sábado, 28 de junho de 2014

Vendedores de promessas



“Aeroporto de Beja perdeu o seu único voo comercial. Os voos charters entre Paris e Beja estavam prometidos durante todo o verão e o mês de outubro. Foram agora cancelados.
 
 A decisão de acabar com as viagens surpreendeu os responsáveis do turismo alentejano. De um total de 24 voos previstos (entre partidas e chegadas), foram realizados apenas oito. Desde o dia 16 que não aterra qualquer avião comercial em Beja”
Jornal Expresso



Tudo isto foi feito, e mal, com dinheiro meu. Dinheiro sacado ao meu súor, ao meu esforço e sem que da empreitada se tenha visto retorno que pudesse eventualmente consagrar quer a obra em si e a sua utilidade, quer a prudência ou sequer bom-senso por parte de quem a mandou fazer. Falo obviamente dos mil mercadores e fazendeiros daqui, mais interessados em subordinar tudo a um comércio traiçoeiro, interesseiro, pérfido mesmo, do que propriamente preocupados com o que de essencial enobrece um país. Falando de um modo prático, apenas apetece qualificar tais suspeitos desígnios, estes que assim tornaram o progresso lento e duvidoso, como sendo projecto de total ausência de discernimento ou de senso moral. E ainda há quem diga que “obreiros” destes são bons cidadãos, homens que servem o Estado. Não fazem nada a sério ou que seja eficaz e por isso deveriam ser chamados era de inimigos do Estado. Não merecem mais respeito que o dedicado a um espantalho e não obstante a designação parecer rude ou hostil, a estes que não propiciam ganho algum aos seus semelhantes, não hesito em afirmar que são apenas perturbadores da ordem. Se o dinheiro que me subtraíram para esta e muitas outras obras como esta jamais me irá ser devolvido, ou melhor aplicado, então a única paga que me ocorre é expressar-lhes a minha insatisfação, ingratidão, enfim negá-los simplesmente. Não existem, nem política nem socialmente, mas mesmo negados deveriam ser julgados em sede especial para o efeito: no Tribunal da Tranquilidade Pública. Mesmo que já não governem uma certa república das bananas.
 
Mário Rui
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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Rádio Voz da Ria - Estarreja






Mário Rui
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A Hospitalidade ao Fantasma: Memórias dos Deficientes das Forças Armadas




“Tudo é humanidade, e a humanidade é sempre a mesma - variável mas inaperfeiçoável,
oscilante mas improgressiva. Perante o curso inimplorável das coisas, a vida que tivemos sem saber como e perderemos sem saber quando, o jogo de mil xadrezes que é a vida em comum e luta, o tédio de contemplar sem utilidade o que se não realiza nunca - que pode fazer o sábio senão pedir o repouso, o não ter que pensar em viver, pois basta ter que viver, um pouco de lugar ao sol ao ar e ao menos o sonho de que há paz do lado de lá dos montes.”

Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego"
A guerra colonial portuguesa - um massacre entre pessoas que não se conheciam para proveito de pessoas que se conheciam mas não se massacravam. E quem queria saber do martírio dos outros?
«Na guerra não chorei. Choro agora porque podia ter uma vida muito melhor»
 
Feridos no campo de batalha, mutilados para toda a vida, esquecidos na Pátria pela qual combateram. São testemunhos e olhares para a guerra colonial portuguesa, pessoas que até agora nunca tinham falado muito do assunto. Os deficientes das Forças Armadas têm agora voz através de um documentário disponível para todos chamado “Hospitalidade ao Fantasma”. Forças de testemunhos que impressionam quando se lê e ouve este trabalho, marcas que vieram do fundo das grutas onde estes ex-militares os guardam.
Vídeo realizado por Bruno Sena Martins, do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, produzido no âmbito do projeto de investigação “Vidas Marcadas pela História: a Guerra Colonial Portuguesa e os deficientes das Forças Armadas”
 
A equipa de investigação foi constituída por Boaventura de Sousa Santos, Bruno Sena Martins e Natércia Coimbra. Neste projeto de investigação participaram a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) e o Centro de Documentação 25 de Abril.


