quarta-feira, 29 de julho de 2020

Por aí





Mário Rui
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A indigna comédia à divina


Estavam avaliados em 631 milhões mas foram vendidos por 364. E financiados pelo próprio Novo Banco. 

As perdas foram suportadas por nós, a quem alguns gostam de chamar poço sem fundo de (re)solução.

O estado pré-histórico em que ainda hoje, basicamente, nos encontramos. Ademais, igualmente primitiva é, com toda a certeza, a maneira como habitualmente reagimos a coisas destas. Obnóxios fabricados em série, com etiqueta de fábrica, os que isto permitem, inúteis os que se calam quanto a estes códigos de conduta. ‘Imóveis’ como hoje estamos, não sei se ria ou se chore. E o Banco vende e empresta o dinheiro a quem compra? É preciso ter uma lata do tamanho do mundo para insistir na selvajaria da derrocada.



Mário Rui
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Ocidentais beijos


Ocidentais beijos ou o beijo cancelado? E quanto vale hoje um beijo?



Mário Rui
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Petições vão precisar de 10 mil assinaturas para serem discutidas


"O parlamento aprovou, na passada quinta-feira, em votação final global, uma alteração que eleva de 4000 para 10 000 o número mínimo de assinaturas necessárias para que uma petição seja discutida em plenário". (LER AQUI)

Tudo se resume a isto; sobrevivência de alguns!

É por isso que em Portugal a equação da vida política continua a fazer-se com estes dois termos; ganhos e perdas. O primeiro destes termos para os mesmos de sempre, o segundo para os que persistem no sonho de que D.Sebastião ainda há-de chegar a horas! O que talvez não fosse mau de todo, era afastar alguns políticos e criar então cidadãos. Mas com um saber só de experiências feito.


Mário Rui
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Contra a “toxicidade”, SIC Notícias acaba com programas com comentadores que representam clubes de futebol


A revolução está à porta? Espero que sim!

Ora aí está uma excelente medida! E porquê? É simples; para já não falar dos que votam asco veemente ao adversário, vomitando sempre a bílis pela boca, e são muitos, acresce uma outra vantagem. É que sendo certo que duas, três ou quatro ideias se podem defender e prolongar até ao infinito, e nisso está a inanidade deste lixo televisivo, que não educa nem eleva, o melhor a fazer é mandar estes campanários todos de volta às suas terras de origem. Em nome da higienização ambiental, só temos a ganhar! E, uma vez que o papel que esta gente desempenha só pode ter uma serventia em caso ‘urgente’, por mim agradeço que agora o coloquem então no sítio mais indicado para o efeito.



Mário Rui
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Peter Green


D.E.P.

Peter Green - cofundador e guitarrista dos Fleetwood Mac: 29 Outubro 1946 / 25 Julho 2020



Mário Rui
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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Por aí






Mário Rui
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Parece que estamos na Suiça, onde até a claque de futebol é neutra


O que verdadeiramente me espanta é que seja maior o número de deputados do PS a votar contra o fim dos debates quinzenais, do que os da oposição do PSD. Fico sem perceber népia destes intrincados trejeitos políticos. Mas uma coisa, eu sei: para quê fazer oposição se afinal já se pode comprar pronta. Em assim sendo, a única actividade política que tem dado certo no Parlamento é a criação de não casos. Parece que estamos na Suiça, onde até a claque de futebol é neutra. É que se ser governo é coisa chata, muito mais chato, ainda, deve ser, nestas circunstâncias, fazer oposição. (LER AQUI)



Mário Rui
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Festas e romarias com...porta



Embora a DGS adiante que não são permitidas quaisquer festas e romarias, felizmente que é em sítio ‘comporta’. Imaginem o que seria se fosse ‘semporta’. Isso sim, era problema. E, desde logo, também me parece não ser coisa de festa nem romaria, ou seja, há umas lacunas na lei. Bacanais, ajuntamento de prazeres licenciosos, e, talvez, orgásmicos, não se me consta que sejam regulados por lei que confine tal gozo. De resto, neste sítio ‘comporta’ já tanta coisa orgásmica aconteceu em segredo, vide Salgado, Vara e Sócrates, que mais uma, ou menos uma orgia, com teste prévio à covid-19, bem entendido, não deve fazer assim tanta mossa quanto aquela que esses três DDTs fizeram ao país. O grande erro, nessa altura, foi não os terem testado 'àporta'. Tinha-se acabado logo com o ritmo orgasmático que nos levou a andar na pendura.



