. O prazer é com elas! Assim me despeço, até à próxima.


Rui André

A Queima devia ser quando o Homem quisesse



Sócios, estou aqui concentradíssimo! Por amor de Deus… Agora não! Bem, já devem ter reparado que não falta muito para o início das Queimas das Fitas por esse país fora e apesar da crise económica eu acredito que as respectivas organizações consigam trazer as melhores bandas da actualidade em charters de 400 ou 500 pessoas. Fantástico, fantástico! Há qualquer coisa acerca da Queima das Fitas que me deixa extremamente triste, que é o facto de que a próxima é só desse exacto momento a um ano. Mandasse eu nisto e por mim havia Queima das Fitas de 3 em 3 meses. A Queima é um bocado como o Natal. Pelo menos para mim. Quando acaba, sinto-me angustiado até aos ossos, mesmo que me digam que o Natal é quando o Homem quer. E eu sei muito bem que não o é. Tirando isso, tudo o que diz respeito à Queima das Fitas me deixa feliz. A Queima das Fitas lembra-me a peregrinação a Fátima: sabemos que falta muito para lá chegar, que muito provavelmente precisaremos da assistência do INEM (em ambos os casos), que dormiremos pouco e que chegaremos ao fim exaustos, mas quem corre por gosto não cansa. E é a única altura do ano em que toda a gente se une por uma causa comum, seja ela qual for, e na qual eu não me importo de ouvir o Kalú dos Xutos gritar pelo FC Porto e ofender o Benfica. Não ir pelo menos uma noite a uma qualquer Queima das Fitas, seja ela onde for, é como não estar presente no casamento da melhor amiga, é não conseguir fechar aquele negócio empresarial de milhões, é deixar mal o amigo na paragem do autocarro, é falhar aquele penalty decisivo aos 90 minutos e é tão imperdoável quanto tudo isso. Digam o que disserem os meus e os vossos pais, a Queima das Fitas é boa para o país porque, pelo menos nessa semana, não nos preocupamos com a crise económica ou com as medidas de austeridade, não queremos saber de greve nenhuma dos maquinistas ou dos taxistas, não nos interessa se há jogo grande da liga espanhola e muito menos nos interessa aquela conta que temos de pagar para a semana que vem. A verdade é esta: a Queima das Fitas é tão indispensável para nós e para o país como a rede dos telemóveis que teima em ser sempre baixa quando queremos avisar o pessoal de que entrámos no recinto. E lembrem-se: sempre que passar uma reportagem na televisão sobre a Queima não se esqueçam de abandonar rapidamente o local porque se forem reconhecidos o mais certo é levarem uma tareia dos vossos pais. Até à próxima.


Rui André de Saramago e Sousa da Silva Oliveira