Mário Rui
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Qual jornalismo?



Qual jornalismo?  (Ler Aqui)
Esta imagem já correu algum do nosso mundo, tendo-lhe sido aposta uma legenda em que se dizia que o Presidente do Uruguai, José Mujica, como qualquer outro simples cidadão do seu país, estaria numa unidade hospitalar a aguardar pacientemente uma consulta médica. Não é relevante, para o caso, de que se ocuparia neste momento o Presidente mas, afinal, importante é perceber-se do modo como o que se escreve, associando o verbo à imagem, pode em muitos casos ser algo que resulta da tentativa de conquistar o que quer que seja em lugar de se defender jornalismo sério. É como que jornalismo de escaramuça à laia de mercenário negando quase tudo o que não seja verdadeira manipulação da opinião pública. Obviamente que nestas situações tais adulterações jornalísticas servem propósitos bem definidos e os mais avisados até os entendem. Acontece é que, admitindo com alguma bondade a não conivência do Presidente quanto ao objectivo pretendido, o exemplo dado com este caso, demonstra bem a tanga nova, ou velha, que se quer incutir aos mais incautos, fazendo assim crer a esses o patronato próximo de um qualquer político, para já não falar do esforço feito na quase divinização de alguns líderes, mascarando-os de dedicações humanitárias que não raras vezes não possuem de facto. É apenas por este lado que me interessa esta não notícia e não mais que isso. Não importa o sítio onde se faz jornalismo deste calibre, importa sim dizer que, em muitas redacções espalhadas por esse mundo, apenas há redacções gratuitas, cheias de défices e onde a política quer absorver todo o labor dos cérebros-leitores, até mesmo os dos mais lúcidos. Boa sorte para o desempenho do Presidente do Uruguai, país que por ora rejubila com o futebol e com outros pontapés.
 
 
Mário Rui
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Rádio Voz da Ria - Estarreja; uma nova imagem!



Rádio Voz da Ria - Estarreja;  uma nova imagem!
 
 
 
Mário Rui
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segunda-feira, 23 de junho de 2014

E diz Ronaldo



E diz Ronaldo:
- "Portugal nunca foi favorito. Aliás, basta ver pela nossa qualificação. Foi difícil desde o princípio e a responsabilidade pelos resultados pouco positivos no Brasil é dos jogadores, é de toda a seleção. Nunca pensei que íamos ganhar o Mundial".
 
Pois claro, nenhuma coisa se pode prometer ao mundo e tudo o que podemos oferecer é apenas a vã notícia de sucessos futuros, essa velha e já vista história. As outras histórias contam-nos as coisas passadas, trazem-nos à memória aqueles antigos sucessos públicos que o mundo também viu. Quanto ao porvir, tudo são segredos ocultos e escuríssimos que no mais das vezes nem sequer chegam a penetrar o entendimento comum, razão pela qual são por hoje apenas nomes novos mas nem por isso bem soletrados. É de direito natural que ninguém seja condenado sem ser ouvido, mas para que tal aconteça também seria desejável que não se tivesse prometido grande futuro aos desejos para depois, consumado o revés, se vir dizer que afinal a promessa era só de breves desejos ao futuro. Assim como há esperanças que tardam, há também palavras que se devem calar ‘a posteriori’ posto que se no antes não ocuparam lugar não é no depois que vingam. Todo o discurso em cima de construção assim desenhada cheira a conversa de propaganda disfarçada em belos pretextos morais. Só isso.
 

Mário Rui
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O que é realmente difícil???




