terça-feira, 17 de setembro de 2013

Desengajamento e rompimento


A fazer fé no que o jornal i titula, fica-me a confirmação de que estamos rodeados de gente sem vínculos, o que de resto parece ser a nota dominante, central, dos tempos políticos modernos. Não entendo o motivo pelo qual algumas pessoas se dispõem a ocupar cargos que deveriam ser de total e imaculado percurso público, sabendo-se não confortáveis com o trilho escolhido. Será masoquismo? Será um sonho atingir a cadeira do poder a qualquer preço? Bem vistas as coisas, tudo isto não é mais que uma oscilação entre esse sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Pois se a complexidade do assunto já era densa e difícil demais para ser desfeita ou destrinchada, então expliquem-me lá que outra cousa terá impelido a ministra a aceitar o cargo. Só encontro uma explicação; hoje, as promessas de compromisso são irrelevantes. A facilidade do desengajamento e do rompimento de carácter é actualmente de tal natureza que só leva alguma gente à recusa em sair de cena. Mas, se bem percebi, estamos a falar de mentiras, algo que deveria chocar qualquer mente de boa índole. Enfim, há que aprender a ser optimista. Há que concluir que parte desta culpa cabe a todos nós, como integrantes desta sofrida vida e perceber que muito podemos ainda fazer para reverter este ciclo negativo da política nacional.

Mário Rui  

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