Mário Rui
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De onde se tira e onde se não põe


De facto, entre treinadores e apresentadoras de televisão há similitudes que nem ao diabo lembra. Como se pagar-lhes fosse coisa que se fizesse assim do pé para a mão, um foi por dez, outro vem por quatro limpinhos e a outra vai por quase três. Falo de milhões, mas, em todo o caso, reina o sossego na República. Afinal, caminheiros da fome sempre houve em todos os tempos e só venho a terreiro lembrar estas coisitas sem importância posto que, tendo os três feito essa marcha da fome, a ver vamos se esta não se vai transformar agora em marcha fúnebre bem explicável. Fico triste por eles, coitadinhos, mas mais pena tenho ainda, mesmo misturando os palcos e as plateias, quando vejo os hospitais e os médicos a receberem, ligados à placenta do SNS, o insuficiente alimento monetário e sem que a imprensa se preocupe tanto com isso quanto o gozo que lhes dá falar das últimas bolachas do pacote, quer sejam do futebol ou da televisão. Mas bem sei que, não obstante encher o peito de ar puro bairrista para que possa tocar bem alto os clarins clamando justiça, nada conseguirei infelizmente em prol destas casas de caridade, ou seja, bola e TV. Os hospitais e os médicos bem podem pois esperar e continuar a ressoar o toque de alarme na bancada dos maçadores pois o que conta é a palhaçada na relva, ou na tela. Mesmo em tempo de pandemia a que agora já se junta o pandemónio voraz dos milhões, tudo é uma vergonha nesta terra portuguesa. E a culpa é de quem? Do Sol, que não nasceu para todos, pois claro!



Mário Rui
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Ó fome, quando é que eu como?





Mário Rui
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Coisas que a um rapazinho de bom tom fica bem saber



Coisas que a um rapazinho de bom tom fica bem saber, ou seja, marcas de alta e baixa-costura.

A primeira é a da minha terra, a segunda não faço ideia de onde vem.

A gente às vezes tem destas incongruências; desprezamos as únicas coisas que sabemos muito bem a que fim se destinam e damos vista fina a outras que, mesmo não percebendo para que servem, bem melhor estariam ao lado das primeiras, mas com o perdão destas. O que vale é que vivo em sítio com sol de manhã, sol durante o dia, sol à noite e solidó p’ra dançar e tocar concertina se nos apetecer. Mas sobretudo vivo em terra de ‘cultura’ de arroz, e gosto, fugindo sempre a sete pés de outras ‘culturas’ porque não sou intrujão. O que é o solidó? Lá está, se não sabem é por causa da tal ‘cultura’ de que antes vos falava, ou da falta dela, pois, muitas vezes, era apenas sol-e-dó e sem concertina.



Mário Rui
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Egas Moniz - Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia em 1949


António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz - Avanca/Estarreja

(Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia em 1949)

8 e 9 de Julho de 1901 - Provas de Doutoramento na Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra com a dissertação “A Vida Sexual-Fisiologia”, com 17 Valores (Muito Bom).

14 de Julho de 1901 - Cerimónia de Doutoramento na Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, tendo sido seu padrinho o Conselheiro José Luciano de Castro, representado por José Maria Alpoim de Cerqueira Borges Cabral.



Mário Rui
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96 anos dos Bombeiros Voluntários de Estarreja - 13 de Julho de 2020


Levanto-me quando os que se trocam pelos outros passam diante de mim. Obrigado e parabéns, Bombeiros Voluntários de Estarreja.



Mário Rui
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Os chocolates da «Nestlé»


Recorte da imprensa portuguesa - Dezembro de 1935.



Mário Rui
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Futebol: também há boas notícias



10 de Julho de 2016 - 2020

Com a decisão da UEFA em adiar o Euro 2020 para o próximo ano devido à pandemia de coronavírus, Portugal passou a ser o segundo campeão europeu mais longo da história. Apenas Espanha deteve mais tempo o estatuto de campeã do Velho Continente.



