segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Faltei à Aula Magna"

Freitas ao i: "Faltei à Aula Magna porque o encontro não era equilibrado" - Pag 1 de 2 | iOnline


"Faltei à Aula Magna porque o encontro não era equilibrado"

Claro, para encontros desta natureza convém que não apareçam desequilibristas e muito menos curandeiros. Até eu deposito pouco esperança em “magnas aulas” mas devo aceitar que a política é a crítica contínua da realidade, mecanismo de mudança e não de preservação ou conservação. Mas creio também que os sofredores precisam de acreditar no que não está ao alcance de certas pessoas quando se dizem capazes de remover uma qualquer espécie particular de sofrimento. Há habitualmente nestes fóruns vozes que se transformam numa espécie de consumismo, não de cidadania. Como julgo saber qual a diferença entre o melhor e o pior, já não me contento com um qualquer consenso, mesmo que ele pareça confortável e prazeroso. Prefiro decidir por mim mesmo a diferença entre o que se diz e a acção prática justa e/ou injusta de vozes que só agora se julgam habilitadas a reinventar a noção de bem e de mal num regime que se ambicionou de justiça. Tarde demais! São demasiadas facas bem afiadas que, a seu tempo, me começaram a pressionar contra um futuro incerto. Não vale a pena alvitrar apenas a propósito das que comprámos na mais recente feira das vaidades políticas. Tal feira já vem do longínquo e até os feirantes ainda por cá pemanecem. Uns continuam fiéis à sua tenda de fatuidades, outros não quiseram manter um compromisso exclusivo. Ainda assim acho os últimos mais criticáveis. Creio que usaram de estratégia pouco ética para fazer ascender o seu praticante ao topo. Mentes políticas menores que seguiram o seu percurso sem atenderem aos seus fundadores que prudentemente lhes haviam salpicado o caminho com sinais de alerta. Mesmo assim, mudaram-se de ares. Talvez seja por isso mesmo, quem sabe, que hoje lhes soa ao ouvido a campaínha do chamamento equilibrado ao ponto de partida. Tarde demais, outra vez!

 

Mário Rui