segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Para onde vão os valores?


Podia estar a referir-se a qualquer uma das forças políticas que ontem se submeteram ao voto popular. Sinceramente, o meu comentário em nada se alteraria quanto à estupidez da declaração produzida. Não tanto pela satisfação manifestada relativamente à derrota do PSD, compreendo-a, mas antes pelo retorno da incerteza que este homem representa. Quando confronta, publicamente, derrotas eleitorais com funerais, só pode estar a dar conta da pessoa sem vínculos de laços humanos que é.  Ademais, para alguém que já foi primeiro-ministro e líder de um partido, não consigo entender quais os méritos de tal linguagem, embora haja algo que agora se me é dado a confirmar; é que este ‘vomitar’ de ódio, estado que sempre me indignou quando posto na boca de alguém,  vem afinal na linha de um certo pensamento  que, embora a alguns possa parecer distinto, é apenas a curteza de vistas e sentimentos que impedem o abarcar da generosa riqueza da experiência humana. O  que dizemos e pensamos, rejeitando a nobreza das palavras ditas, poderá ser alinhado, ordenado, adequado aos padrões de uma educada convivência? Não! Sobretudo se se persistir numa ilusão de sabedoria conquistada e, muito pior que isso, se se estabelecerem diálogos vexatórios entre coisas menores e outras de maior grandeza.  É lamentável que a família dos pensamentos de certa gente esteja irremediavelmente repleta de anões. Sócrates, não há como aprender a “fazer certo” na próxima oportunidade, ainda que eu duvide quanto á ressurreição da “próxima”. Afinal só se nasce uma vez e eu nunca vi funerais animados. São mesmo o fim, para os que partem e para quem fica com a dor. Respeito e política são decididamente expressões da vida humana que não se relacionam. Pelo menos enquanto por cá andarem os que se guiam por impulsos maus, mesmo que vociferando por meio de metáforas julgadas inimputáveis!!

Mário Rui

Autárquicas 2013



Análise aos resultados nacionais das eleições de ontem.  Desde já aviso que se estiverem disponíveis  para lerem o que se segue , a página mais importante foi arrancada! Era a da verdadeira reflexão.
Leis de Murphy
PSD -  «Se se mexe numa coisa tempo suficiente, esta acaba por avariar»
PS -  «Quanto mais ineficaz for a pesquisa, maior será o número de pessoas que a lerão e concordarão»
CDS - «Qualquer coisa acabará por funcionar, se se perder o tempo suficiente a mexer-lhe ao acaso»
PCP -  «O progresso não consiste em substituir uma teoria que está errada por outra que esteja certa»
Bloco de Esquerda -  «Não se pode cair do chão»

Resumindo:
1.- Tudo depende
2.- Nada é sempre
3.-  Tudo é às vezes

Mário Rui

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A ver vamos



«Não o devemos ocultar! Fala-se, nem letra de mais, nem letra de menos, numa r-e-v-o-l-u-ç-ã-o ! Mas qual?»

