sábado, 31 de agosto de 2013

Quotidiano II






































Mário Rui

"LOL"















Manhãs a rir, é do que nós precisamos. Deputado socialista André Figueiredo:

 
"Desde o momento em que José Sócrates começou a fazer comentários televisivos começaram ministros a cair, secretários de Estado a tombar e a coligação a ruir"...

 
A primeira amnésia a gente nunca esquece. Ahahahahahahahahahahahaha.

 
Mário Rui

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Os virtuosos é que são poucos




Melhor seria que se deixassem de conversa fiada, missa laica, e, isso sim, estivessem à altura do dantesco quotidiano que assola o país. O que seria desejável era cultivar o respeito às leis, que o próprio Estado não cumpre, criar condições de combate a este flagelo de modo a que os ‘soldados’ empenhados em tal batalha não ficassem com a certeza de que estão envolvidos numa iniciativa maldita. Marcha feita nestes modos, é muito pesada e faz o coração bater forte. Ficamos com a convicção de que a massa de bombeiros valorosos que serve o país, não o faz na sua qualidade de seres humanos mas sim como máquinas, entregando o seu corpo ao martírio. Tudo isto se deveria trocar não por palavras de circunstância, mas antes por acção efectiva de mais e melhores meios na luta contra as chamas. Desde logo, começando pela prevenção e punindo a transgressão. A do Estado, em primeiro lugar. De patronos da virtude, está Portugal cheio e de coloração mental também já estamos cansados. Os virtuosos é que são poucos!

Mário Rui

Bee Gees - One For All Tour (Live from Australia) 1989





Pois muito bem! E que venham os deuses do Olimpo dizer-nos como é. Quando estamos sós, com a noite sensível, suave, e com a luz que nos ilumina os sentidos, mais que outra qualquer coisa, só a música sabe como nos sentimos no etéreo. São modos de estar e ser. São particularmente vivências muito próprias de quem as conseguiu abraçar. Agora compreendo da razão porque estes sons nunca nos fizeram mal, daí que jamais possamos arranjar argumentos contra eles. São simplesmente a nossa essência. E pouco importa se a balada que embala é mais ou menos elaborada. É simples e apaixonadamente toca-nos no que de mais profundo as nossas certezas têm. Adoro experimentar de novo a volúpia do espanto quando me contam histórias de fadas. Antigamente não sabíamos nada sobre instabilidades e era por isso que por vezes, enfeitiçadamente, perdíamos o pé, mas sempre nos conservávamos no paraíso e nunca nos cansávamos da regra. E para quê acreditar em vários deuses se também eles têm raivas, tristezas, alegrias, medos, paixões, ciúmes? Não nos chegam poucos? Afinal à nossa lealdade dedicada aos certos, corresponderá sempre a vantagem de os podermos levar connosco. P´ra todo o lado que nos convenha. Até para Massachusetts …

 
« Sinto que estou voltando para Massachusetts

Algo me diz que preciso de ir para casa

E todas as luzes se apagaram em Massachusettss

No dia em que a deixei ali por si só

Tentei ir de boleia para São Francisco

Tenho que fazer as coisas que preciso

E todas as luzes se apagaram em Massachusetts

Elas trouxeram-me de volta, para ver a minha estrada contigo»

 
Mário Rui

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tragédias


De facto, em volta de toda esta tragédia fumega uma onda de cansaços, de fatalismos, de decepções e de medos de novas decepções. Há ainda a própria violência do monstro-fogo que tem levado o melhor do nosso heroísmo, que assim se perde em miseráveis e penosos becos sem saída. Uma extraordinária força de vontade tem impelido a melhor da nossa índole humana no «vamos para diante». A luta pela vida dos outros tem sido um quadro excepcional onde só os valorosos bombeiros têm oferecido o seu ‘bom coração’, quantas e quantas vezes infelizmente sacrificado ao seu bem! Quem lhes havia de querer tirar este respeito? Morreu mais uma bombeira, de 21 anos, a combater os incêndios em Portugal. Há que dizê-lo: extinguiu-se a chama de mais um ser corajoso, fiel, daqueles que não recuam diante de trabalhos penosos e negligenciados por outros. Os que desta vida destemidamente se têm despedido em honra da sua própria vida, são já muitos. É tempo de lhes entregar, desde logo, a nossa veneração, mas é também chegado o tempo de repreender o “pastor” e o “prado”, não importa quem são, mas jamais os bombeiros, pela sua imprudente prevenção, pela sua comedida suavidade de decisão. Em especial repreender o “pastor” que se deita na erva para ver passar a vida ruminando com ar muito sério, esquecendo as agruras de quem se troca pelas nuvens tempestuosas do inferno.