O que é realmente difícil é alcançar a meta verdadeira pois que ela só depende da resistência de quem corre. Por outro lado, há quem diga que nestas coisas do futebol nada é impossível a quem sabe ousar, mas a ousadia da nossa selecção parece resumir-se invariavelmente a isto; quando vamos a jogo, vivemos e jogamos de facto à medida da nossa fantasia e nunca se tem a certeza de aí estar em absoluto, no jogo. Assim, assistimos a mais uma aventura poética sem o mínimo de chama e, não querendo chamar a este desempenho trapaça, a única explicação que encontro para tanto desaire é o insistente apego a uma certa fatalidade em precipitar as coisas. Do outro lado, o de cá, onde o conjunto nacional é visto a jogar, resta-nos a esperança costumeira, a ilusão de uma cumplicidade possível que tarda sempre em tornar-se convicção de um estado de espírito ganhador. Adoro estas confissões tediosas mas convencidas pois são as únicas que desafiam o nacional-lirismo futeboleiro, os golpes de definições tácticas, as receitas para ganhar o que nunca se ganha! Se quiserem digam que estas são palavras sibilinas, contudo, para mim, não há ambiguidades a propósito do que vejo e do que vi pois que já não vale a pena conceder crédito a esta sucessão quase ininterrupta de representação medíocre. Certamente que não vamos deixar de comer todos os dias, ou seja, não vai ser mais um fracasso a ditar a nossa fome, mas lá que o elevado grau de absurdidade a que recorrentemente assistimos é inadmissível, lá isso é. Por este andar, um destes dias até nos convencem de que tudo o que nos acontece nos convém e sabendo-se que em tempo já longínquo havia quem acreditasse que ter inspiração era receber um presente dos deuses, a explicação a vir para tanta adversidade resumir-se-á seguramente à indisposição de cada um dos membros da Trindade. E não sei se para alguns a derrota de hoje não terá mesmo a mãozinha velhaca do Pentágono ou da CIA, mas desse assunto outros se ocuparão depois, com mais vagar. Mas não vão em histórias, amigos meus. A coisa passa-se assim; a nossa selecção não vai lá porque certos detalhes mal acabados, contrastam com outros, apenas lá postos de raspão!!!
 
Mário Rui
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domingo, 22 de junho de 2014

Refluxo verbal incontrolável




Muito refluxo verbal incontrolável e o necessário apelo ao regresso de Gabriel Alves. Volta, rapaz, estás perdoado!!!

Jóia entre as jóias é o comentário de um tal de Freitas Lobo quando a acompanhar o desenrolar de um jogo de futebol.
 
De tão fecundo jeito literário e tão soberbos ideais linguísticos, o mínimo a que podemos aspirar quando lhe ouvimos poesia tão bela é tentarmos tudo para que a televisão não se desligue, sobretudo quando a bola fustiga duramente a trave, de modo a que não se esfume o verbo eloquente. Com um pouquinho de sorte ainda se nos colam ao intelecto tão singulares ilustrações narrativas. O escoliasta que durante tantos anos viveu neste trabalho intelectual, na aplicação ao mesmo, no estudo dedicado, falando, publicando e repartindo pelos seus semelhantes, há-de ser o pão divino da moderna literatura portuguesa. Perante o colosso, a bisca sueca pasma de espanto, isto para já não falar na Real Academia das Artes Letras e Ciências. Reparem:
 
- “Grande jogo em perspectiva. Técnica europeia contra a força africana”
- “Este jogador é a âncora que mantém o onze preso ao campo durante 90 minutos."
- “Esta jogada devia ser filmada e posta num quadro no Museu do Louvre”
- “Os grandes craques não se fabricam nem se procuram, simplesmente... encontram-se!"
- "A relva está muito mal tratada, mas quando Pirlo a pisa ela fica melhor tratada."
- “Maradona, a única prova que Deus existe..”.
- “Godín lá no alto, a falar com os pássaros”
- “São três milhões de uruguaios naquele remate.”
- "Busquets e Matuidi são jogadores que jogam com capacetes das obras." 
- "Lucas é um jogador que bate à porta da selecção do Brasil, e até já a arrombou."
- "Um jogador que é a placa giratória da equipa."
- “A defesa da Itália é uma parede de cimento táctica.” 
- “Este corte é um bisturi cirúrgico.”
- “O árbitro a descobrir uma falta subterrânea. Daquelas que são cometidas debaixo da relva”
- “A bola não percebeu o que o Iniesta quis fazer"


Mário Rui
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A Gana!!!




