quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Que imagem preferem?





Confesso que não é tanto o facto de se tratar de um satélite, de seu nome ROSAT (abreviatura de Rontgen satellit), poder vir a cair na Terra na próxima semana, entre 21 e 24 de Outubro, que me assusta. Já me causa um grande arrepio não se saber ao certo qual o local em que tal bicharoco irá cair. É assim mesmo.


A Agência Espacial Europeia (ESA) refere que os riscos potenciais da queda são maiores do que o UARS da NASA, que caíu no oceano Pacífico, no passado dia 24 de Setembro.


O que verdadeiramente mais me preocupa, é que se trata de um satélite alemão. Alemão, sim. Como a tecnologia bélica nazi ultrapassou barreiras ao tentar implementar as mais perfeitas máquina de guerra, assunto que ainda é motivo de controvérsias em pleno século XXI, eu sei lá o que anda essa gente a congeminar. Lembram-se dos foguetes V2, da tecnologia infravermelha, caças com designs aero-dinâmicos e tanques gigantescos. Esses são meros exemplos das tecnologias criadas por cientistas nazis durante a Segunda Guerra Mundial, cujas intenções eram a aniquilação rápida dos adversários do 3º Reich e a supremacia militar de um império motivado por ódio e rancor.


Evidentemente que hoje ninguém acredita que tal barbárie se venha a repetir. Digo eu...
Em todo o caso, devo acrescentar que aquilo a que alguns chamam de civilização é o estado actual dos seus costumes e o que chamam de barbárie são os estados anteriores. Daqui facilmente deduziremos que os costumes presentes serão chamados bárbaros quando forem costumes passados.


Bom, dito isto, quem me garante que esta estrutura prestes a cair não vai aleijar por aí um qualquer incauto cidadão ou, pior, não nos vai cair no prato da sopa. Havia de ser o bom e o bonito. Com a crise que vai grassando por essa Europa fora, com a simpatia da actual líder alemã, Frau Angela Merkel, eu sei lá para onde estão apontadas as baterias do inconformismo germânico, sobretudo para com a actuação desastrosa de alguns governos que até me escuso revelar, tão conhecidos são.



Também não quero aqui afirmar que um pedacito desse monte de sucata vindo do além, nos vá causar propositadamente um grande dano. Bom, seria mais um a juntar a tantos outros com que já nos debatemos. Em Portugal, é deste país que estou a falar. Era mesmo só o que nos faltava.


Mas lá que vai cair, é verdade. Que é alemão, também está provado que sim. E agora o que dizer, sempre em jeito de graçola séria e pensada, apesar de graçola, a propósito de tão irritante queda? Houve um tempo em que se dava habitualmente aos alemães, como sinal de distinção, o epíteto de «profundos»; agora, que o tipo de maior êxito do novo germanismo ambiciona honrarias completamente diferentes e talvez sinta, em tudo o que tem profundidade, a falta de «aprumo militar» que lhe foi tirado há sessenta e seis anos, quase é oportuno e patriótico duvidar-se de não ter sido engano aquele antigo elogio.


Enfim, isto sou eu a pensar alto e a provocar ruído. De todo o modo, caras portuguesas e portugueses, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Assim sendo, entre 21 e 24 de Outubro do ano da graça de 2011, não vá o diabo tecê-las, e sendo nós supersticiosos, o melhor é virar a cabeça para o céu e, desconfiando de qualquer anormalidade que se movimente velozmente em direcção ao nosso chão sagrado (grande Amália), fujam e procurem abrigo seguro.


Euros não serão com toda a certeza e portanto só pode tratar-se de parte, ou do todo, do satélite de que vos falo. Agora armem-se em altruístas e tentem apanhar um parafuso que seja de tão diabólico e estranho objecto com origens alemãs. Se de Espanha, dizem os antigos, não vem bom vento nem bom casamento, então da velha Alemanha certamente não virá nenhum adoçamento. Depois não digam que não vos avisei.

Mário Rui