Para a bombeira da Corporação de Carregal do Sal, fica a nossa homenagem e o nosso muito obrigado. Que descanse em paz.

Mário Rui

terça-feira, 27 de agosto de 2013

E de que lado estará a razão?

 
EUA 'prontos' para atacar a Síria? E de que lado estará a razão???????

A horse with no name

























Mário Rui

Pacato e lerdo cidadão

(clicar na imagem para aumentar)


O Tribunal Constitucional tal como definido na Constituição Portuguesa tem como principal competência a “fiscalização da conformidade de normas jurídicas — e, em particular, das normas das leis e dos decretos-leis — com a Constituição“. O Tribunal Constitucional é composto por treze juízes que têm um mandato não renovável de nove anos, auferem cerca de 6.130€ mensais e são nomeados da seguinte forma: dez são designados pela assembleia da república e três são cooptados de outros tribunais a partir das propostas dos juízes eleitos, sendo que no total dos treze, seis têm de ser magistrados de carreira. O Presidente do Tribunal Constitucional é eleito pelos respectivos juízes, mas o PS e o PSD acordaram em alternar a presidência do Tribunal Constitucional por um juíz nomeado pelo respectivo partido por períodos de quatro anos e meio. Ainda segundo a Constituição, “os juízes do Tribunal Constitucional gozam das garantias de independência, inamovibilidade, imparcialidade e irresponsabilidade e estão sujeitos às incompatibilidades dos juízes dos restantes tribunais.

Ainda a propósito da decisão dos políticos e dos tribunais sobre a lei de limitação de mandatos

Não quero falar dos juízes, enquanto administradores da justiça, já que não reconheço em mim mesmo competência para o fazer. Quero é falar do que me diz respeito enquanto cidadão, ou seja do regime político que rege o meu país, a minha vida. E tenho interrogações que me apoquentam a cabeça. Lá vai, então; mas as garantias de independência de que gozam os magistrados afinal estão sujeitas ao “mando” da AR? Mas porque será que assim acontece? De facto, este modo de “pilotar” o país está deveras apostado em tornar tudo administrável e em administrá-lo no dia-a-dia. Mas porquê? Para o pacato e lerdo cidadão, que sou eu, não querendo ajuizar de outro modo para que não me chamem de “conspirador”, até fico com a ideia de que os partidos acham que se as coisas ficarem entregues a si próprias, falem ou descontrolam-se violentamente. Não, não é seguramente por isso. Os tribunais já demonstraram a sua competência em matérias da sua exclusiva responsabilidade. Daí que, com toda a certeza, haverá uma outra qualquer razão para assim ser. Pressinto-a, mas não a divulgo. Por agora. Felizmente que há apenas dois géneros de regimes: os que estão a mudar e os que vão falir.

Mário Rui

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Esperanças e sonhos














Autarcas. Limitação de mandatos já foi declarada inconstitucional

 
Juízes do Palácio Ratton chumbaram um diploma de 1991 que impedia os autarcas de se recandidatarem a mais de três mandatos consecutivos

 
O Tribunal Constitucional (TC) já conta na sua história com uma decisão sobre a limitação de mandatos dos autarcas. Veredicto: "Inconstitucional". Os juízes do Palácio Ratton consideraram, num acórdão datado de 1991, que o impedimento legal de um presidente de câmara se candidatar a mais de três mandatos sucessivos não respeitava a Constituição - a mesma questão que o Tribunal vai ter de analisar nas próximas semanas e que decidirá o destino de vários candidatos às autárquicas de 29 de Setembro, em algumas das principais cidades do país.