O conjunto do Gana empatou a Alemanha, hoje mesmo! E fê-lo porque não usou a rendição como arma, o que de resto é uma das piores componentes que caracteriza outras equipas. Sobretudo aquelas equipas marcadas por um especial e persistente cultivo do romance do futuro.


Mário Rui
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O balanço.




Assunção Esteves. Balanço de 3 anos: em busca da sagrada relação do parlamento com a vida (VER AQUI)
 
O meu "inconseguimento"; cada dia sei mais e entendo menos. Há quem lhe chame nirvana, mas também o que entende o peixe sobre a água onde nada toda a sua vida? É por isso que fixar os olhos no futuro me enche de dúvidas ...
 

Mário Rui
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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vigências



Independentemente daquilo que cada um queira defender relativamente à implantação da República ou da Monarquia, preferências sobre as quais não me ocorre por enquanto opinião sustentada, sempre vou formulando mera congeminação que me leva a dizer o que se segue. Desde logo, e porque insistentemente ouço muita gente a abominar a Monarquia, fico com sérias reservas quanto à real eficácia da República. Mas isso são dados que por ora não quero discutir. Acho é que há regimes com uma forte componente monárquica onde de facto essa monarquia exerce uma função determinadíssima e de alta eficácia: a de simbolizar. De resto, a atestar esta minha constatação, tenho visto muito povo a emprestar uma inusitada solenidade ao rito da coroação, e não me digam que é povo ignorante, pelo que concluo não se tratar de gente louca a aclamar a(o) soberana(o). Eles lá saberão porque o fazem! Bom, mas quanto a este assunto de reis e rainhas, o que eu queria dizer é que sempre desconfiei dos que têm um opinião à prova de todas as outras opiniões. São assim donos de verdades irrefutáveis e blindadas, o que é algo que me parece ser do foro patológico. Nem a discussão meramente académica a este propósito consentem. Acho redutor, mas enfim, respeito. Quanto à República, que afinal em muitos casos também é continuar no ontem embora vivendo o hoje, deixo que outros a expliquem já que em resultado das experiências de um tempo presente desconjuntado, vacilando de episódio inesperado em episódio inesperado, me acho por enquanto incapaz de o perceber suficientemente bem de modo a formular narrativa coerente. E mais não quero dizer. Já agora, uma vez que em Espanha foi hoje proclamado um Rei, será de notar e lembrar que o outro, o pai, caçador ocasional de paquidermes, coisa que não abonou muito em seu favor e muito menos em favor do animal, decidiu optar por uma saída limpa! Como seria excelente que o exemplo contagiasse o outro lado da Península Ibérica. Não estou a falar da dívida pública, refiro-me a certos caracteres pessoais que por cá tratam da coisa igualmente pública e que, pelos vistos, nem com suja nem com limpa, não conseguem ver a saída! Mesmo que a eles a indiquemos.
 
Mário Rui
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O estado da nação.



