domingo, 13 de agosto de 2017

O que sofre um avô...

 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

"Se um dia eu não te levo à América, nem que eu leve a América até ti"

 
"Se um dia eu não te levo à América, nem que eu leve a América até ti"
Entre o vir e o voltar a ir há um espaço temporal que se vai contando à hora e que mais se parece com o de alguém que, na ânsia do gozo de uma outra liberdade, só espera o instante em que se produza o facto. Pisar de novo solo do Tio Sam. No mais das vezes, foi lá que à força de trabalho e economia, a sorte ajudando um pouco, se juntou alguma riqueza. Hoje, mesmo sendo o sonho chão que já deu vinha, a América não foi esquecida por muitos dos que por lá fizeram vida. Agradecidos, certamente, à terra que os acolheu, os meus patrícios, chegados ao último quartel da vida, peregrinam agora sem trabalhos nem canseiras até ao outro lado do Atlântico em visita de abraços aos que por lá ficaram. É um preito aos companheiros de labuta que lhes seguiram os passos, mas também será o querer dizer-lhes que mesmo sendo-se de uma Pátria determinada, se pode sempre tirar muito proveito de outras, conforme as circunstâncias. “Vou para a América”, foi o lembrete que casualmente encontrei num calendário pendurado na parede de uma espuma do nosso oceano, vila da Torreira, pois claro, e que me aviva duas coisas; da América, têm os meus próximos, agora regressados, uma alegria e um repouso. A outra coisa que me aviva, anima, é saber, eu, mas igualmente eles, que não há cheiro a flores que se compare ao aroma do nosso mar. E sem saber qual foi a mão que escreveu o lembrete, sei lê-lo à minha maneira e é assim; um português radicado na América e voltado à terra-mãe, quando se trata de honrar as tradições dos que o ajudaram, é sempre um português de maior idade. Vivido, sabido e agradecido!



Mário Rui
___________________________ __________________________

O cordel desrespeitoso


Que um saco de batatas possa - e se calhar até deva - ser amarrado com um cordel de sisal de modo a evitar que os tubérculos se escapem para o exterior, eu até percebo. Já não me entra é o facto de igual cordel servir para pendurar na parede de um Tribunal a lista dos candidatos às próximas eleições autárquicas. Um cordel, é um cordel e, pelos vistos, caso o número de folhas fosse mais pesado, em seu lugar lá estaria certamente uma corda. Não que eu tenha algo contra um ou outra mas, francamente, isto parece enegrecer ainda mais o predomínio que o desrespeitoso começa a ganhar na compostura que assuntos desta natureza pública deveriam merecer. Acresce a isto a forma como as ditas listas estão assim penduradas de modo tasqueiro, sem ofensa para os das tascas e, já agora, com respeito pelos candidatos lá pendurados. Ainda por cima de difícil acesso para serem lidas. De manejo quase impossível, quando e se se quiser transcrevê-las, o mínimo que se pode esperar é sorte para o fazer pois entretanto, com a necessidade forçada de manter a caneta na horizontal e o papel contra a parede, a tinta recusa-se a fluir, tudo a obrigar a manobras de piruetas de grande perícia e apurada habilidade por parte do cidadão comum que as queira escrever. A talho de foice, até me escuso de citar a ‘espécie’ de hall escolhido para as pendurar. Mais uma vez, francamente. Então? Mas será que não havia recanto mais honrado para as expôr? No interior do edifício, afinal um dos símbolos da democracia e da justiça, não há outro modo de exaltar, dignificar, o que vai acontecer a 1 de Outubro? O acto em si através de exposição pública condigna dos concorrentes ao mesmo, o respeito à legendária república e o apreço devido aos cidadãos que procuram a informação. Pela vez terceira, francamente! Bem gostaria de domesticar este meu impetuoso temperamento face ao que vejo, mas não posso. Não fazendo parte de nenhuma brigada de vigilância alheia, só me ocorre isto; que falta de brio cívico, para já não falar do outro!!!
 
(a imagem não é a do local citado... mas quase)
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________
 

Praia da Torreira-Verão 2017











 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Dinheiro ao sol. É só pegar nele!


“Portugueses pedem à banca 17 milhões de euros por dia: crédito ao consumo em valores mais altos do que em 2010, antes da intervenção da troika; Deco alerta para o risco de famílias e bancos estarem a repetir os erros. É o dilema do ovo e da galinha aplicado à relação das famílias portuguesas com a Banca: são as famílias que pedem dinheiro emprestado e os bancos cedem? Ou são os bancos que aliciam as famílias com créditos e as famílias não resistem? A verdade é que os portugueses voltaram a endividar-se”.

Dinheiro ao sol. É só pegar nele.

E lá volta o mesmo romance desta vida contemporânea. Sem reservas nem cálculos, uns sonham tudo em grande e por esse mesmo aspirar depois se auto-condenam a uma repetida decepção. Outros, essa banca agiota, com uma caprichosa e singular mágica, abana-lhes com dinheiro fácil. Sentam-nos na secretária da fecundidade bancária, parece a quermesse do país do sol, e diz-lhes; «não se preocupem, o Banco concede crédito, a tudo... e a um par de botas»! E assim, tudo dança, tudo canta, tudo ri. É uma maravilha trapacear o iludido. A banca, essa usurária, apenas está empenhada em perceber num prazo fixo o dinheiro das rendas para a sustentação das suas prodigalidades e magnificências. É só pôr o filme a andar para trás e logo se perceberá o que afirmo. Sob um tal regime, fazer fortuna é fácil para o Banco que depois a há-de derreter na ferocidade natural do posso, quero e mando. E na cabeça desta Banca, apenas ambições, e na prosápia enganosa apenas soberba, patologias que o contribuinte vai pagando eternamente. Pena que ainda o não tenha percebido tantos são os exemplos anteriores. Não há ovos grátis, apenas galinhas, sim, mas dos ovos de oiro. Para a Banca famélica!
 
 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Hiroshima , 6 de Agosto de 1945 – 72 anos depois


Hiroshima , 6 de Agosto de 1945 – 72 anos depois
Objectos transportados por Theodore J. Van Kirk, o navegador a bordo do Enola Gay, para a missão de lançamento da bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima.
Hoje, às 08-15 horas locais, tocaram os sinos num memorial em Hiroshima. Assinalou-se o 72.º aniversário do bombardeamento atómico por parte dos Estados Unidos.
A visão sugerida é histórica mas também será histórica a mão que jamais lance um novo monstro sem par!
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Nada para o sono, tudo para o despertar



 
Mário Rui
___________________________ __________________________