Eça de Queirós - Agosto 1871

A ver vamos
Acaba hoje mais uma cruzada eleitoral. Não me pareceu ter dado um salto qualitativo se comparada com outras antes levadas a efeito. Não vi propostas ou apostas muito diferentes das que esperava, ou seja inovadoras quanto ao conteúdo, pelo que me limito a atribuir-lhe nota de sofrível. Quanto à forma, destacaria apenas o recurso às chamadas redes sociais, novo meio para fazer passar a mensagem e, mesmo assim, julgo não terem sido aproveitadas a contento dos interessados. Em suma, diria que se manteve a tentação de recorrer à bola de cristal para visualizar o futuro e o passado, em busca de rupturas entre velhos fins e novos começos. A oralidade dominante, a exemplo do acontecido em anteriores actos eleitorais, encarregou-se de dar destaque a esse rompimento com ‘velhos fins’, coisa de resto fácil quando apenas proferida, tendo enchido a boca com “os novos começos”. Estes últimos, não deixando nesta altura de serem igualmente, e apenas, despachos de pronúncia, são a meu ver o verdadeiro compromisso que, em tese, os diversos candidatos assumiram com os seus representados. Digo em tese já que tratando-se à partida de uma tarefa singela mas difícil, não deixa por isso de se tornar parte do vocabulário social e político contemporâneo a que fomos habituados desde que há eleições livres em Portugal. Procurando achar afinidade entre tal vocabulário e obra concreta, da boa, quedo-me pelo pouco que foi oferecido ao país. Já ia sendo tempo de o engrandecer tantos têm sido os candidatos à mudança. Na verdade, porém, convenhamos que estamos a tratar de conceitos complicados, às vezes honestos e às vezes muito suspeitos, a propósito dos quais já se verteu muito suor e nem sempre com resultados satisfatórios para a maioria. Também, e especialmente em redor desses conceitos que nada de bom produziram, foram feitas e desfeitas inúmeras carreiras. Pena é que as construídas à volta de tais concepções tenham sido em maior número que as destruídas. O corolário disto não foi nada animador. Está à vista de todos. Bom, mas falávamos do fecho da campanha eleitoral e gostaria então de deixar uma última nota. Com a recente reorganização administrativa do poder local e do território, mais de mil freguesias desapareceram do mapa tal como existiam. Foram agregadas. Não me interessa discutir sobre as medidas específicas tomadas a este respeito, interessa-me sim dizer que não foi feita qualquer reforma administrativa digna desse nome. Foi feito um ‘arranjo’ desastrado e não mais que isso. Mas neste particular também importa referir que a qualidade da maioria dos candidatos a este órgão é de facto de confranger. Pelas suas inaptidões, insuficiências e especialmente parcas vocações políticas. No todo nacional e partidariamente transversal, sendo poucas as honrosas excepções. Não há que ter medo das palavras! Será que os partidos não conseguem reverter esta ‘melancolia’ eleitoralista? É que aridez assim exposta, também pode concorrer não para a eleição mas para a extinção da Junta. Eu sei lá se não é por este motivo que ao invés de se pretender fazer uma reforma deste órgão municipal não se quer antes mandá-lo para a reforma! Cuidado!
Votem bem.

Mário Rui

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

São as eleições, estúpido!



À medida que decresce a verdade a ilusão aumenta. Não importa o que se inaugura. Importa que se inaugure! A forma e o conteúdo da inauguração, isso sim, são a justificação total das condições e dos fins de qualquer poder instalado e nomeadamente de qualquer campanha eleitoral que desse poder resulte. Ou seja, no mais das vezes, a inauguração é apenas uma ‘dádiva’ astuciosa, mimo aliciador, sinal da ‘produção’ reinante. Já alguém o disse e com toda a propriedade que, nestas condições, «o suposto verdadeiro é apenas um momento do falso». Com razão ou sem ela, a verdade é que assim é. Cada um de nós bem pode projectar no futuro todo um conjunto de aspirações e inquietações, sobretudo aquelas que minam o nosso bem-estar e o direito ao sossego, que a história prossegue o seu curso indiferente às nossas preocupações. Tentar abrir o diálogo que induza à resolução do desassossego que nos assola, com quem deve zelar pela quietude que merecemos, esse é que é contrato quase impossível. É correr o risco de uma pura perda de tempo. Quando instigados à resposta, os políticos inscrevem-se invariavelmente no universo do discurso do “estamos a considerar o assunto”, “já alertámos para…”, “está previsto para…”, enfim, expressões vagas, lugares-comuns. Depois, alguns deles admiram-se da revanche assumida pelos lesados em prol da recuperação do que foi perdido. Acho mais! O representante, devendo perseguir os interesses dos representados, nem em tempo de eleições lhes guarda apreço. O princípio sobre o qual se deveria fundar a representação política acaba por ser a antítese desse mesmo princípio. Lamento, mas vivenciei casos de sobra que me conferem autoridade para assim concluir. Guardo consideração íntima em relação aos que, são poucos mas ainda os encontramos, sempre foram o garante do cumprimento do acordo estabelecido com a gestão do equilíbrio dos governados. Normalmente não os vejo em inaugurações eleitoralistas. Essa é a razão substantiva que me leva a pensar que tais “consagrações” nem sequer deveriam existir. São rios de tinta, e de muitas outras coisas, que rapidamente perdem a cor. Notável, é a inauguração continuada de obras com valores mais seguros e mais fecundos que, mesmo podendo não ser as ideais, pelo menos não agravam a condição de vida de alguns. Desde o dia zero e até ao último. Quando assim não acontece, o fraco ofendido desabafa maldizendo. Que mais lhe resta?