A Federação Portuguesa de Futebol irá pagar 400.000 euros a cada jogador, num total de mais de 9 milhões de euros, caso a selecção ganhe o Campeonato do Mundo de Futebol.
A eurodeputada socialista Ana Gomes comparou ontem o Banco Espírito Santo (BES) ao BPN, afirmando que ambos são ou foram instrumentos de actividade criminosa. Ana Gomes disse ainda, em declarações à Antena 1, que "ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado Santo para ir preso".  (jornal i - 18 Jun 2014 )
Não sei e tão-pouco quero saber os nomes dos que exigiram, dos que ofereceram, ou sequer tentar entender da moderna pornografia a que se assiste no futebol de selecção nacional. Não estou nada interessado em semelhante assunto apenas porque, a exemplo do que acontece com a maior parte da vida política portuguesa e outra tanta social – estão aí mais uns elucidativos exemplos vindos a lume no programa “Conselho Superior” da Antena 1 do dia 17 de Junho - , tudo não é mais do que uma verdadeira choldra a que deve a minha consciência dedicar o  melhor do seu desprezo. Há-de ser um desprezo mais em forma de testemunho público de lamentos pela forma como cada vez mais me afasto da casta de gente que envergonha o país e não tanto desprezo que me leve a calar o estado irritativo, e de náusea, em que permaneço ante o que vejo, leio, ouço e finalmente vivo! Que grande feira de vaidades em que se tornou este recanto da portugalidade. Quer seja no futebol de selecção que alguns ainda julgam nacional, quer seja no domínio da banca portuguesa, aquilo a que se assiste é à tarefa de sacarrolhar, em cada caso em particular, o vil expediente que mais rapidamente possa dar dinheiro, vanglória, ainda que de fraca qualidade, ou possibilidade de êxito fácil em qualquer coisa. Os cálculos de ganhos e perdas ajustam-se na perfeição aos esquemas de fins e meios, razão pela qual cada um lança mão da mais hábil e ardilosa das vias ainda desimpedidas, subsistem muitas e quando escasseiam inventam-se, para irem enriquecendo de modo altamente duvidoso, dando deste modo nota do persistente sintoma normal de uma humanidade decaída. Não é coisa que os preocupe, esta queda abrupta de virtudes, pois que é mais importante ultrajar a memória de um país do que propriamente venerá-la. Vale tudo! Para se ser alguém cá na terrinha, o indispensável é que se deite toda a vergonha ao mar, depois virão as recompensas, e os vencidos, essa raça inferior que serve de pasto aos apetites devoradores dos primeiros, que se amanhe. Vamos longe com estes triunfantes e válidos amanhãs, vendo passar as afrontas. Apetece dizer que neste lenta agonia de nacionalidade há muitos para quem a bandeira do país já não é símbolo de nenhuma glória, mas antes um pano com que se cobrem as infâmias cometidas. Indignado? Claro! Peçam-me tudo, menos que tape os olhos. Bem basta quando a terra os cobrir!
 
Mário Rui
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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Uma medida com juízo.



Passos Coelho fez muitíssimo bem quando decidiu não ir assistir ao jogo Portugal vs Alemanha. E porquê? É simples; para ficar ao lado destes dois cromos achou que melhor seria furtar-se aos seus “bons" preceitos em lugar de ceder a estes dois maus exemplos.  
 
 
                   
Mário Rui
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A ´LEGO', Portugal e a Alemanha




A ‘LEGO’ esteve com a equipa de Portugal no jogo de hoje frente à Alemanha e deixou um conselho a alguns jogadores: claro que a maneira mais adequada de expressar gratidão é cultivar humildade e já agora discrição.
               
 
 
Mário Rui
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Mundial de Futebol 2014 - O futuro de uma ilusão



A cada momento, um brado rompe!




Mário Rui
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Mundial de Futebol 2014 - O futuro de uma ilusão



Iniciemos pela compreensão do que é a realidade. É comum o entendimento de que a realidade corresponde àquilo que “realmente existe”. E aquilo que realmente existe é fraco! E mesmo entre as diferentes interpretações da realidade não há contradições a assinalar. Portugal da Copa do Mundo simplesmente não existiu. E tem mais; foi uma equipa, e quem sabe se também os restantes que a preparam para o embate, uns verdadeiros nocivos à eclosão de qualquer sentimento sincero de brio profissional. Na barafunda de tudo o que se viu, só vingou a imagem da bandeira de Portugal nas bancadas. O resto foi um grande certame de cretinos. Espera-se melhor e de modo a prevenir a opinião contra a eventual boa-fé do esforço de toda a equipa, em prol da causa que a pés juntos nos dizem defender, fico-me por aqui. Em suma, não foi a Alemanha a ganhar o jogo, foi Portugal a perdê-lo.
“A utopia está lá no horizonte. A equipa aproxima-se dois passos, ela se afasta dois passos. Caminha dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que ela caminhe, jamais a alcançará. Para que serve a utopia? Serve para isso; PARA QUE A EQUIPA NÂO DEIXE DE CAMINHAR”
 
