quinta-feira, 4 de abril de 2013

I have a dream


Para que a memória não se apague - 45 anos depois.

4 de Abril de 1968: Martin Luther King é assassinado

"I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character".

Luther King

Líder da luta pelos direitos civis, Martin Luther King, 39 anos, foi assassinado com um tiro no pescoço. Encontrava-se sózinho na varanda do hotel em que se hospedara, em Tennessee, quando foi alvejado. Conduzido imediatamente ao hospital, morreu instantes após ter sido internado, sem dizer uma só palavra, nem esboçar qualquer gesto.

Recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977 e a Medalha de Ouro do Congresso em 2004; O Dia de Martin Luther King Jr. foi estabelecido como sendo um feriado federal dos Estados Unidos em 1986. Centenas de ruas nos EUA também foram renomeadas em sua homenagem.
Mário Rui

Apropriados abandonos

























Miguel Relvas pediu a demissão do cargo de Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Boa notícia, para que se instale, ainda que de forma ligeira, algum decoro pessoal por parte de quem se achava capaz de governar o que quer que fosse. Não sei se a demissão se ficou a dever às trapalhadas da ‘licenciatura’ ou então, o que acho altamente improvável, à tomada de consciência da sua própria incapacidade para o desempenho do cargo que outros lhe confiaram. Se a razão radica na primeira hipótese, então devo desde já acrescentar que não é por isso que lhe tiro o chapéu. Afinal há por aí montes de outros iguais, ou piores, a começar por Sócrates e licenciaturas ao domingo sendo que, neste caso, não só não teve a coragem de fazer as malas a tempo e horas, como também foi intérprete de trapalhadas mil. Feio, igualmente muito feio! Não conseguindo ver, neste particular, diferenças entre os dois, apenas me resta a alternativa de os considerar iguais; gente que julga que o seu mérito é superior à sua sorte. E não é! Invariavelmente acabam mal e disso mesmo já deram exemplos de sobeja. O mundo actual privilegia o desenvolvimento destas dimensões anacrónicas, sacrificando muitas vezes, no altar do progresso material, numerosos valores morais. Mas não são casos virgens, os referidos. Há muitos mais que concorrem para o processo intentado contra a defesa de valores sérios. E há também muita gente a desmistificá-los, a relativizá-los, o que por si só retira toda a fundamentação ao dito quadro de valores que, isso sim, deveria servir de base a qualquer acção humana e muito especialmente às acções de quem se diz legitimado através do voto popular. Retomando então a notícia inicial, julgo que a saída de Relvas se fica a dever, não ao reconhecimento da sua incapacidade para levar a ‘carta a Garcia’, perante um auditório de tolos até os néscios fecundam, mas antes à vergonha que dele se apossou, e bem, tantas foram as abstracções, os erros e as discórdias que alimentou. Daí que seja agora altura para lhe desejar boa viagem e com bilhete único. A ele e já agora aos que, como ele, encerrados num egoísmo corporativo estúpido, nos deixaram ao sabor das ditaduras partidárias que tudo cobrem, encobrem e perdoam. Mesmo com a saída deste e já que outros infelizmente retornam, acho que estas ‘obras artísticas’ a que me refiro não vão dar melhor estetização ao nosso quotidiano. Seria necessário muito mais.

Mário Rui