Mário Rui

terça-feira, 24 de setembro de 2013

"O Poder Local do Estado Novo à Democracia: Presidentes de Câmara e Governadores Civis, 1936-2012".



Quem constitui o poder local em Portugal? Quais os grupos sócio profissionais que controlaram as câmaras municipais durante o Estado Novo, no período de transição de 1974-1976 e no período democrático? Qual a evolução do grupo dos presidentes de câmara e governadores civis e quais as diferenças nos critérios de recrutamento e acesso ao poder que foram introduzidas pela alteração do regime?
Para responder a estas questões realizei um trabalho intensivo de investigação e recolha de fontes que resultou numa base de dados com mais de 6.000 entradas respeitantes a 3.102 presidentes de câmara (e vice-presidentes, além de presidentes e vogais de comissões administrativas entre 1974 e 1976) e 402 governadores civis (e substitutos), cujas listas são publicadas neste livro de divulgação e análise do nível de poder político que mais próximo se encontra dos cidadãos.

Maria Antónia Pires de Almeida, PhD
Investigadora científica.

Mário Rui

Trapaceiros - o novo filme de Portas


Está bem lembrado, sim senhor.  E segundo ouvi dizer, Woody Allen repetirá o título do filme produzido em 2000; “Trapaceiros”. Só que agora em versão portuguesa e, obviamente, só com actores de cá. São os melhores, tendo em conta o argumento da película.


Mário Rui

Quem Escreve

  
QUEM ESCREVE
Quem escreve quer morrer, quer renascer
num ébrio barco de calma confiança.
Quem escreve quer dormir em ombros matinais ...
e na boca das coisas ser lágrima animal ...
ou o sorriso da árvore. Quem escreve
quer ser terra sobre terra, solidão
adorada, resplandecente, odor de morte
e o rumor do sol, a sede da serpente,
o sopro sobre o muro, as pedras sem caminho,
o negro meio-dia sobre os olhos.

António Ramos Rosa


Mário Rui

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Merkel


Merkel obtém vitória eleitoral

Merkel vai ganhar a Margaret Thatcher. Em anos de mando!  O que virá por aí?
Por mim, só sei uma coisa; as incessantes transformações geológicas que a Europa começou a sofrer, e em particular as diferenças acentuadas de clima daí decorrentes, tornaram o velho continente em zona de convicções, crenças e atitudes muito estranhas.

Mário Rui

sábado, 21 de setembro de 2013

Estamos a subir as escadas



Portas: «Saímos do fundo, estamos a subir a escada»

Vice-primeiro-ministro diz que só falta saber a que velocidade é que Portugal vai voltar a crescer.
(Imprensa de ontem)

De mão vazias
É por pura cortesia da escuridão circundante que se permitem as palavras irrevogavelmente estúpidas! Evoca-se a prosperidade juntamente com a visão real da miséria e do descontentamento geral. No meio do caos, ainda há pessoas que insistem na miragem de um país estável, servindo-se de objectos irreconhecíveis a todos os que sofrem. Há silêncios tão inteligentes que melhor seria que estas vozes não se fizessem ouvir. Nunca o lixo político foi um ingrediente indispensável ao processo criativo! E teremos que continuar a levar com ele?

Mário Rui

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Crise, a Troika e as Alternativas Urgentes


Os resultados da aplicação do programa da Troika em Portugal nos dois últimos anos estão à vista de todos: desemprego maciço, aumento das desigualdades e da pobreza, instabilidade pessoal e social, emigração forçada, falências de empresas. Alguns insistem em ver nestes sinais os custos inevitáveis de um processo de ajustamento necessário, transitório e essencialmente correto. No entanto, é hoje claro que aquela estratégia falhou nos seus próprios termos: as metas de redução do défice orçamental foram sucessivamente adiadas e a dívida pública é hoje mais insustentável do que em 2011.
Este livro procura demonstrar que o programa da Troika não resolve – antes agrava – as dificuldades que começaram a avolumar-se há duas décadas e que conduziram Portugal à situação presente. Assim, construir alternativas à estratégia da Troika é fundamental para inverter o actual círculo vicioso de degradação social, económica e democrática. Mas também para construir um modelo de desenvolvimento para o país que seja económica, social e ambientalmente sustentável.