 
Actualmente, o Tribunal Constitucional tem nas mãos o destino de sete candidatos a presidentes de câmara e mais de duas dezenas a juntas de freguesia. Com as eleições autárquicas a um mês de distância, os juízes do Palácio Ratton decidem nas próximas semanas qual a abrangência do impedimento estabelecido na polémica lei de limitação de mandatos, aprovada pela Assembleia da República em 2005.

 
Até agora, os tribunais de primeira instância dividiram-se quanto à interpretação da lei. Fernando Seara (três mandatos em Sintra) em Lisboa, e Luís Filipe Menezes (mais de três mandatos em Vila Nova de Gaia) no Porto foram considerados elegíveis. Em Aveiro, Ribau Esteves (que já cumpriu três mandatos em Ílhavo) também foi admitido como candidato.

 
Em sentido inverso, em Castro Marim e Tavira os tribunais decidiram pela inelegibilidade dos candidatos apresentados pelo PSD. Em Beja as candidaturas de Pulido Valente (PS) e João Rocha (CDU) começaram por ser admitidas mas, após recurso, foram ambos considerados inelegíveis.

 
jornal i (26 Agosto 2013)
 
Estar preso ao papel de espectador não é uma condição agradável. Os nossos escrúpulos morais são motivo mais que suficiente para que fiquemos atormentados com este estado de coisas. Aos momentos frequentes em que a nossa consciência política se vê invadida por actos arbitrários e sem que percebamos da razão que porventura lhes assista, há que juntar uma outra aflição; a de nos sentirmos impotentes para travar tanto disparate, tanta desconcordância. É por tudo isto que deixa de nos ser possível acreditar num futuro melhor. Que falta nos fazem dirigentes severos mas determinados,  daqueles que se regem pelos princípios da democracia e que «sabem o que andam a fazer».

 
Mário Rui

HÁ SEMPRE UM TEMPO PRÓPRIO PARA TUDO




















 HÁ SEMPRE UM TEMPO PRÓPRIO PARA TUDO (VER AQUI)

Se é que foi um simulacro a sério, aprovo. Dirigi e estive envolvido em tantos e com tanta gente boa, que não seria honesto comigo próprio se outra coisa dissesse. No entanto, não posso deixar de anotar o mau gosto que representa a realização de acções deste género enquadrando-as numa efeméride/lembrança penosa para quem a viveu, trágica pelas vidas que ceifou, sinistra pelos bens que roubou, funesta pelos sonhos que despedaçou. Como se tudo isto não bastasse para enegrecer a aludida formação prática que é devida, com toda a premência, aos ‘soldados da paz’, escolheram então um dia com “arraial” e “foguetes”, quiçá mais festa que propriamente momento de reflexão e aprendizagem. Da escolha do dia, presumo e quero acreditar não se encarregaram os que habitualmente lutam no terreno. Do simulacro, ninguém discutirá a sua utilidade, o que se pode e deve dizer é que tais “exercícios de simulação de emergência”, quando bem feitos, envolverão os meios técnicos absolutamente necessários e os humanos estritamente imprescindíveis. Quando estes últimos incluem figurinhas de proa, figurantes de gravata e povo que dá votos, então já se trata de uma outra qualquer simulação. O que não é justo tendo em vista o fim a que se destina. É que para treinar corpos de bombeiros é perfeitamente dispensável dar festas. Se é treinamento feito com competência, ele mostrará por si só os resultados. Mas não é apenas a soma da festa com o simulacro. Numa altura em que o país arde literalmente, em que o país chora lágrimas de recordação pelos que morreram no combate ao monstro, ficava bem que a data marcada para a agilização dos meios de ajuda simulada ao Chiado, ou a qualquer outro ‘chiado’, tivesse sido bem pensada. Agendamento infeliz, para não lhe chamar provocação. Será que toda a logística técnica posta no ‘teatro’ de operações do simulacro, face ao momento dantesco que se vive por esse país fora, não teria sido mais útil no refrescamento dos companheiros exaustos que há várias semanas têm jogo marcado com o inferno? Trezentos elementos dos bombeiros é muito bom companheirismo para engrossar a fileira dos restantes valorosos homens e mulheres destacados em Tondela, Igreja / Gondar-Amarante, Sra. Boa Morte / Correlhã-Ponte de Lima, Montemuro / Alhões-Cinfães, Feitalinho / Arcozelo das Maias-Oliveira de Frades, Ferraria / Sedielos-Peso da Régua, Estrumil / Oriz-Vila Verde, São Pedro de Veiga de Lila- Valpaços. São muitos, não são? E trágicos até dizer chega! E oitenta veículos não seriam uma boa ajuda no apoio aos heróis de Portugal? Tudo isto me mete muita confusão. Estou mas é farto de imponentes ‘metanarrativas’ e a ansiar por interdependências que se transformem numa mais-valia para todos. Obrigado, bombeiros portugueses. São os únicos que batalham abnegadamente sem que para isso estejam a pensar em eleições ou em votos. Votos, só desejam os de muita sorte. Um bem-haja a todos.
 Mário Rui

