quinta-feira, 13 de março de 2014

Ria de Aveiro apresenta maior campanha de promoção de sempre





«Amanhã tudo será apenas uma saudade para os nossos filhos e uma lenda para os nossos bisnetos».

Tanto quanto nos é dado a conhecer, a  Ria de Aveiro tem em curso a maior acção de promoção de sempre.

«Os  onze concelhos que fazem parte da comunidade  e o Turismo do Centro juntaram-se para atraírem mais turistas para a região que é rica na sua cultura, na sua condição geográfica, nos produtos que tem e distinta. A campanha quer fazer a afirmação desse carácter distintivo da Ria. É um investimento financeiro que pretende induzir a actividade económica da região» (Ribau Esteves)
 
Até aqui estamos todos de acordo e até aplaudimos a campanha. No entanto, sendo a Ria a verdadeira imagem desta iniciativa, não percebo a omissão verbal quanto à destituição aviltante da dignidade de tão belo cenário e o nada fazer-se para lhe restituir a honraria de outrora. Haverá talvez uma fórmula empírica que eu desconheço, assumo-o, para captar turismo e desenvolvimento económico perante tais condições de morte acelerada a que está sujeita a nossa Princesa. Gosto muito de campanhas que pretendem afirmar o cunho distintivo do que quer que seja, mas gostaria muito mais de saber, e finalmente de ver no terreno, prioritariamente, os estímulos que restituíssem a este enorme e majestoso espelho d´água a perfeição agradável à vista e cativante para  o espírito e alma que, chorando connosco, falece molemente como que se este pranto, aceno de simpatia e saudosa memória, fosse toda a pouca gratidão que lhe podemos dedicar. Por esta altura merecia muito mais que palavras, talvez até, quem sabe, campanhas e afins. Reclama intervenção de fundo, mimos profundos, beijos doces posto que afinal tudo se tem conjugado em surda, inconsciente conjura, contra a sua sobrevivência!
 
 
Já em 1982 o insigne pof. Jaime Vilar, figura ímpar do saber e valor cultural da nossa região ribeirinha, assim dizia;
« … no acelerado processo de degradação da Ria de Aveiro é factor considerável a crescente poluição das água. A indústria montada na área limítrofe directa ou indirectamente lança nas águas caudais de esgotos carregados de detritos e de produtos tóxicos que impunemente matam a fauna aquática e inutilizam largas zonas de vegetação para uso dos homens e dos gados. A maior carga desta praga maldita viaja através do Vouga e seus afluentes com o rótulo do progresso, ao serviço dos altos interesses da economia nacional e com o salvo-conduto do Governo. O lavrador, o pescador, o moliceiro, que há séculos exploram os inesgotáveis benefícios da Ria, que foram os primeiros a descobrir e a “colonizar” a terra de outrem, foram também os primeiros a sentir no corpo e na alma os efeitos imediatos da política unilateral que rege os destinos da Ria. São, portanto, responsáveis por esta lamentável e talvez irreparável situação o Governo e todos aqueles que delapidaram com mão sacrílega a maior maravilha da costa portuguesa e um dos mais raros senão único espectáculo deste género, no mundo. O barco moliceiro entrou há muito na mesma senda de perdição. É inútil chorar a sua morte. Vamos seguindo com raiva de desespero o lúgubre cortejo de queixumes e lamentos, de protestos e súplicas que o acompanham. Amanhã tudo será apenas uma saudade para os nossos filhos e uma lenda para os nossos bisnetos».

 
Mário Rui
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Calmante Facebook


 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vendo-me atribuir tantos defeitos a tanta coisa que me rodeia, muito boa gente terá já concluído que considero esta a causa única porque escrevo, habitualmente criticando. Não o faço por me ser mais fácil derrubar que erigir. Isso seria supor-me dono de uma visão deveras estreita. Faço-o antes porque há nos dias de hoje um rol extenso de outras opiniões, de sentimentos, de instintos e de acções, que devem a sua aparição a factos muitos estranhos e completamente contrários à igualdade e ao respeito a valores que estimo. É essa a única razão que me faz correr atrás das minhas inclinações e das minhas ideias. Deparo-me todos os dias com factos irresistíveis contra os quais não seria desejável nem sensato permanecer mudo e quedo. Não seria igualmente sensato deixar de lutar por causas em que acredito e daí que muitas vezes me tenha sucedido dirigir palavras severas a inúmeras situações que a sociedade dita moderna criou. De todo o modo, acrescentarei que não é por ser um adversário convicto deste tipo de sociedade que não deva ser sincero com ela. Eis porque lhe dedico com frequência comentários pouco abonatórios já que não tenho a cobardia de os calar. Assim, mesmo posto no meio das opiniões contraditórias que nos dividem, esforço-me por manter no meu coração as simpatias favoráveis e no pensamento os instintos controversos já que, afinal, é tudo gente amiga. Quero continuar a acolhê-los a todos e, se for o caso, agradeço que os irritados ergam a sua voz e me acusem. Claro que as redes sociais propiciaram sobremaneira entendimentos diversos do mundo que nos visita diariamente sendo que, convenhamos, em muitos casos, também contribuíram para o esforço individual da nossa razão. É admiração exagerada da nossa própria imagem e eu bem sei que engrosso esse número. Por outro lado, o “Facebook” e respectivas potencialidades são um excelente meio para exponenciar pontos de vista especulativos. Também neste particular me incluo sabendo de antemão que bastas vezes sou mais um especulador, mas ninguém é perfeito. Dito isto, e acabo já, aproveito para saudar todos os amigos da rede desejando-lhes boas relações e fé naquilo que, apesar das discordâncias evidentes, talvez um dia se venha a transformar numa crença comum. Enquanto tal não for realidade, uma mezinha ou outra, certamente atenuará as nossas mágoas que não as nossas dores. E o “Facebook”, brincando, já a tem. Abraços!

 

Mário Rui
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Desabafar, não belisca.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

E eu insisto!

Desabafar, não belisca.

O primado da sociabilidade comunitária deveria aconselhar a que se tornasse público, mesmo que já publicado, o que aconteceu com a Consulta Aberta do Hospital Visconde de Salreu - Estarreja. Diziam os pessimistas, que são uns optimistas bem informados, que iria fechar. Fechou mesmo? Pois ... Aguardo, ou melhor, aguardamos respostas porque somos munícipes altamente interessados em conversas mais chegadas e não apenas nas que se esfumam através da imprensa. É, no mínimo, um direito que nos assiste! E respeito por todos nós, também!

 

Mário Rui
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