terça-feira, 9 de junho de 2020

Festas de Santo António, da Cidade e do Município de Estarreja
















Festas de Santo António, da Cidade e do Município de Estarreja

Para a memória ficam as imagens, para a acção melhores dias virão.

Custa-nos não comemorar o que é nosso. E isto porque cada um de nós funde-se e confunde-se com o muito que nos pertence. Até pode vir a maior de quantas distâncias logre a imaginação do “bicho” conceber, pois um dia, com o afago das companhias, a doçura da prática interrompida e a bonomia no semblante dos que fazem da romaria um abraço de todos, nós voltaremos. Por mais agrestes que sejam os contratempos da sorte e as maldades invisíveis, raro nos causam mal tamanho, que nos não façam ainda maior bem.



Mário Rui
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Celebrem vitórias "longe dos outros"


Graça Freitas e futebol: Celebrem vitórias "longe dos outros"

A diretora-geral de Saúde pediu que as pessoas mantenham o distanciamento e que mesmo quando celebrarem o tentem fazer "com distância, sendo exuberante, mas longe dos outros".

Isto não vai ser nada fácil. Formam-se grupos fora dos campos. Junta-se povo de todos os sexos e mais uns. Fazem-se distinções pela cor dos cachecóis. Uns conversam em ruidoso e alegre convívio, outros entretêm a derrota com uns decilitros que abafem a mágoa. Pouco a pouco, a rua, a avenida, cobre-se de ousados de ambas as cores. Começa a refrega, largando suor por todos os respiradouros. Repentinamente aparece a polícia, mas nada de sustos. É só presença para observar a dança do ventre. Mesmo assim, balbúrdia geral, todos querem ficar na fotografia o melhor possível. E é aí que entra então o Correio da Manhã TV. O repórter, com medo que lhe escapa aquele lance de mão chapada na cara do rival, coloca-se de cócoras. Não por medo, mas antes por ser coisa que dará horas e horas de emissão educativa, elucidativa e, já agora, opinativa, pois convém que acabe tudo em “ativa”. Ademais, descansar as pernas e a máquina das películas, também é preciso. No estúdio, o pivô, pelo mesmo motivo, procura posição de gatinhas. Mas acaba a contenda, os desordeiros escapam-se ziguezagueando por entre calçadas e vielas. E diz o repórter, corrobora o pivô: - Que pena!... Uma terra tão bonita, mas que mania construírem os prédios no meio das ruas… Novamente confusão na CMTV; segue-se um filme pornográfico, vulgaríssimo e já muito abandalhado. Mas é o que há. Três ou quatro alegres convivas vão bulir muito, no estúdio, com o sucedido fora do campo. Imaginem se fosse dentro do quarto. Bom, mas isto é o que provavelmente vai acontecer no fim do jogo e na avenida. Quanto ao que se passará dentro do estádio, acabou a festa. Fecham-se as janelas e os portões, impera o silêncio, a mudez, a pasmaceira, o desconhecido. Este último é justamente o resultado do prélio. Nas bancadas começa a humidade e os musgos a manchar aquelas pedras, desculpem, cadeiras. Teias de aranha por toda a parte. Só falta a hera, pela parede a subir. Mas não faz mal, porque vamos agora ao resultado do jogo. Para evitar a proximidade, não sendo exuberante e a milhas uns dos outros, como pede a DGS, o melhor desfecho para o efeito seria sempre um empate sem golos. Embora no futebol tudo se jogue, o nulo é que era uma maravilha. Dividiam-se, ou melhor, multiplicavam-se sorrisos, trocavam-se olhares e cruzavam-se as pernas, em atitude fantástica dos jogadores e em particular dos adeptos. Até os guardas-noturnos se deitariam mais cedo e a CMTV, pela nossa saúde mental, dia sim, dia não, passaria apenas aquele admirável filme “Uma só hora consigo”. Se pela frequência da projecção a fita se estragasse, tinha sempre à mão uma alternativa; os 70 minutos de ecrã cinzento da” Branca de Neve”, do João César Monteiro. Estou apenas a dar uma ideia e a crónica já vai longa, algo de que não sou adepto. Boa noite.



Mário Rui
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Praia da Torreira - 02 de Junho 2020



























Mário Rui
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Capa do jornal "O Concelho de Estarreja - edição de Junho 2020





Mário Rui
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No dia das ternas (01 de Junho)


E tudo quanto não seja esta contemplação de se ser pequenina, que nos acaricia, nos melhora, nos chama, quase sempre nos sorri e nos convida à brincadeira, é vida onde sempre falta um sonho sonhado. Sejam sempre assim, crianças, porque aos adultos, experimentar deslumbramentos, faz-lhes muito bem. É agasalho consolador.



Mário Rui
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