terça-feira, 1 de outubro de 2019

Por aí


 
 
 
 
Mário Rui
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Passeando











 
 
Mário Rui
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A “rede” de Tancos

Se podia ser mais discreto nos gestos e na língua? Podia, mas não me apetece!
Sem escrúpulos morais, de vistas curtas, mas de largas manhas, espantalhos que algum povo ainda teme pelo vulto. E os que não roubam, deixam roubar. São cúmplices! Tão manhosos como os outros. E satisfazemo-nos com berrarias de praça, com palmadinhas exaltadas nas costas. Tudo gente que, desde a política até ao foro castrense, num país de boa inteligência e num sistema partidário de selecção de competências, não passariam de modestos palhaços espertalhões, com as suas piadas e truques de entreter. Assim, são apenas agentes da trampolinice nacional!
 
 
Mário Rui
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Eleições legislativas

 
Aproxima-se o dia 6 de Outubro. É a altura em que a urna de voto mais se assemelha a uma caixa de surpresas - dizer de Pandora talvez seja excessivo. Digamos que é um cofre que encerra todo o bem antes de se abrir, e muitas vezes quase todo o mal quando se conhece o que lá dentro existe. Digo eu. E não mudo.

 

Mário Rui
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Adormecidos em silêncios sonoros de mosteiro, acordem!

 
O nariz torcido de alguns contra as novas tecnologias que melhoraram exponencialmente a vida das pessoas não é algo novo. A atitude vai desde a simples dúvida até ao alarmismo que se levanta face ao que é avanço. Uma postura que, de resto, faz lembrar outros tempos em que receio semelhante se instalava sempre e quando o mundo dava um pulo para diante. Foi assim em 1809 com a reacção à ideia da iluminação pública a gás e algo semelhante se passou em 1839 com o conceito da anestesia na medicina. Mais recentemente, em 1999, o pânico passou a morar na cabecinha dos cépticos pois defendiam que o comércio electrónico ameaçava destruir mais do que poderia criar. Julgo saber que ainda há quem ache a simples calculadora de bolso superior ao computador e, carregando mais nas cores, os que afirmam a pés juntos ser o cavalo mais duradouro e fiável do que o terror do automóvel. Estes últimos, certamente, defenderão ainda que os automóveis destruíram o negócio dos estábulos e mudaram para sempre a forma como as pessoas namoram ao acabar com a tradição dos passeios românticos de carruagem. Temos pena mas o mundo anda para a frente e por tal convém aos pessimistas fazer de vez em quando uns intervalos lúcidos de pensamento. Dito isto, trago esta conversa a terreiro pela simples razão de não perceber os insistentes do “antigamente é que era bom”. É que não os compreendo nessa pulsão que os deixa imbuídos de certezas absolutas quanto a esse passado que, pelos vistos, era o alfa e o ómega da existência humana. E com tanta gente hostil ao novo, ao moderno, ao que de melhor se foi fazendo à escala planetária, gostaria de saber da razão por que estão os centros comerciais cheios quando afinal ninguém os frequenta. E porque será que se vendem milhões de telemóveis posto que já ninguém telefona a ninguém. Computadores enxameiam os lares. Também não entendo para quê se afinal ninguém tecla o que quer que seja. Fotografias, aos biliões, mas ninguém as tira porque isso é lista de novos pecados. Máquinas para fazer o clique, nem pensar. Ninguém as compra pois as lojas estão a abarrotar delas. Automóveis, caros e bonitos; não há quem os queira mas que eles rolam, rolam, sem os donos, pois claro. Pessoalmente não aprecio tal aliança de muitas pessoas com a coisa de antanho. Dão o litro por ela, mas nada salva essa tentativa poética e patética de a guindar ao elogio pois quando lhes falta a modernidade logo mostram a melhor das compreensões para a comprar a qualquer preço. Não fosse eu novo há muitos anos mas contemporaneamente envelhecido, que remédio, e esta crónica de tempos vividos seria um tal desancar em gente cujas células cerebrais me parecem bastante instáveis. Isto porque escrever sobre alguns relhos é apenas estar atento.
 
Mário Rui
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Por aí

 

 

  
 
Mário Rui
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Combatentes da Guerra Colonial ou as homenagens em falta

 
Combatentes da Guerra Colonial ou as homenagens em falta (LER AQUI)
Escapei à marcha inexorável da Guerra Colonial. Mas vivi, muito de perto, a angústia de quem partia e de quem ficava. Emocionei-me com a dor de pais e combatentes que, resignados a uma “necessidade nacional” - em que poucos acreditavam - se desligavam da família como se uma fina lâmina de aço os cortasse à raiz natal. Tocou-me profundamente todo esse desespero da guerra, dos guerreiros e das suas famílias que, esperançadas em melhores dias, por cá ficaram. Desarmadas, despojadas dos seus mais queridos. Dos que foram, muitos acabaram por perder o pé e a fé. E ainda hoje está por pagar uma dívida de gratidão a essas gerações de homens, apenas dependentes uns dos outros, em redor dos quais tudo, ou quase tudo, foi drama. Acho louvável a iniciativa de quem quer homenagear esses valorosos – à força assim feitos, é certo, mas verticais protagonistas de tempos tremendos e fatais. E, se desde então o país dorme, ou finge dormir, sobre esse justo reconhecimento a prestar, o pouco que se faça para aliviar a dor íntima dos que ainda a sentem, já será muito. Os últimos acenos que tantas vezes dei a amigos na hora da partida, soldados de verdade que iam para a guerra a sério, foram a derradeira homenagem inteira de voz e de gesto com que os honrei. Foi pouco, eu sei, mas talvez estejamos ainda a tempo de fazer mais por todos eles. Afinal, quem, em prol da boa reputação desses heróis, não se sacrificou já uma vez?
 
Mário Rui
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Noites mistério


Há nestas noites mistérios que se colam às nuvens e com sótão para os boémios espairecerem. Noites vivas, curiosas, agitadiças, mesmo que pálpebras descidas ou turvadas assomem numa encantadora desordem de sombras e luzes. Tudo familiaridades a conversar.
 
Mário Rui
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Construções em areia

 
 
 
 
Mário Rui
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Murtosa d’outrora


Largo dos Combatentes da Grande Guerra - 4 Novembro de 1956.
 
 
Mário Rui
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Estarreja d'outrora


Casa dos Correia Telles, Beduído-Estarreja.
 
 
Mário Rui
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