sábado, 9 de janeiro de 2021

Como vencer um debate sem precisar de ter razão

Tenho assistido aos debates entre os candidatos à presidência da República. Ainda bem que terminam hoje estas (in)diferenças olímpicas e suas pobres consequências entre cada um dos pretendentes a Belém. Sobretudo porque agora, e com uma serenidade budista, já posso dizer que percebi bem a medida do carácter dos seus autores e da causa a que servem. Da influência dos presidenciáveis num Portugal de futuro é que não percebi muito já que a elevação de linguagem nas causas escolhidas e defendidas deixou muito a desejar. Só faltou o dedo em riste a roçar o nariz do adversário tal foi o maquiavelismo autopromocional de algumas candidaturas e, em especial, a ausência de um quadro maior da história das ideias que façam enriquecer os eleitores e permita erradicar de vez a política trauliteira. A única conclusão séria que consegui reter e, já agora, não me parece despiciendo referi-la, é que seria bom que os candidatos soubessem como vencer um debate sem precisar de ter razão. Apesar de tudo, que cada eleitor vote como muito bem lhe aprouver.


Mário Rui
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Está frio

Está frio. Frio que gela as mãos e, até, sabe-se lá porquê, a alma, que para uns pode ser uma constante expressão deles próprios e para outros a mudez sagrada do que são. Cada um é como cada qual e ponto final, mas a verdade é que venha o frio na asa da rajada da tarde invernosa ou tão cedo se eleve a névoa da madrugada, continua a sentir-se frio. E, mesmo que a aurora por vezes pareça querer trazer sinal esplêndido de sol morno, oprimido por uma leve angústia, já o sonho de um dia fantástico não é o mesmo. E lá ficamos no íntimo com as reminiscências de harmonias não ouvidas porque o frio tem uma vontade enérgica de nos cercear a multiplicidade dos nossos prazerosos atributos. Enfim, valha-nos nestes invernos a reflexão que, essa sim, sempre se pode servir quente.


Mário Rui
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Por aí


 

Mário Rui
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Flores humildes que fazem a diferença.


 

Mário Rui
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