terça-feira, 11 de março de 2014

Notáveis (???) de esquerda e de direita


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não fosse dar-se o caso de grande parte destes “notáveis de esquerda e de direita” terem sido justamente os fiéis depositários da enorme penhora feita a todos os portugueses, fruto da sua própria ineficácia, incompetência e gula individual, hoje estaria a dar nota positiva à pretensão de tal prole. Nem mesmo acreditando que a força da revelação – impossibilidade de pagar tão gigantesca dívida – cedeu o passo às palavras destas enganosas efervescências, me convenço da bondade patriótica que agora parecem querer assumir. A especificidade de tal espécie política tem muito que se lhe diga e como as “boas intenções” que manifestaram no caminho percorrido até à miséria de hoje só mostraram más acções, estou ciente de que, o actual clamor da remissão de culpa pelo calote nacional, é disso que se trata, mais não é por banda desta gente senão um novo individualismo que não cessa de multiplicar as aspirações do íntimo em vez de as curar. Rua com esta gente! Os direitos dos mais fracos foram modelados pelos vossos abusos, não me sendo possível compreender como é que agora se juntam aos poucos que felizmente não foram ainda contaminados por tais desmandos. Estarão também os bons equivocados quanto à parceria agora assumida? Lamento se assim for, mas certamente estarão a tempo de não correrem esta maratona com tais “companheiros”. Os corredores que nos prometeram um país próspero, o monopólio do sonho da vida bela, pareciam os guardiães da entrada do Portugal florescente mas, afinal, apenas nos deixaram covas onde enterrar a nossa autonomia. A deles, essa sempre esteve a salvo e como já não há fronteiras que limitem o acesso recorrente a tudo a que possam pôr a mão e ajeitar o bolso, pelo menos que sejam os valores dos bons a marcar os limites da soberania do nosso país. Endividaram-nos, trocaram vidas humanas reais por glórias próprias e ainda por cima vêm agora reclamar a credibilidade pelo mal que nos fizeram. Impensável, impensável assim ser. Acho bem que, se possível, resgatemos o respeito traduzido na eventual reestruturação da dívida que temos. Mas jamais com gente desta, que já falou em não pagar, em negociação, em renegociação, em reestruturação. Eles sabem lá o que dizem, sabem é que não querem perder as actuais e as futuras reformas douradas, posto que os valores que defendem são meras cotações. Que lutem, que nos ajudem os sérios deixando de fora os mentirosos, os mesmos de sempre!
 
Mário Rui

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