Mário Rui
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Por aí

















Mário Rui
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“OMS admite que vírus se transmite pelo ar e pede que se evitem espaços fechados”


Por cá, há quem garanta “que os comboios não são a causa dos contágios na região de Lisboa”.

“OMS admite que vírus se transmite pelo ar e pede que se evitem espaços fechados”.

Está tudo a perder o alento nesta extenuante caminhada quando afinal o que hoje seria absolutamente necessário, era mais criaturas de pensamento e menos criaturas de sensação. Radiofonicamente falando, e isso eu sei bem, a melhor forma de não propagarmos no éter a anarquia de opiniões é não o dar a cheirar, porque éter desse desanima a gente. Nos jornais e na televisão, em não havendo éter, deveria haver mais cuidado quanto às avenidas opinativas que se abrem a muita gente. E se não fosse pela razão que já todos sabemos, seria certamente porque já temos avenidas da liberdade que cheguem! Sobretudo no que à saúde pública diz respeito.



Mário Rui
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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Ora, ora. Que se lixe lá o horóscopo


Ora, ora. Que se lixe lá o horóscopo. E eu a pensar que me ia dizer que a carteira se me abriria de par em par e farfalhuda, quando afinal está sempre ímpar, de notas. Está provado; uma pessoa para ser feliz não pode pensar. Nem em nota nem em alguma política. Da primeira porque a não tem, da segunda porque é uma grafonola velha e roufenha em que giram sempre os mesmos estafados discos.



Mário Rui
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OMS, fala-me de coisas sérias...


Que desejos não é lícito ter com um tempo destes? E se a OMS estiver agora tão atenta quanto esteve em Janeiro, bem podemos estar descansados, pois deve ser como urso a apanhar borboletas... E por aqui me fico, até ver, porque o exemplo já dado pela OMS constitui neste caso a melhor recomendação. No entanto, posso já não estar muito novo, gasto do corpo, mas são da memória, estou.



Mário Rui
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Capa "O Jornal de Estarreja", edição de Julho 2020




Mário Rui
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Por aí - Estarreja 2019





Mário Rui
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Ennio Morricone



D.E.P.

Ennio Morricone: 10 de Novembro de 1928, Roma / 6 de Julho de 2020, Roma.

Ennio Morricone, 91 anos, distinguido com um Óscar em 2016, morreu numa clínica em Roma onde se encontrava hospitalizado após uma fratura de fémur na sequência de uma queda, referem as fontes citadas pelos jornais italianos.
Morricone é autor das músicas dos filmes “Era uma vez no Oeste”, “Era uma vez na América”, “Por um Punhado de Dólares” e “Cinema Paraíso”, entre outros.



Mário Rui
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Quanto ao mais, Desleixo absoluto e Aleixo é que tinha razão;

“Sem que o discurso eu pedisse,
Ele falou; e eu escutei,
Gostei do que ele não disse;
Do que disse não gostei”.

Não que seja coisa que me aborreça muito, mas se a minha voz valesse para ser escutada, eu pediria aos encarregados de vigiar em Portugal a instrução escolar dos inúmeros “escritores” que usam o Facebook para “botar discurso”, que os reunissem numa espécie de permanente congresso de higienização da língua de Camões.
Mas teria de ser congresso onde, a par do ensino gramatical e do vero culto às letras portuguesas, marchasse ainda o desenvolvimento do espírito aberto de modo a que não mais se rebaixasse o nível intelectual a um extremo tão agoniante.
E, já que estou nesta, não tendo no entanto a exposição que antes fiz muito que a ligue intrinsecamente ao que a seguir direi, embora também não concorra em nada para nobilitar os lusos escreventes, pediria ainda o seguinte; era que acabassem com essa degeneração linguística, de perversões inexplicáveis, que se chama “Acordo Burrográfico de 1990”.
Há quem lhe chame antes acordo ortográfico (AO 90), mas de acordo tem tanto quanto eu tenho de cientista de marmelos. E, de grafia, diria que também tem tanto, mas tanto de bom, que o melhor seria riscá-la já da tolerância pública!




