quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A velha “Turbina do Rio Antuã” prepara-se para ser novamente selo distintivo do que fomos







 
Prazeres por entre cambiantes de bons desígnios
 
E por agora é-me quase impossível dizer ou escrever linhas que não sejam memórias juvenis de quem, por momentos, se quer furtar ao determinismo das urbes feito quantas vezes só a régua e esquadro. Assim, regresso aos meus paraísos embalado nestes remansados poemas de verdes e sombras, silhuetas afáveis que ao toque interior me deixaram tantos gestos de afeição. Os sítios que a gente amou da vez primeira, deixam-nos sempre poisados num sorriso que nos acorrenta aos bons tempos de então. Mesmo que a diversidade seja uma das características das nossas vidas, há coisas que a avenida, o prédio, a pólis, o mundo, não nos dá. O que se amou da vez primeira, sabe à nossa origem, à nossa religião, sabe à paisagem da nossa própria extensão, sabe às nossas tradições. Ademais, tudo isso é a nossa essência e ainda por cima é literária. Que bem faço em não me debater entre efémeros protestos de vida nova carregada de intolerâncias mil se me posso amolecer prazenteiramente em paciência que não se faz despeito. Gosto destas renovações. Sem elas, de há muito se teriam perdido as memórias de muitas gerações, e ficaria morta a ‘arte’ da minha terra.
 

 
Mário Rui
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Um país que expia.


Se são verdadeiras estas declarações, e acredito infelizmente que sim, então o político que as verbaliza, sabedor das tramóias de que este país é feira, não pede a palavra para as fulminar, como devia, mas antes é um torpe receptador de fraudes que lesam directamente o país que, ainda por cima, não o elegeu. Ora, como protestar contra este tipo de pouca vergonha não é crime, a única coisa que me apetece dizer é que a impunidade com que a lei, se é que ainda existe, escora o despudor gritante destas cumplicidades, é a degradação de um país que expia. Há um remédio só, um só! Demita-se, homem, que eu nunca lhe agradecerei bastantemente!!!
 
Mário Rui
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