Mário Rui

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Desengajamento e rompimento


A fazer fé no que o jornal i titula, fica-me a confirmação de que estamos rodeados de gente sem vínculos, o que de resto parece ser a nota dominante, central, dos tempos políticos modernos. Não entendo o motivo pelo qual algumas pessoas se dispõem a ocupar cargos que deveriam ser de total e imaculado percurso público, sabendo-se não confortáveis com o trilho escolhido. Será masoquismo? Será um sonho atingir a cadeira do poder a qualquer preço? Bem vistas as coisas, tudo isto não é mais que uma oscilação entre esse sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Pois se a complexidade do assunto já era densa e difícil demais para ser desfeita ou destrinchada, então expliquem-me lá que outra cousa terá impelido a ministra a aceitar o cargo. Só encontro uma explicação; hoje, as promessas de compromisso são irrelevantes. A facilidade do desengajamento e do rompimento de carácter é actualmente de tal natureza que só leva alguma gente à recusa em sair de cena. Mas, se bem percebi, estamos a falar de mentiras, algo que deveria chocar qualquer mente de boa índole. Enfim, há que aprender a ser optimista. Há que concluir que parte desta culpa cabe a todos nós, como integrantes desta sofrida vida e perceber que muito podemos ainda fazer para reverter este ciclo negativo da política nacional.

Mário Rui  

Síria a ferro e fogo. Não há árbitro!


Síria a ferro e fogo.

Não há árbtiro!

Segundo os termos de um acordo elaborado entre os EUA e a Rússia, o regime do presidente al-Assad comprometeu-se a desmantelar, sob supervisão internacional, o seu arsenal de armas quím...icas.

Washington afirma que foram as forças do presidente que estiveram por detrás do ataque ao subúrbio de Damasco.

O presidente russo Vladimir Putin já mostrou sérias dúvidas sobre as certezas dos EUA, tendo afirmado que existe a possibilidade de terem sido as forças insurgentes as responsáveis pelo ataque químico.

Segundo o relatório da equipa de peritos da ONU destacada para a Síria as amostras recolhidas são provas claras e convincentes de que foram usados foguetes contendo o gás ‘Sarin' no ataque à área de Ghouta em Damasco.

O relatório diz que o gás Sarin foi usado nos bombardeamentos do dia 21 de Agosto na capital síria, mas não indica o autor do ataque.

Eu até posso perceber, embora não acreditando no que diz Washington e muito menos no que diz Moscovo, que tudo se joga no plano geoestratégico mundial. Só isso e mais nada que isso!

O que não consigo compreender é qual o papel desempenhado pela ONU em toda esta teatralização. Bobo da corte? Então descobriram que foi usado gás ‘Sarin’ contra civis? E não descobriram quem o lançou? Tudo é mau e, pelos vistos, já nem a ONU é um mal menor. Vão às malvas mais as vossas conclusões. Mas que história tão mal contada. Afinal se foi só para observar, nem era preciso ONU para nada. Qualquer alveitar da minha terra teria concluído o mesmo e com menos despesa.

Certo, certo é que o caminho pelo qual todos os impérios se suicidam é a guerra, a mentira e o militarismo exacerbado. É só uma questão de tempo. E é igualmente lamentável que a ONU, a maior organização internacional, cujo objectivo principal é criar e colocar em prática mecanismos que possibilitem a segurança internacional, o desenvolvimento económico, a definição de leis internacionais, o respeito pelos direitos humanos das vítimas deste joguinhos e o progresso social, não seja capaz, ou não queira, fazer de justo árbitro quando este mais falta faz ao mundo.

Mário Rui

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

11 de Setembro de 2001




Homenagem às vítimas do atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001.
A história da Humanidade é muitas vezes a história da estupidez ou insensatez dos homens. Chegará o dia em que o juízo vencerá a violência e a falta de razão, como uma necessidade imperiosa de conservação e melhoramento da raça humana. Morreram cerca de três mil civis, certamente gente simples e, sabe-se lá, com que incomensurável quantidade de qualidades que os diferenciavam do homem irracional. Sim, porque afinal a guerra tende a destruir os bons muito mais rapidamente que os tolos. Homenagem pois aos que pagaram com a própria vida um ‘tributo’ que não lhes era devido, e tudo isso em resultado da insensibilidade, da decadência de mentes com péssimas qualidades morais.  

