sábado, 6 de abril de 2013

A conquista















Pode ser por breves instantes, não importa, mas a verdade é que quando o ego de muita gente se enche de alegria, é sinal que quase todos perceberam a hora da feliz emoção . Até quem perde reconhece a alegria da conquista, ainda que de outro, sabendo tratar-se de um direito que não pode ser negado ou vendido. Sendo pertença de quem o merece, nunca pelos outros deve ser condenado ao alheamento. Afinal a  pergunta é; qual pode ser a contribuição do momento bom da coisa conquistada? É simples! Mesmo quem morre de sede pode sempre dar passos a caminho de uma fonte. Em qualquer actividade humana. Até no futebol.

Mário Rui

Onde está o leme?


















De Sócrates a culpar Cavaco pelo fim do seu governo, de Cavaco a não pedir a fiscalização preventiva, a tempo e horas, do Orçamento, de Catroga a receber 430 mil euros pela EDP em 2012 até Mexia que arrecada 3,1 milhões, passando depois por Arménio que quer a cabeça de Passos, não esquecendo o Tozé que fala na aparição de “um novo Abril” e na promessa de que vai governar para os pobrezinhos, incluíndo o Tribunal Constitucional que deixa o país em suspenso, qual orgão político a decidir sobre o futuro de Poor...tugal, até ao novo aumento ilimitado de impostos que aí vem e atravessando a burra ideia de que o importante é fazer assim em vez de reduzir a despesa pública, tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado. Que grande mulher, ao estilo dos melhores pensadores deste século, Amália pensou mais; «perguntaste-me outro dia se eu sabia o que era o fado. Disse-te que não sabia. Tu ficaste admirado, sem saber o que dizia. Eu menti naquela hora. Disse-te que não sabia, mas vou-te dizer agora...» É o manicómio que passou a ser gerido pelos seus utentes, entrou em auto-gestão, organização do rodízio para despejar o urinol - dito mesmo assim, grosseiramente. A conclusão é minha e não da fadista a que aludi. Desiludam-se os que julgam que finalmente se repôs a verdade dos factos, a justiça para os mais desfavorecidos, a inversão das más políticas governativas. Abril está à porta e mesmo os empregados e operários que valorizam a implicação pessoal e procuram um investimento útil no trabalho que os faça sair das trevas, mesmo esses, esqueçam melhores dias. Esta meia caridade agora nascida com laivos de ‘sentimentalo-mediática’ do T.C. não só nos deixa mais preocupados como, ainda por cima, vem agravar a nossa causa. O problema desta terra assenta no facto de já ninguém se achar capaz de dar rumo certo a qualquer política amiga e respeitável, tão-só porque já não existe mais nada no absoluto que sequer encoraje o homem público a devotar-se a qualquer ideal. Pessimista, profeta da desgraça, eu? Os exemplos falam por aí. Depois contraditem-me! E vem aí o Verão. O Verão, o cruel Verão que sob uma temperatura que alguns dizem ser de gestação, nos há-de obrigar a abrir ainda mais a camisa, a limpar o súor abundante do nosso descontentamento e a não encontrar refresco que nos alivie o peso de carregarmos um país ingovernável. É caso para dizer; o que é verdadeiramente inconstitucional é a bancarrota! Então clamemos pelos juízes do povo, não os que pensam que votando leis iníquas nos elevam à condição de gente com fibra, mas os que decidem que banir o narcótico mais eficaz para um cérebro em convulsão – a ilusão – é de facto a medida ideal, a acertada! E, deste jeito, o manicómio encerrará, por falta não de drogas desvairadas, mas de tolos que felizmente se curaram.

Mário Rui