Mário Rui
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Grande Regata dos Moliceiros – 4 Julho 2020






Partida da Torreira rumo ao cais das Pirâmides em Aveiro

A todos os moliceiros, o nome do construtor, do barqueiro e da tradição, lhes é caução.

Gosto, porque gosto, e chega-me. Seja pelo desvelado carinho dos donos que por eles velam e velejam, seja porque o barco adora anelar todas as ondinhas somadas aos ventos de proa, ou seja porque aqui e ali mergulha mais um pouco só para granjear uma alma nova, eu gosto. Há dias em que tem marés a quem a embarcação se acanha ante o que a maneja, e daí só se espraia no vasto das águas a quem tenha golpe seguro de vara, mão hábil no cordame ou bem falar à vela de lona. E já não abundam os que de pesada erudição navegante e de elevado estilo de manobra, ainda fazem dele um genuíno moliceiro. Contudo, é certo, para quem tiver sede de instrução, para quem bem os procurar, ainda os há que se achem e que sirvam. A água onde deslizam é molhada e fria, precisa de vela, varga e sirga, bolinão e barqueiro e, muito, muito mais. Gosto deles, e folgo em saber que os que hoje vi felizmente não deram com corações esquivos em peitos ribeirinhos. Ainda foram obras d’arte executadas pelos que trabalham a tradição de peito ao vento, rosto alto e olhos só fitos em gerar memórias de que tanto nos orgulhamos. E se o exemplo de um povo e de uma região ainda tem algum peso no pensar dos mais novos, então enjeite-se alguma teoria dita moderna que adora algum passado morto. Se ainda temos a ideia e os meios, tenhamos também a vontade, porque para o bem que acaba há sempre como trazê-lo de volta. Não será, pois, também em nosso proveito?



Mário Rui
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Das ventosidades consideradas causas


As ventosidades que têm muitas certezas estão sempre a tentar mudar o tempo enquanto que as que não têm tantas certezas procuram transformar-se a si mesmas. Descansem os mais novinhos porque não estou a falar de outra coisa que não seja a brisa que passa e hoje forte. E falo-vos também dos balõezinhos e dos moinhos de vento que vos sopram na cabeça fazendo-a andar à roda. É por isso que depois flutua na atmosfera um aroma bilioso e jactante, com um cheirete pegadiço encharcado de essências pataqueiras. A idade viçosa tem disto, acolhe sempre os “grandes” concertos de pássaros cantantes. E por cima de mim são tantas destas as aves que voam desafinadas que, cantigas delas, leva-as o vento. Assim, nunca mais te vais verde mocidade. E não te vais só por causa do espírito servil de imitação, característico dos temperamentos juvenis e muito mais das educações rudimentares. Hoje, o vento está forte, e os espíritos aéreos são os que têm a sua morada essencialmente no ar.



Mário Rui
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Jim Morrison, 49 anos depois


Jim Morrison, 49 anos depois (3 de Julho de 19719

Morreu em Paris a 3 de Julho de 1971, na banheira, aos 27 anos de idade. Muitos fãs e biógrafos especularam sobre a causa da morte, se teria sido por overdose, pois embora Jim não fosse conhecido por consumir heroína, Pamela Susan, companheira de longos anos de Jim Morrison, fazia-o (morreu de overdose em 1973) e é sabido que nesse Verão correu Paris à procura de heroína de uma pureza invulgar. Outra hipótese seria um assassinato planeado pelas próprias autoridades do governo americano. Jim Morrison foi referido como sendo o nº 4 a morrer misteriosamente, tendo sido os três primeiros Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones (todos mortos com 27 anos). O relatório oficial diz que foi "ataque de coração" a causa da sua morte. Está sepultado no famoso cemitério do Père-Lachaise em Paris. Devido a actos de vandalismo de alguns fãs, por diversas vezes a associação de amigos do cemitério sugeriu que o corpo fosse transferido para outra necrópole. Em Abril de 2010, foi lançado o documentário When You're Strange de Tom DiCillo, que conta a história do grupo The Doors. O documentário é narrado pelo ator Johnny Depp. É sempre bom recordar quem nos fez sonhar e nos embalou em música que para uns foi uma espécie de Zen, para outros foi puro enlevo. Os homens dotados e que invariavelmente não compreendemos, distinguem-se dos outros devido a uma faculdade infinitamente maior de ver, de ouvir, de sentir. Às vezes "até na loucura há razões que a própria razão desconhece".



