quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Hospitalidade ao Fantasma: Memórias dos Deficientes das Forças Armadas




“Tudo é humanidade, e a humanidade é sempre a mesma - variável mas inaperfeiçoável,
oscilante mas improgressiva. Perante o curso inimplorável das coisas, a vida que tivemos sem saber como e perderemos sem saber quando, o jogo de mil xadrezes que é a vida em comum e luta, o tédio de contemplar sem utilidade o que se não realiza nunca - que pode fazer o sábio senão pedir o repouso, o não ter que pensar em viver, pois basta ter que viver, um pouco de lugar ao sol ao ar e ao menos o sonho de que há paz do lado de lá dos montes.”

Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego"
A guerra colonial portuguesa - um massacre entre pessoas que não se conheciam para proveito de pessoas que se conheciam mas não se massacravam. E quem queria saber do martírio dos outros?
«Na guerra não chorei. Choro agora porque podia ter uma vida muito melhor»
 
Feridos no campo de batalha, mutilados para toda a vida, esquecidos na Pátria pela qual combateram. São testemunhos e olhares para a guerra colonial portuguesa, pessoas que até agora nunca tinham falado muito do assunto. Os deficientes das Forças Armadas têm agora voz através de um documentário disponível para todos chamado “Hospitalidade ao Fantasma”. Forças de testemunhos que impressionam quando se lê e ouve este trabalho, marcas que vieram do fundo das grutas onde estes ex-militares os guardam.
Vídeo realizado por Bruno Sena Martins, do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, produzido no âmbito do projeto de investigação “Vidas Marcadas pela História: a Guerra Colonial Portuguesa e os deficientes das Forças Armadas”
 
A equipa de investigação foi constituída por Boaventura de Sousa Santos, Bruno Sena Martins e Natércia Coimbra. Neste projeto de investigação participaram a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) e o Centro de Documentação 25 de Abril.


Mário Rui
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