Mário Rui
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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Só o inteligir pode fundamentar a vida social




Não gosto do desempenho politico do actual Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva. É um direito que me assiste, e quanto ao assunto estamos conversados. É a minha opinião e vale tanto como qualquer outra vinda dos restantes a quem eu devo respeito que não eventualmente concordância! Há no entanto algo mais de que igualmente não gosto. É disto; nunca faço festa com os despojos dos que se desprendem ou caem na luta desesperada pela vida pois que ela é coisa tão curta e às vezes tão ínfima – infelizmente há mesmo alguns que pouco a saboreiam – que, entre o lado político e o lado humano, é ilegítimo que nos riamos dos que desta maneira tombam porque da condição humana nasceram. E tanto se me dá que o assim derrubado seja o fulano A como o fulano B, do partido Y ou Z já que, nesta matéria em particular, não me rejo por princípios de desumanização entre iguais. Não brinco com a dor do outro. O outro sou eu também. Matéria completamente diferente e a discutir incessantemente, firmando oposição forte quando necessário, luta se justificada, é saber se estes homens da coisa pública estão, ou não, a tomar o seu devido lugar na vida social, política, cultural e por aí fora, e especialmente sabermos quais os valores que defendem e de que modo os mesmos se repercutem em nós.
Nesta linha de pensamento, reiterando o meu não alinhamento com o PR, devo também sublinhar o meu total desprezo e veemente crítica dirigidos aos que adoram fazer comédia com a dor em peito alheio, peça representada na circunstância pelo sindicalista Mário Nogueira e que afinal descambou em farsada de rua mercê da inconsciência da bestiola que a interpretou. Tão ignóbil foi a versão do ocorrido que até parece que ser perverso é um ideal. É uma pena que a passagem dos grotescos ainda vá sendo alvo de gritaria macabra, dada a circunstância que lhe forneceu motivo, mas igualmente lamentável é que seja ininterrupta pois cada vez mais é um sinal da aniquilação do carácter de gente assim. Em suma, não venceu por fim a besta, antes deu mais um contributo para a criação do matadouro das actuais e, pelos vistos, futuras forças “inteligentes” do país. A continuar assim, com estas modernas fundamentações sindicalistas, vai sem dúvida o visado conseguir elos de reciprocidade. Pasmo com esta “nobreza” de dúbios, tolos e presunçosos, pessoas que acham a política como sendo o meio para atingir todos os fins mas sempre incapacitados para perceberem as mais óbvias realidades, preferindo substituí-las por arremessos ridículos de razão em permanente estado de cegueira e dúvida, sobretudo quando não respeitam as enfermidades dos outros. Quaisquer que sejam, os outros, e as suas maleitas!
 
Mário Rui
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Uma oração pela paz

 
 

Uma oração pela paz.
 
Papa Francisco com os Presidentes de Israel e da Palestina nos jardins do Vaticano.

Numa era de problemas de longo prazo, mesmo não se sabendo o que moldará o futuro, fica a tentativa da conciliação feita por parte do Papa Francisco. O que se espera é que aí venha um mundo melhor, mais justo e mais viável pois que o velho século não acabou nada bem. E o tempo urge, razão mais que suficiente para que se escutem as razões dos três líderes posto que este trio de “jovens” cabeças grisalhas não dura eternamente.

