sábado, 3 de março de 2012

108º Aniversário - Discurso de Mário Wilson



Ontem até perdemos. O que importa perder se outros nunca conseguiram ter Homens destes?

Mário Rui

Patranhas, balofas prosápias, jactâncias e bazófias.


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Até estou à vontade para opinar sobre este artigo da Manuela Moura Guedes, pela simples razão de que sempre a achei um tanto "desbocada" quanto à imagem de jornalista que insistentemente tentou criar enquanto cara da TV. No entanto, acho a crónica que agora escreve, ainda plena de actualidade mesmo que possamos entendê-la como "pedra no sapato" de que jamais se conseguirá livrar.

Os últimos artigos que o Correio da Manhã tem vindo a publicar sobre a licenciatura de José Sócrates, também pouco me dizem. Não é assunto que me preocupe se de facto tirou um curso primário, secundário ou superior. Porém, não querendo ficar arredado da opinião que formulo quanto ao que leio, o que é certo é que, de tudo o que percebi desta estranha, insólita e surreal história da licenciatura socrática, até podia ser do Chico Bifanas, fica-me uma certeza e sobretudo uma inquietante interrogação. Como é que foi, e se calhar ainda é, possível tão ardiloso comportamento de um homem que a certa altura(s) é nomeado primeiro-ministro de um país?

Como é possível que o modo de estar e ser de alguém com tamanha responsabilidade, se preste a tais actos. É absolutamente surrealista. Que terra é esta meus amigos que a tais maneiras de mentir, se presta? Que terra é esta que não quer acreditar na profundidade dos homens que não nos inspiram grande confiança? E nem sequer estou a falar da política. Falo apenas de carácteres! É inacreditável.

Que povo é este, o de hoje, que noutros tempos sentia a «verdade» de maneira muito diferente? Nesse tempo, os mentirosos e pouco confiáveis, passavam por ser de facto os seus reais intérpretes, o que obrigava o Zé Povinho a estremecer e a reagir. Qualquer injustiça do teor destas com que hoje nos confrontamos, impressionava de outra maneira. Era a desonra que nos tocava a todos e de uma forma indelével.

E o que nós fazíamos na tentativa de a afastar para não sermos, nós próprios, conspurcados por actos que não cometíamos. Outros os perpetravam. E a filosofia quando a dúvida era considerada como um dos mais perigosos pecados, blasfémia ou só desconfiança, obrigava-nos a repintar, fosse de que maneira fosse, o convento. Só para lhe salvar a honra. Agora já não é assim.

Agora os trocistas, os encantadores de ratos, já não fazem tremer nem os mais impertinentes jovens quanto mais os velhos. Estou enjoado da minha paupérrima sabedoria e da inexistente força reactiva a tudo o que se ligou, e liga, a mentiras, a piruetas de baixo nível, a patranhas, a balofas prosápias, jactâncias e bazófias. E venham elas do Zé, do Manel, do Jaquim ou de quem quer que seja.


Mário Rui