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Gaiola Dourada


A Gaiola Dourada

Não, não se trata do recente filme do luso-francês Ruben Alves.

Esta é uma outra gaiola, portuguesa, a que alguns chamam de “política nacional”. Entra-se “depenado”, sai-se “farto”. Não é dourada? «Só sábios éramos sete», agora são aos milhares…

Mário Rui

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Mete-nos lá dentro e às vezes domina-nos.

Mário Rui

A reforma do Estado


Pobres governantes. A reforma do Estado já anda para ser feita desde o reinado de D.Miguel. A cada governo que passa, ouvimos sempre a mesma prosápia. Balofa, enganadora e sem qualquer sentido. Em termos práticos, nada tem sido feito. De resto, o que era absolutamente indispensável tem sido propositadamente esquecido. Reorganizar o próprio modelo de governo. Funcionários públicos em excesso? Sim, de facto são em excesso os funcionários dos gabinetes de apoio aos ministros, aos secretários de estado e aos respectivos serviços. Mas disto ninguém fala. Não convém. Cerca de 63% dos funcionários públicos não prestam serviço aos cidadãos, mas antes a estes órgãos, afinal verdadeira administração pública paralela. Agora descobriram mais uma péssima medida. O aumento do horário de trabalho para as 40h semanais. Como se isto resolvesse alguma coisa. Apenas vai servir para o governo, no final do ano, dividir o dinheiro que gastou em salários por 40h e depois demonstrar internacionalmente que baixou o custo/hora na administração pública. Do ponto de vista prático, não vai haver mais produtividade. Ninguém vai trabalhar mais e ninguém vai trabalhar melhor. Depois, quando se aumenta o horário de trabalho mas não se alteram os processos e as formas de trabalhar, a produtividade não aumenta. O governo, o actual, como de resto todos os anteriores, nunca tiveram nenhuma estratégia para a gestão dos recursos humanos na administração pública. O próprio relatório da OCDE, que o governo pediu e foi publicado em Março, aponta essa mesma falta de estratégia para a gestão do capital humano no sector. Tudo se resume a uma gestão casuística ditada pelas necessidades orçamentais. Mais nada. Trata-se de fobia financeira. Mas em Portugal, infelizmente, nem com quem sabe os governantes aprendem. É que os países que apresentam maior produtividade nesta área, são justamente os que têm mais baixos horários de trabalho do mundo. Mas este é só um dado para que possamos abrir bem a “pestana”. Já nem os tolos conseguem enganar! Mas há mais: o próprio diploma que foi aprovado na generalidade da AR atribui a responsabilidade aos serviços de fazerem uma lista das necessidades dos trabalhadores por serviço, o que quer dizer que nem o governo sabe, em cada sector, se tem trabalhadores a mais ou a menos. É através da renuncia a esta vontade dirigista de fazer mal que a administração pública deve optimizar a sua eficácia. E isto não tem nada a ver com posições políticas de esquerda ou de direita. O dever social do trabalho não tem nada que o ligue a propostas enganadoras de fazer mais e melhor. Mais e melhor faz-se com uma gestão participativa e nunca com a tendência de tratar os outros como simples assalariados. Seria bom que os contribuintes líquidos também percebessem estas “manobras” matraqueadas.

Mário Rui

Campo de Salreu - Estarreja






















Mário Rui