Mário Rui

Tenho gente que me desafia a dizer as minhas verdades!


Já lutei, já votei, já trabalhei, já dei desinteressadamente muito a outros, e tudo no campo da civilidade a que me senti devedor e a que a minha consciência a tanto me obrigou. Paguei tudo a todos. E fiz bem. Como eu, certamente milhares de outros portugueses assim procederam. A única dívida que agora devo cobrar é a da dignidade com que quero ser tratado e jamais ser considerado como supérfluo, excedente da sociedade, cidadão de terceira. É desse modo que sinto o tratamento que me é dirigido por parte de quem nos tem (des)governado há tempo sem conta - julgo que muitas outras pessoas sentirão o mesmo mas essas saberão por certo como fazer - razão pela qual o meu precioso voto há-de ser dado a quem um dia me demonstrar da utilidade do mesmo. No actual paradigma político, se tivesse que reiterar essa chama de civismo, apenas estaria a enganar-me a mim próprio. Isso não faço. Voto expresso, qualquer que seja, é algo que nesta fase da minha amada vida me é muito caro. Não o dou a quem o não merece. Pérolas a porcos já ofereci muitas. Posto deste modo o assunto, para mim o voto em branco ou nulo é um direito de que cada um pode dispor e assim manifestar o seu desejo quanto ao modo como quer ser governado, ou desgovernado. Abstenção, é igualmente um direito que assiste a quem quer fazer dela uma arma. A da repulsa. E não me venham com essa treta do comodismo, do calor, da chuva, do frio, que sempre ouço quando os políticos, e mais alguns, aludem ao absentismo eleitoral por parte do povo. Dizem eles que estas são as razões que afastam as pessoas da boca da urna. Isso são lérias para aliciar os incautos. Hoje, não existe mais nada no absoluto que me encoraje a devotar qualquer ideal, sequer simpatia, por quem nos levou à miséria, mas sempre à custa da "fome" alheia. Bem gostaria de lá ir colocar a minha preferência. Mas não posso condecorar organizações e ‘personalidades’ que contribuíram para a promoção de uma sociedade que se afunda sem que para isso, ela própria, tenha contribuído com algo que fosse. E aqui nem sequer faço distinções. Tudo farinha do mesmo saco! Já agora e em tom um tanto irónico, acrescentarei: como nos forçam a uma austeridade degoladora, então eu tento alinhar nessa estranha forma de vida. A juntar ao que já disse, vou poupar dinheiro ao Estado. E sabem porquê? Eu explico: porque de acordo com a lei do Financiamento dos Partidos Políticos e das Campanhas Eleitorais: Lei n.º 19/2003, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 287/2003, a Declaração de Retificação n.º 4/2004, mais a Lei n.º 64-A/2008 e a Lei n.º 55/2010, cada voto expresso vale para os partidos políticos (esses grandes benfeitores da Pátria minha amada) 1/135 do salário mínimo nacional por cada ano de legislatura. Ou seja: 3,60€ por cada voto expresso x 4 anos = 14,40€ pelos 4 anos. Tudo isto mesmo no caso dos votos em branco ou nulos. Pois esse valor é distribuído por todos os partidos concorrentes às eleições para depois se enlearem em prazeres mil que não os ajustados e correctos. Ao invés, a abstenção não rouba, mais uma vez ao povo atinado, qualquer dízimo. Até por isso, ainda que pareça demagógico, não me furtarão tempo para lhes dar cobertura. Deixo pois que os “gigantones” votem neles mesmos e poupo dinheiro. Não querem austeridade? Vou voltar a ironizar utopicamente, todo o sonho é utopia, porra; sabem qual seria a poupança estimada se todos os eleitores recenceados não comparecessem às eleições? Mais ou menos 70 milhões de euros de poupança ao Estado. Isto são números, são factos. Sabiam que era assim? É chegado o tempo de não ter medo das palavras assumidas!
Um abraço amigo e respeitador p´ra quem expressa o seu voto e nunca deixem de perseguir as vossas convicções. Em matéria de “urna” façam como muito bem entenderem.
Mário Rui

