sábado, 15 de março de 2014

Sabeis de algum lugar no mundo onde a coerência exista?

 

 
 
 
Pode definir-se democracia conforme a feição que a cada um mais interessa. Uns chamam-lhe justiça, revolução, liberdade, poder popular, outros acham que democracia também pode chamar-se violência colectiva, negação de direitos, tirania, sufoco e disponibilidade para fingir. Qualquer umas destas formas de dizer e viver democracia não será mais do que um conjunto de preceitos, uns com vantagens nítidas sobre os outros que, em todo o caso, dão sempre lugar à necessidade de se resistir para se poder existir. O grau de resistência deve ser evidentemente maior e mais premente sempre e quando estão em causa as lutas contra o caos resultante de governos e regimes que não prestam para a celebração alegre da vida dos seus povos. É nessas épocas que a realidade humana vivida se precipita, e bem, em velocidade vertiginosa, no sentido de uma fé que mude o curso aos acontecimentos que subjugam cidadãos. No entanto, continuo sem perceber, sendo essa boa parte da minha inquietação actual, de onde provém tanta incongruência como aquela a que assisto por parte de quem ontem lutou contra a opressão e o terror e hoje lhe dá cobertura incondicional. A estes comportamentos só lhes posso chamar atrasos escandalosos das “ciências morais”. Por agora, levando em conta a minha tal dita apoquentação, só me dá para recordar Einstein; « duas coisas são infinitas; o universo e a estupidez humana, mas no que respeita ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta.”
 
Mário Rui
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