sábado, 26 de maio de 2012

Gritarias dos que julgam que podem.




















Esta é a foto vergonhosa do que é permitido aos donos da bola: neste país a quem é permitido poder gritar a agentes da polícia sem que seja imediatamente advertido ou preso? Que cidadão pode condicionar e coagir uma força de autoridade sem que esta lhe faça saber, sem ambiguidade, que a autoridade é ela mesma e não quem berra mais alto?

Mário Rui

Felicidade




















Convinha-me lê-lo. O livro. Carlos Zorrinho, à semelhança do outro , sem diminutivo, queria também deixar a sua marca. E lá o fui lendo. Até chegar a meio e me fartar de tanta opinião dialéctica, tanta tentativa vã de nos ensinar a fazer uma gestão correcta da tal felicidade. Desde logo não consegui perceber como se faz a gestão do que quer que seja, e muito menos da felicidade, se antes do mais não tivermos acesso a ela. E não temos. Sim não é, para se gerir a coisa há que possuir a coisa! 

Depois também não consegui perceber, defeito meu pois claro, o que é isso de ‘lição de sapiência’ para explicar o tema, a sua gestão e o seu impacto na transformação do mundo.  Ou não interpreto bem ou então ‘lição de sapiência’ é aula a mais para que consiga interiorizar o dito conceito. 

Numa sociedade como a nossa, em que se morre de fome e de miséria, em que se vê a violência a toda hora, em cada esquina, francamente esperava ver no livro novas fórmulas, até as espirituais, para almejar o fim em vista. Não as vislumbrei.

"A felicidade consiste em ser o que se é", afirmava Erasmo de Roterdão no Elogio da Loucura. Conhecer e respeitar aquilo que somos, as nossas necessidades, encontrar modos para exercer o que somos, pode ser um caminho saudável para a existência. Distante de padrões estipulados socialmente, longe da hipocrisia social que exige a anulação do que se é, como forma de ser, podemos valorizar tudo o que produz vida em nós.  

De facto, também me parece que só longe de padrões – péssimos - estipulados socialmente, sobretudo pelos donos do meu país, longe da hipocrisia social que exige a anulação do que se é, como forma de ser, é que talvez se consiga uma razoável forma, mais positivista de cá estarmos.

Talvez seja triste descobrir que algumas coisas não são como pensávamos que fossem. Mais triste talvez seja perceber que o que escolhemos como caminho não é bem como imaginávamos ser. O que fazer diante de situações dessa natureza? Como produzir vida em nós?

 Em primeiro lugar, fala agora um ignorante na matéria mas seguro dos males que nos impedem de sermos felizes, haveria que desalojar das cadeiras do poder  as “lições de sapiência”  que nos querem incutir e, claro, os seus mentores. São os mesmos há demasiados anos. Leiam os jornais. Todos os dias. Reparem no que lá se diz. Diariamente todos se transformam em usurpadores da felicidade que os mais infelizes querem conquistar. A todas as horas há escândalos que nos envergonham.

Assim, como é possível alcançar o desiderato da felicidade?

No livro em causa, até o prefácio, escrito por Almeida Santos , mais não parece ser senão uma blindagem corporativa. Uma espécie de ‘grupo do elogio mútuo’. E estamos a falar de felicidade. O que será quando se fala de outras coisas?

“Gestão da Felicidade”, setenta e nova páginas para ler, custou-me quase 11 euros. Na altura comprei outro: “Os Anos Blair”, oitocentas e treze páginas, 20 euros. Não discuto conteúdos nem gostos. Perceberam agora o que é felicidade para alguns? Eu já!

Mário Rui

Atenção !!!!!

























Mário Rui