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Frágil, vulnerável, corruptível e frequentemente corrupta



O jornal i designa-as como sendo as propostas mais loucas das autárquicas. É uma interpretação que acaba por dar um cabeçalho ao periódico que, bem vistas as coisas, poderia também titular: «oferecimentos de gente que está fora de si, descontrolada». Não acrescentaria por certo mais prejuízo ao país se assim fosse já que, membros desta família dita ‘timoneira’, padecendo de megalomania, têm assentado arraiais em tudo quanto é poder local ao longo dos últimos 37 anos. Dos resultados desta miserável prestação, nem vale a pena falar. São de tal maneira confrangedores, angustiantes, que só provam que a democracia do nosso sistema político está, infelizmente, aberta a todos os possíveis e imaginários conteúdos, mas ao mesmo tempo sempre teve muito pouco respeito pelos eleitores. Contam-se pelos dedos de uma só mão os que se conseguiram livrar desta cicatriz perdurável. Falatório, logros, sofismas e enganos que se têm feito com razões fingidas ou mal deduzidas. Lamento dizê-lo, mas é o que sinto. São conteúdos que, em outros tempos, seriam chamados de discursos embusteiros. Norteiam-se por uma preocupação essencial: fazer crer aos outros que a democracia vai descer do céu e com ela virá a universalidade do bem-estar e da felicidade. Pura desilusão, é o que nos dão. Se preciso fosse, empenharia a minha boa consciência para tornar perfeita esta aristocracia dos maus princípios. Modificar-lhe-ia a causa de modo a que a “democracia” que nos inunda jamais continuasse a ser leve, sempre frágil, sempre vulnerável, corruptível e frequentemente corrupta. Tratar-se-ia de desígnio hercúleo se do mesmo me ocupasse, bem sei. Não obstante, acho que trocaria algumas das minhas faculdades na luta por política mais séria, conquanto soubesse com que gente contava, quem estaria autorizado a tomar as decisões colectivas e com quais procedimentos. Mas se antes me perguntassem se o actual regime tem um porvir e qual é ele, admitindo-se que exista, responderia serenamente que não o sei! Que mais poderia retorquir se por cá se mantivessem os mesmos de sempre? Ou seja, a única condição que exigiria seria a de destituir os actuais triunfalistas do ‘supershow’ táctil, trémulo e enganador, que repetidamente vão a votos.

Mário Rui

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Os sessenta e sete anos de Freddie Mercury. Hoje!





Os sessenta e sete anos de Freddie Mercury. Hoje!
Há oralidades, presenças e cantares que nos estremecem os horizontes que algum dia sonhámos alcançar. São como lugares habitados por gente de eleição, onde o assento só pode ser tomado pelos que se aventuraram à quase perfeição. Se fosse vivo, estaria hoje  a comemorar o seu 67.º aniversário. Tinha mais de um nome. Podia ser Freddie, como Bulsara, mas para mim tinha uma outra identidade. Era a da afinidade electiva de uma vida impelida e mantida pelo desejo de transcendência plasmada no canto, na encenação, no que era capaz de transmitir aos que o viam e ouviam. Para todo o auditório, eu incluído, que o aplaudia, era apenas uma necessidade compreendida e aceite de forma obediente porque causadora de assombro. É forte demais o qualificativo? Não, não é! Podem julgá-las como utopia, mas a verdade é que as visões que ainda hoje se nos colam na presença de figura tão genial, continuam a ser o nada mais ambicionar que não seja o que pode ser, e é,  obtido. Deste jeito, a “eternidade” de alguns adquire uma sequência ininterrupta de excelentes episódios aos quais só podemos chamar de “agoras”. Felizmente são “agoras” repetíveis e insistentemente convocáveis. Parabéns, Freddie Mercury. E obrigado por ainda nos ser possível aprender a gostar de quem sabe estar connosco. Finalmente conseguimos uma rede lançada por cima  de uma talentosa eternidade .
 
