sexta-feira, 24 de julho de 2020

De onde se tira e onde se não põe


De facto, entre treinadores e apresentadoras de televisão há similitudes que nem ao diabo lembra. Como se pagar-lhes fosse coisa que se fizesse assim do pé para a mão, um foi por dez, outro vem por quatro limpinhos e a outra vai por quase três. Falo de milhões, mas, em todo o caso, reina o sossego na República. Afinal, caminheiros da fome sempre houve em todos os tempos e só venho a terreiro lembrar estas coisitas sem importância posto que, tendo os três feito essa marcha da fome, a ver vamos se esta não se vai transformar agora em marcha fúnebre bem explicável. Fico triste por eles, coitadinhos, mas mais pena tenho ainda, mesmo misturando os palcos e as plateias, quando vejo os hospitais e os médicos a receberem, ligados à placenta do SNS, o insuficiente alimento monetário e sem que a imprensa se preocupe tanto com isso quanto o gozo que lhes dá falar das últimas bolachas do pacote, quer sejam do futebol ou da televisão. Mas bem sei que, não obstante encher o peito de ar puro bairrista para que possa tocar bem alto os clarins clamando justiça, nada conseguirei infelizmente em prol destas casas de caridade, ou seja, bola e TV. Os hospitais e os médicos bem podem pois esperar e continuar a ressoar o toque de alarme na bancada dos maçadores pois o que conta é a palhaçada na relva, ou na tela. Mesmo em tempo de pandemia a que agora já se junta o pandemónio voraz dos milhões, tudo é uma vergonha nesta terra portuguesa. E a culpa é de quem? Do Sol, que não nasceu para todos, pois claro!



Mário Rui
___________________________ _____________________________

Sem comentários: