terça-feira, 15 de março de 2011

Intranquilo caminho


O País já estava quase parado! Os camionistas já o tinham feito na madrugada de 14 de Março de 2011. O resto desta lusa pátria aprestava-se para se imobilizar frente ao televisor. O meu próprio computador, na precisa hora em que me apetecia zurzir a propósito de um descarado mentiroso, imaginem, até a máquina me dizia: “memória virtual mínima demasiado baixa”. Curioso. Como tudo parece bater certo!
A pátria a parar e a máquina a sossobrar. No turbilhão de uma síncope que cada vez mais se nos afigura como uma realidade inevitável, apenas o Messias Sócrates, qual cabeça fora de água tentando salvar-se de um afogamento que mais tarde ou mais cedo há-de vir, apenas ele, o ditoso redentor de todos nós, acredita que lá chegaremos. Ao ideal de um país em que todos estão enganados e a verdade, essa, está tão só nas mãos desta ilustre figura, deste homem. Ou será já super-homem? Todos os outros estão equivocados, com leituras erradas da realidade que nos rodeia. Ele, sim ele, há-de presentear-nos com fartura, com abundância, sobretudo com sabedoria. E aí sim, este cantinho na borda do Atlântico virá a dar novas lições ao Mundo. A cartilha por onde este homem lê, é a mesma que o Toninho das botas utilizou para dizer aos meus pais e ao Portugal de antanho, que não precisavam de se preocupar nem tão-pouco de pensar. Ele o faria por todos os portugueses. E fê-lo. Por quase 48 anos! E por quantos mais este novo pseudo salvador o irá fazer? Certamente por menos, ainda assim demasiados, nem que seja só por mais um dia.
Mas afinal o tal País parou porquê? Breves minutos é certo, ainda asim valeu a pena porque mais uma vez atestámos da credibilidade deste regedor barato que voltou a vociferar mais umas quantas futilidades, tipo a culpa é dos outros, eles são os profetas da desgraça, juntem-se a mim que eu vos darei o trilho certo. Qualquer pastor, seja lá isso o que for, das novas crenças não teria feito melhor. E jamais fará. Assim sim, a luz que nos alumia, esta governança que nos mantém vivos e bem acordados, há-de fazer de nós gente. Roguemos pois ao Verdadeiro criador de todas as coisas que o faça perdurar. Não queremos outro. Matem pois os que o acossam e não deixem que este brilhante vendedor de promessas que dá cor às coisas se vá embora. Curvemo-nos ante tal homem que vai polindo a frase e ao mesmo tempo forja um estilo que lhe permitirá polir mais adiante. Oh candeia que vais à frente, nego-me a dar-te facilidades. O verdadeiro diamante do meu País não és tu, nem os teus! Vós mentis! Esse diamante é fruto do meu esforço e do súor de um povo e se não houver esperanças de que o teu discurso seja bem recebido, o que tens a fazer é não o declarar, ou melhor, abalares. Triste, muito triste, é que a Nação já percebeu que instruir-te é constranger-te! Já não há quem o não saiba. Desaconselho-te pois a polémica. Abandona o teu discurso que não leva a nada e aprende a distinguir a causa do efeito. Ponto final.
Mário Rui