 
 

Mário Rui
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sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Bola




E aí vem mais um “chuto” na bola, coisa que pula e avança e faz girar o mundo numa dança anarquista quantas vezes revolucionária de praia e outras tantas interpretação da nossa realidade sob um manto de verde colorido onde a especificidade rola na análise crítica do mundo quotidiano. Que raio de nome deram ao esférico, a bola, essa forma de reunião que se junta a uma reflexão sobre os personagens que nela batem, seus malandros e seus heróis, afinal actores principais. Com ela se discutem também outros sistemas, certos factores sociais, políticos, económicos e nacionais pois que tudo é plano de elaboração interna do sistema.  A bola, com chuva ou sol, todos lhe discutem a identidade, a especificação, as zonas de encontro, a mediação, o sítio de reunião, o adro da discussão e depois o tempo fica suspenso e uma nova rotina deve ser repetida ou inovada. A bola, ninho onde nasce o poder da teia, a táctica e o meio, canto onde também se pode forjar a esperança de ver o mundo de pernas p´ró ar ou de cabeça p´ra baixo. A bola, realidade do desenvolvimento interpretativo do tudo e do nada às vezes inclusiva e abrangente e muitas mais cuspindo fora o racional, a coisa que anda veloz na metodologia e no procedimento mecânico quase sempre hierarquicamente determinado. Enfim, a bola, o esférico, a redondinha, a comparação por meio de contrastes e contradições, buscando não o semelhante, mas o contrário e o diferente. É com ela que primeiro realizamos uma explicação em termos individuais e nunca chegamos a uma compreensão quando a verdadeira demanda devia ser o oposto. Então e o que mais significa a bola? A quarta, o sábado ou o domingo, dimensões históricas, eixo temporal que é sempre um universo cronológico de mitos e legendas, sagas e manias. Ficamos com uma nítida consciência da sua passagem pelo terreno do jogo e no fim estamos fora do tempo e do espaço poderosamente dominados pela ideia de que temos um momento especial. Acções vezes sem conta  invertidas, gentes, actores, gestos, acenos e roupas características. Não matem o cerimonial, deixem a bola formar relações evolutivas  nem que seja para acabar com a distância entre fracos e fortes! Bola, razão estética com todos os rituais onde sempre encontramos um centro!
 
Mário Rui
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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Só anseio pela medida certa




















Só anseio pela medida certa.
Há três coisas que eu não entendo no que toca às recorrentes disputas entre o Governo vs Tribunal Constitucional. A saber:
 
1.-  mas porque razão ao bicho-carpinteiro do zelo governativo só dá para desassossegar sempre os mesmos tristes, os que menos têm?
2.-  que divindade foi essa que um dia por via das tribunas parlamentares decidiu indicar o nome dos juízes com assento no TC? Será que a arte de julgar precisaria dessa “corajosa dedicação” dos políticos para o desempenho do seu papel? Mas que necessidade é esta? Para a boa vontade de tal dedicação, eu julgo já ter encontrado explicação; chamar-se-á tentativa de acatamento? E então o poder judicial também não se desabituará, assim aparecido, de fazer o seu trabalho bem e livremente?

3.- a adição da ficção governativa, mais a da “bondosa” proposição dos nomes e mais a da respectiva aceitação nominal do TC, não dará também soma com epilepsia?   

 
Em suma, eu, sofredor e manso, mas de bons modos, muito gostaria de ter alguém a convencer-me do engano das minhas convicções e faltas de saber. Sim, se afinal conheço médicos que têm um tempinho por dia em que dão consultas de borla aos doentes pobres, porque razão outros tantos não praticam igual caridade com os ignorantes de bons modos? Quer os explicadores sejam políticos ou mesmo juízes… todos juntos e em movimentos mais desmistificados, talvez nos livrassem do monstro que se abate sobre nós todos. E depois os presentearíamos com os nossos indeléveis agradecimentos.
 
Mário Rui
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Dia Mundial do Ambiente

















 
 
 
O Dia Mundial do Ambiente é celebrado todos os anos a 5 de Junho. É um evento que tem como objectivo assinalar acções positivas de protecção e preservação do ambiente e alertar as populações e os governos para a necessidade de salvar o planeta.
 
