É um tal esmifrar dinheiro ao cidadão qual bando de pardais em torno de um saco de espigas! A continuar assim, lá chegará o dia em que nem os ímpetos de genialidade e bravura de Camões e D.Afonso Henriques estarão a salvo deste saque. Estão mortos? Não! Pois se as estátuas têm forma, medida e peso, pagam também. Que importa o corpo e a alma se passar o cheque à Fazenda é coisa mais urgente. E já agora, ainda e mais uma contribuição; porque não criar uma lei que só permita o trabalho a quem vir diminuído o seu salário? Afinal, pelas contas deste Estado faminto, ainda há quem tenha avidez de sacrifício. Apostem nisso, senhores governantes. Então sim, depois, dois dedos de qualquer português, segurando uma côdea de pão, olhos baixos mas costas direitas, provarão definitivamente a Vossa competência na arte bem cavalgar toda a crise , toda a regência de um país. Desconfio que mais tarde irão os senhores ficar viúvos de glória mas disso também não precisam. Dinheiro, dinheiro vivo é que é fervor patriótico! Parabéns pois, um destes dias diremos; melhorámos muito mas piorámos bastante. Pu*** de crise que pode justificar tudo e um par de botas!!!
Mário Rui
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