sábado, 4 de maio de 2013

Projecções, planos, reformulações, ajustamentos, cortes, impostos e balelas






















Cansados de reformas, projecções, planos, reformulações, ajustamentos, cortes, impostos, contribuições, austeridade, rescisões, despesa corrente, mercados, mobilidade, requalificação, solidariedade, convergência, equidade, salários, pensões, instabilidade, equiparação, meta, défice, códigos, tabelas, excedentários, programas e, por fim e por agora, tudo igual a fracasso! Realmente este governo não governa! Até pode estar a tapar os buracos que outros cavaram, mas governar não sabe! Vai, isso sim, directamente ao ganha-pão de cada uma das pessoas que trabalham para o Estado ou das que descontaram uma vida inteira e têm reformas ou pensões. Parece ser a única coisa que conta, tão pobre é o pensamento político e social desta gentalha. Gaspar, o que verdadeiramente manda, deveria estar em lugar seguro tal é a confusão que lhe vai na cabeça. Seguro e escondido dos olhares do povo posto que a ciência económica que aprendeu nos bancos da escola, qualquer que tenha sido, mais não lhe conferiu senão saber astrológico. Tanto estudo, tanta sapiência e não dá uma com princípio, meio e fim. Mas será que todo este caldo de incompetência não falece? Mas será que não conseguimos, nós mesmos, entender que estes brilhantes alunos, Passos é outro bom exemplo, paridos pelas “jôtas”, supremos protectorados do povo que há-de vir, são apenas a face vísivel do vergonhoso embrulho de miserabilismo da nossa vida enquanto nação? Mais ultrajante ainda é o modo como é usado o verbo frente a qualquer câmara de televisão. Tudo vai mal, mas a cada alocução pública, os governantes verborreiam de tal modo que até parece ser esse o momento da esperada viragem. Boçalidades, é o que ouvimos. Nada mais que boçalidades. Mentiras e mais mentiras, decisões que não só enterram cada vez mais o país como não satisfazem as condições-limite em que nos encontramos. Cada medida tomada é assim uma decisão arriscada: não passa afinal de um comprometimento dos parcos recursos presentes com um futuro incerto e desconhecido. Uma empresa, o Estado, deve ser construído com base na confiança, que, por sua vez, é construída com base na comunicação séria e na compreensão mútua. Se, pelo contrário, líderes fracos trazem sempre grandes fraquezas, então significa que a empresa falhou. Até podíamos conceder algum bónus à pobre prática político-social destes reles e impreparados gerentes. O problema é que, mesmo se o fizéssemos, algum conhecimento que lhes assistisse seria inútil até que fosse convertido em boas acções! E, a julgar pelo cenário, jamais teríamos boas acções. Basta! Todos os pressupostos se têm revelado errados, todas as metas inatingíveis, todos os indicadores se têm mostrado em degradação acelerada com as medidas de austeridade impostas. Qualquer distraído da mais baixa condição percebe isto. Percebe que a catastrófica via em que nos meteram apenas desgraça o país. É necessário deter, romper a cadeia de acções negativas e criar, por pequeno que seja, um espaço livre da cacofonia deste deprimente espectáculo. É aos homens e mulheres de maior juízo e competência que é dado atravessar, com danos mínimos, as revoluções políticas das nações. Nunca aos que se igualam aos actuais regentes da orquestra que desafina Portugal. Eu, feito um parvo protagonista desta história surreal, já há muito que descobri a “opressão” e me “radicalizo” ao ponto de me alistar como um fervoroso partidário do movimento que pugna pela extirpação destes falsos homens da batuta. Assistir a actos discursivos como o de ontem, que preconizam ainda mais violência e burla, mascarados de heroísmo patriótico, só agrava a nossa condição de escravidão! Mudem-se os tiranos, acolha-se o sensato.

Mário Rui