sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Políticos e política em doses variadas e para todos os gostos


Políticos e política em doses variadas e para todos os gostos. Uns dançam, outros despem-se, há os que cantam, os que misturam eleições com futebol, somem-se os que se atiram ao rio mais os que detestam penicos e líquidos orgânicos, juntemos também os que dão festins com cantantes de rua de partes vocais duvidosas e tudo isto caldeado tende a dar uma ilusão de seriedade que é simplesmente um caso de egoísmo tal é a perversidade politiqueira que ri alto sobre a fisionomia hesitante de quem vai votar no próximo dia 4 de um mês outonal. É um cair de folha que nada dá, cada qual vai andando o seu caminho feito de noite escura e cada vez mais fria sem que se veja castigo que puna este tormento de exposição à multidão de notas falsas com que nada se paga e tudo se engana. Histórias destas contam-se às séries e sem que a reincidência destes caracteres tome tino e vire a agulha. Agulha, não, já são alfinetadas desordeiras que se cravam nesta campanha, neste país tão pequenino mas com edições tão caprichosas. E finalmente aí está a cereja no topo do bolo; a que apela à "Morte aos Traidores" usada em material da campanha eleitoral. Bonitas estas trepidações ardentes que ajudam à digestão de um país. Bonita também aquela apreciação ajuizada do porta-voz da CNE que diz que "os visados não se queixaram", não tendo o assunto "ultrapassado o nível de uma metáfora”. Os que clamam por morte e os que não entendem que matar a sério não é figura de retórica, são afinal personagens de uma mesma cena dramática onde a coreografia só mostra a incerteza de coisas e vidas sem destino. É pena, mas é o que temos. Por cá, até o desaforo revela cada vez mais fome! “Ó fome, quando é que eu como ?”, repetiria Pessoa e com razão. E pergunto eu: - quando voltará a juntar-se a nós gente que sabe?
 
Mário Rui
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