sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Guimarães assistiu ao Funeral de Portugal




Só possível em Portugal! Já que foi aqui, diz-se, que nasceu o Condado Portucalense, pois então que seja aqui, Guimarães, que finalmente se enterre este nosso país. E já agora com a solene presença da G.N.R., com salva de tiros e o mais que quisermos. Sintomático! Mesmo teatralmente falando, tudo isto pode ser encarado de uma de duas formas. Ou acabou-se o decoro de algumas instituições e pessoas ou então é mesmo o fim. Responda quem souber. Em todo o caso ainda há uma tereceira alternativa. É rirmo-nos a bandeiras despregadas tal é o estado a que chegámos. E com fato de gala! "Esta é a ditosa pátria minha amada, à qual se o Céu me dá que eu sem perigo torne, com esta empresa já acabada, acabe-se esta luz ali comigo." Se Camões fosse vivo, que falta nos faz, estaria hoje com os dois olhos (o cego voltaria a ver esta nacional finitude) esbugalhados e a pensar; « .. o que faço eu aqui?».Triste, tristíssimo tudo isto!!!!!!!!!!!!

Mário Rui

Despautérios ditos educativos


























Embustes. Embustes ditos educativos foi o que uma geração de pretensos cuidadores da coisa pública, e nomeadamente na área do ensino, nos deram ao longo de 37 anos. Nós percebemos bem a lacuna em que estes cuidadores sempre chafurdaram. Gente impreparada para o que quer que fosse, à excepção da sua sua própria visão num futuro individual risonho, gente que mais não fez senão desbaratar o tesouro educativo-profissional em nome duma política mentirosa e de massas, revolucionários intelectualóides, que só trouxeram caos e miséria educativa. 

Se o anterior regime discriminava, e infelizmente fazia-o, ainda assim manteve por muitos anos uma aposta  séria no ensino técnico-profissional. Os que vieram a seguir foram e são tão tolos, tão estupidamente curtos de vista que nem o valioso património que havia a aproveitar souberam guardar. Tiveram todas as condições para o fazer. Nem que fosse às escondidas! Mas não. Sempre lhes faltou inteligência para traçar o caminho certo. 

Também já não nos sobra tempo para continuarmos a tentar explicar a esta horda, como fazer. É que ‘burro velho, não aprende línguas’, como diz o povo. Mas não é por ser velho, é mesmo por ser burro. Bem poderíamos, nós que enveredámos por esse ensino técnico-profissional na década de 60/70, o dito ensino excluidor e de eleitos, ensinar a esta gente de ora como fazer. Era tão simples! 

Quando realmente nos propomos a tal desiderato, foge-nos, qual areia entre os dedos, a vontade de ensinar a gente inculta o modo de fazer bem. E foge-nos apenas porque nos fica o sentimento de que eles não querem aprender. Há insondáveis interesses que camuflam a aprendizagem que deveria determinar o saber ser-se bom dirigente. 

Enquanto esta geração de pessoas não for varrida da cena política nacional, e chamem-me conspirador, Portugal não será modelo para ninguém. Bem podem esforçar-se por fazer mais e melhor que nunca lá chegarão. E então no ensino, muito menos. Ninguém pode ensinar aquilo que não sabe. 

Continuem a usar as vossas melhores vestes, a vossa verborreia palavrosa e já agora mantenham o fato e a gravata. Todo este caldo há-de continuar a dar-vos estatuto social. 

Nós, os que aprendemos nas oficinas de torno e bancada, a apanhar choques eléctricos, a fazer desenho-técnico, mas também a ler Camões, Eça e tantos outros, jamais alinharemos convosco. Nem nos falem do que não sabem ò cuidadores de coisa nenhuma.

Não há modo de mandar, ou ensinar mais forte, e suave, do que o exemplo: persuade sem retórica, impele sem violência, reduz sem porfia, convence sem debate, todas as dúvidas desata, e corta caladamente todas as desculpas. Pelo contrário, fazer uma coisa, e mandar, ou aconselhar outra, é querer endireitar a sombra da vara torcida.

Mário Rui