segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Explicação



Existe uma explicação muito simples para o facto de raramente me ‘verem’ escrever sobre política ou economia, finanças ou gestão.
Não se trata, neste caso, de falta de inspiração ou de pouca vontade de me sujeitar a críticas que possam resultar de posições mais radicais. Escrever sobre temas assim é chato, porque nada do que se possa escrever sobre eles me satisfaz. E eu ganharia muitos mais inimigos se vos lembrasse todos os dias que têm mais impostos para pagar e menos dinheiro nos bolsos.
Pedir desculpa aos políticos incompetentes por raramente escrever sobre eles está fora de questão. Ou aos vigaristas, ladrões e terroristas das Instituições públicas e privadas que sem vergonha nenhuma nos roubam todos os dias. Eles também nunca nos pediram desculpa pelo estado do país e do mundo, pelos espíritos que corromperam, pelo fardo e pelo destino que nos deixaram, pelas consciências e futuros infelizes que nos construíram e pelos buracos financeiros, e outros, que cavaram.
Escrever sobre o estado da política ou da economia não faz mais senão contribuir para o pessimismo e para a depressão social. E, estranhamente, contribui também para elevar o ego daqueles que, dissimuladamente afirmando que querem o bem geral, não fazem senão parte de uma seita que, subjugando tudo e todos, só querem poder e controlo.
Não é preciso sequer lembrar-vos que a actual situação do país é fruto da incompetência e da sede de poder desses mesmos senhores, que a corrupção que lhes corre nas veias envergonha os homens honestos, e que a sua tirania e avidez desmedida nos lança para o abismo.
As minhas crónicas não são a cura para ninguém. Não são sequer a fórmula mágica para resolver os vossos problemas. Mas quando os há, fiquem a saber que não estão sozinhos!
Por isso, se ainda me deixarem, vou continuar a escrever sobre aquilo que nos diz mais respeito, procurando diminuir a distância entre nós com assuntos com os quais se identificam e confiando que é sobre isso que gostam de ler. Está bem?
Quanto a esses restantes senhores de quem não falamos ou escrevemos, lembremo-nos apenas de que eles lá estão. Porque qualquer dia…

Rui André