sábado, 24 de dezembro de 2011

Perdoem-nos, mas nunca se esqueçam dos seus nomes.



Eu bem sei que a imagem é chocante. Mas foi meu propósito deixá-la aqui para que todos a vissem. Desde logo porque retrata uma realidade que a alguns toca em particular. Os desfavorecidos deste planeta. Depois, porque nesta quadra que parece tentar ser mais solidária, muitos de nós esquecemos, ou simplesmente queremos ignorar, que há sítios, lugares, povos, onde Natal significa o mesmo sofrimento de sempre. Por esses sítios sempre existe uma forma bizarra de transformar as pessoas em coisas. Ainda acredito que leis novas hão-de erigir-se em protecção da vida, leis a que teremos que obedecer por forma a que imagens destas sejam definitivamente banidas deste mundo. Não saberei dizer-vos ao certo como será o futuro. Mas sei o que não mais deveremos fazer nos próximos cem, quinhentos, ou mil, ou cinco mil anos. Não é nada de extraordinário. Basta que continuemos arando os nossos campos, levando os nossos filhos à escola, contando aos amigos o nosso dia-a-dia, não dando grande importância a minudências, interiorizarmos que defenderemos aquilo que deve ser o suporte da sociedade humana. Tudo isto seremos capazes de fazer ainda que tenhamos na conta de insignificantes tão simples actos. Ainda podemos fazer mais. É que, pensando bem, se calhar não nos falta amor e dinheiro para ajudar quem precisa. Sobram-nos é ladrões. No mínimo, para ajudar à definitiva exclusão da fome, miséria e trevas que sempre se abatem sobre os mais fracos, combatamos esses ladrões. Perdoem-nos, mas nunca se esqueçam dos seus nomes.
Mário Rui