Mário Rui

Humor eleitoralista



















Freguesias de Caia e Urra -  Distrito de Portalegre.
Pode ser exercício de mero humor político, ainda assim, quanto a mim, falhado. Não é propriamente porque não assista a estes candidatos o direito de brincarem com coisas sérias. Afinal, para alguns, isto mais não é senão a chamada “transformação da democracia”. Admito estar errado, mas fico pensando se situações deste tipo não serão, elas mesmas, a ‘degeneração’ da própria democracia. Não que seja coisa que me espante, pois esta adaptação “natural” dos princípios abstractos à realidade, é recorrente no país.  Mas pior é o facto de tal postura político-partidária representar uma inevitável contaminação da teoria eleitoralista quando forçada a submeter-se às exigências da prática. Vale quase tudo. Com graça ou sem graça nenhuma, é indiferente, o que conta é a sobrevivência e a  suposta robusta consistência do convencimento a incutir ao eleitor. Pobre eleitor. Quase me apetece dizer, recorrendo ao testemunho e autoridade do povo, que «com papas e bolos se enganam os tolos». Que diabo, isto até pode ser democracia alternativa, sei lá eu o que isso é, mas o voto é que não deve ser mercadoria que se deva ceder ao melhor e mais patusco ofertante. Gostem ou não, o ausente crescimento da educação para a cidadania continua a marcar pontos. Por natureza, eleições deveriam significar primeiramente um conjunto de regras de procedimentos para a formação de decisões colectivas, onde estivesse também prevista e facilitada a participação e o mais esclarecido entendimento dos interessados. Em Portugal, nada disto se passa. E ainda há quem se admire da abstenção! Mas se quiserem, não liguem às minhas vertigens reflexivas. Pois se a velhice é um enorme armazém de desenganos, façam os meus caros (e)leitores o que muito bem lhes apetecer. Especialmente os mais novos, pois claro. De todo o modo, não se deixem enganar. Quer o partido seja fulano, sicrano ou beltrano. Estejam sempre atentos às desordens que se devem reparar!!
 
Mário Rui

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sem tempo vindouro

















Chamava-se Bernardo Cardoso, 18 anos, e morreu no Hospital da Prelada no Porto. O jovem pertencia à corporação dos bombeiros de Carregal do Sal e ficou ferido no incêndio que vitimou Cátia Dias, na última quinta-feira. O incidente ocorreu quando os bombeiros combatiam as chamas em Santiago de Besteiros/São Marcos.
 
 
Mais um grande exemplo de solidariedade humana a desaparecer. Alguém que irremediavelmente ficou sem tempo vindouro, sem pontos de orientação, sem vida. O mundo, ao que parece, deu outro traiçoeiro giro. Não deu a condição mínima de esperança a mais um lutador de projectos tentados, ceifado na guerra contínua que travava com a Natureza. Pudéssemos nós anular as escumas e as impurezas que devoram futuros risonhos e assim procederíamos. O fogo devorou tudo o que quis e só agora a chuva veio. Finalmente perece de faminto. Mas porquê só agora? Bem gostaria de partir à descoberta de verdades novas, mas não consigo. A Natureza é sempre a prova do meu pouco saber. Obrigado, Bernardo. Descansa em paz!
 
Mário Rui

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Imperativo Afirmativo




















(clicar na imagem para aumentar)



Imperativo Afirmativo

 
  voa tu

  voe ele

  voemos nós

  voai vós

  voem eles


E porque não?

 
Mário Rui

Rochosas espanholadas
















Já houve tempo em que podíamos ventilar a atmosfera confinada do nosso país, abrindo as janelas que davam para o outro. O vizinho. A verdade é que agora esse expediente já não serve de nada, porque no outro país a atmosfera é tão irrespirável como no nosso. Só que estes abespinhados e tontos espanhóis nunca perceberam nada de ‘atmosferas’. São uns autênticos “rochedos”!!

 
Mário Rui

Dourar a pílula

 Não vale a pena dourar a pílula. Os sírios estão em maus lençóis com Assad ou sem ele. A dúvida que me resta é saber se os que lutam contra o ditador não serão muito mais perigosos que ele próprio. Mas enfim. Bom, bom, seria não haver guerra. Nem ditadores, nem extremistas, nem bombas, nem caos. Em todo o caso, convém recordar o que dizia Jean Paul Sartre: «quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem». Essa é que é a verdade!
 
Mário Rui