Mário Rui
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terça-feira, 3 de junho de 2014

E finalmente faz-se luz



















Ninguém me pediu opinião e tão-pouco me apetece expressá-la a propósito da abdicação de Juan Carlos Alfonso Víctor Maria de Bourbon e Bourbon-Duas Sicílias, o Rei de Espanha, simplesmente, ou não. No entanto, como assisto a uma frenética e muito vantajosa discussão para a resolução da crise portuguesa entre os mais elevados espíritos lusitanos críticos e acríticos do tudo e do nada, e em especial os chamados de esquerda, os de direita já não discutem, apostam em Filipe, sempre devo citar Charles de Montesquieu; “O luxo arruína repúblicas. A pobreza arruína monarquias”. De todo o modo, julgo que a tinta usada por estes fazedores de opinião para a intelectual análise ágil e reflectida sobre o assunto, teria sido mais útil, já que o caos, por cá, acabou, se utilizada para nos caligrafarem a explicação da maneira como o cavalo deverá no futuro montar o homem. O contrário já basta! É outro problema que nos acossa e para o qual procuramos solução! Um destes dias falaremos de novo.
 
Mário Rui
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É certo, a forma eterna não existe, mas também só vejo personagens hostis às letras pátrias




















 
 
 
 
É certo, a forma eterna não existe, mas também só vejo personagens hostis às letras pátrias

Eu até acredito que as palavras, tal e qual as coisas vivas, estão sujeitas a degradações orgânicas e portanto precisam de renovação em tempo certo. Contra isso, nada. De resto, sendo a língua portuguesa, como qualquer outra, o instrumento de expressão entre as pessoas de um dado sítio, convém dar-lhe rejuvenescimento que evite a sua própria velhice e consequentemente perda de valor circulante. Aceito e aplaudo pois que se substituam algumas das palavras/expressões do nosso vocabulário mas só e desde que não se mutile a sua própria anatomia e muito menos com sacrifício da alma e do entendimento geral. A introdução desse denominado acordo ortográfico que alguns pensadores do pouco resolveram dar à estampa, ainda recentemente, conjunto afinal infernal de intrincados termos que me levam a sentir-me órfão do português literário que aprendi ao longo da vida, em mais não deram senão em nova ortografia que não é língua em que se escrevam os futuros livros da escola. Quando um facto, coisa realizada, acontecimento, já só é um “fato”, então o que será um terno para o esforçado alfaiate que o cose? Ou coze? Já nem sei! E o que dizer do pêlo do nariz que agora já é “pelo” mesmo acima? Ah, e bem pode o leitor sentar-se para assistir a uma qualquer encenação pois deixou de ser o espectador e agora é mais um “espetador”. Daqueles que espeta? Talvez! É lamentável que não se respeite a raiz da nossa amada língua e, ao invés, se coloque a mesma à tracção do incompreensível mercantilismo das palavras. Há certas coisas na vida que jamais deveriam estar sujeitas a negócios pois que a recorrência às línguas paralelas deixam em nós um cheiro a trama, enredo mal explicado. Um novo mundo de gestão da língua, dizem os defensores do AO. A estes, a primeira coisa que lhes falta é talento, e depois do talento falta-lhes quase tudo o mais. Se as palavras, as nossas, tivessem sido feitas para produzirem efeitos orquestrais, já o país seria uma grande filarmónica e quem sabe se não estaríamos melhor servidos só com música. Mas não, as palavras servem para exprimir ideias e talvez seja esse o problema dos pensadores do AO; só estão à vontade com composições muito complicadas. Julgo ser finalmente um modo de tornar a língua portuguesa como artifício distraidor das faculdades que lhes faltam, sobretudo as de não conseguirem perceber as incompatibilidades do problema. Começo a estar farto destes escultores de si próprios.

 

Mário Rui
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