Mário Rui
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terça-feira, 7 de julho de 2020

Quanto à novela TAP


Quanto à novela TAP, duas coisas há a ter em conta;

1.- Embora seja transporte aéreo, convém de facto “pôr o comboio nos carris”

2.- “A andorinha nunca esquece o ninho”



Mário Rui
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“Inquinando intencionalmente a opinião pública”


Enquanto uns dizem que a culpa é da justiça, outros, e muito bem, chamam os bois pelos nomes. Mas o que importa aqui realçar é o facto de os primeiros, quando assim falam, revelarem bem os tristes que são perseguidos pelo remorso ou pela recriminação interior, que é sempre o primeiro estado de alma de uma má acção cometida. E, em Portugal, deslocar deste eixo profundamente irracional e trapaceiro a culpa própria, é como ficar eternamente no mesmo sítio, o descer mais fundo na lama. A culpa é sempre dos outros, porque para esta gente, os seus erros e defeitos mais parecem um pretexto para a próxima produção artístico-política do que factos condenáveis e a escalpelizar. E, como a qualquer um é lícito erguer a voz, protestar, fazer um gesto de raiva, é ao que eu venho



Mário Rui
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Por aí




Capela Paroquial de Nossa Senhora do Monte, freguesia de Salreu, concelho de Estarreja.

“Capela da comunidade paroquial de Salreu, no concelho de Estarreja. Perde-se na memória do tempo a sua origem, sabendo-se que está fundada num sítio onde estaria antes um local de culto a deuses nas civilizações pré-romanas.
O recinto da Capela da Sra. do Monte encontra-se situado num dos locais mais privilegiados da Freguesia. Do seu miradouro avista-se, ao longe, o Baixo Vouga Lagunar e a sua extensão até à Ria de Aveiro. Ao fundo o Rio Antuã banha a cidade e têm-se uma visão privilegiada sobre o Parque do Antuã e o centro de Estarreja.
O tempo religioso, em honra de Nossa Senhora, é datado de 1687, construção muito próxima da Igreja Paroquial. No interior da capela o que mais ressalta à vista são os três magníficos altares em madeira dourada, época de D. Pedro.
Da Capela fazem parte S. João Baptista, S. José e a Sagrada Família.
Esta capela comemora a sua festa a 15 de Agosto.
O milésimo de 1687, sobre a porta, será a data média. Corpo e Capela-Mor, parte principal e duas travessas compostas de frisos e cornijas, frestas rectangulares de duplo esbarro, duas em cada parede do corpo e uma nas da Capela-Mor, cantarias em todos os cunhais, como lilastras toscanas, subbeirais e linhas de empena de cantaria mais simples, pináculos em pirâmide com esfera terminal, cruzes nos vértices, arco de cruzeiro de almofadas corridas, coro sustentado por duas colunas, toscanas de pedestais, o plano do altar-mor está erguido em três degraus encaixados, dois benedictérios, púlpito e tectos modernos.
O alçado da frontaria é de notar, pela ligação de conjunto: a porta de entablamento que pousa como remate num plano rectangular, adornado do tipo de jóias a enquadrarem o milésimo e ladeado dos pináculos da porta, ao qual se sobrepõe a fresta em duplo esbarro.
A Torre, à esquerda, é moderna. O campanário deveria ter estado na empena posterior, cortada horizontalmente, o que se vê noutras capelas.
São de notar os retábulos de madeira dourada, época de D. Pedro.
O pano do fundo desapareceu. A escultura é a de S. João Baptista, titular do mesmo; o baixo-relevo do alto, do Baptismo de Cristo.
O retábulo da direita já tem as parras e acanto da forma túrgida. A escultura é de S. José e o baixo-relevo, da Sagrada Família. O principal segue o modelo do D. Pedro típico, tudo profusamente cheio de ornato empolado.
A escultura é moderna; a antiga que era de calcário foi vendida. Nos últimos tempos a capela teve um restauro geral”.



Mário Rui
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