domingo, 26 de fevereiro de 2012

Jean Gabin - Maintenant Je Sais



"Agora eu sei, eu sei que o que nunca soube
A vida, o amor, o dinheiro, os amigos e as rosas
A gente nunca conhece o som nem a cor das coisas
Isso é tudo o que sei! Mas isso, eu SEI"


Mário Rui

Paixões



«Quando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que essa pessoa faz – se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa — ela levanta-nos pela alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz de tão tonta. E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a vida e o mundo e o mundo e a vida que tínhamos imaginado para os dois. Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me pela Maria João, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela há quinze anos. Ou ontem. Ainda estou a apaixonar-me. Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte.»


Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fev 2012)'


Mário Rui

O virtual e o real




Não que discorde do uso das novas tecnologias no Vaticano. Se a todos estão acessíveis, porque não também ao Papa? É mais fácil, mais rápido e sobretudo chega a muitos mais crentes. A rápida disseminação dos sites colaborativos e das chamadas redes sociais propicia assim uma mais forte aproximação entre pessoas. Por um lado é bom que assim seja, mas nunca perdendo de vista que o "discurso é o rosto do espírito". Uma coisa é o virtual, outra o real. Para o efeito, O Vaticano criou o site http://pope2you.net/. Pena é que não esteja disponível em língua portuguesa. Porque será?



Mário Rui