quinta-feira, 29 de junho de 2017

Governo quer saber impacto dos fogos na sua popularidade


Nada gosto da anglização utilizada por certos meios de comunicação social, e não só, para nos dizerem via fragrância de flor fina britânica, coisas que a língua de Brito Camacho, ou talvez ainda melhor a de Bocage, nos diriam de modo mais compreensível a propósito do Governo. Tenho assim mais dois factos tristes a assinalar. Mais dois, afinal! O primeiro, é o já aludido anglicismo, com ginjas dentro, a fingir rubis, que bem dispenso posto que, em português, também de Camões, essa tal coisa que baba da pena da senhora jornalista, na nossa língua tem outra e mais correcta denominação. Ou seja, traduzindo, o governo reuniu o “grupo do elogio mútuo”. Quanto ao segundo facto, gostaria só de dizer que tal grupo assim junto, e respectiva comédia dada à cena, está muito mais preocupado com umbigos que acautelem perniciosos efeitos eleitorais do que propriamente com a penitência que lhe é exigida no que toca à honra enxovalhada das vítimas dos fogos florestais. Lamentável, lamentável, tudo isto. São poucos os que valem os votos que nos custam!
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

terça-feira, 27 de junho de 2017

SIRESP diz que "esteve à altura" no incêndio de Pedrógão Grande


SIRESP diz que "esteve à altura" no incêndio de Pedrógão Grande (LER AQUI)
Socorro-me de Santo Agostinho, que nos explicava o que para ele era o tempo, e espero que ele não me leve a mal, para vos falar do SIRESP. Para vos falar dessa coisa que na hora certa ardeu, não funcionou, dizem uns, mas que não ardeu, funcionou pois então, dizem outros. E tenho eu de viver estas banalidades e mesmo convocá-las, enfim, para o desafio que é o delírio de viver por entre tanto orgulho em troca de resultados tão pífios. Ainda agora a procissão vai no adro e já começamos a perceber, abanando o rabo, agradecidos e contentes, que afinal tudo correu bem. Afinal até parece que não houve incêndio nenhum e lá vamos nós, descendo a ladeira alegremente, mas na certeza de contarmos os costumados cadáveres insepultos de sempre. Esses foram certos, não vá alguém dizer-nos que tudo correu bem. Ah, mas meus amigos, eu tenho a certeza que houve fogo, SIRESP não sei se houve. E desconfio que os mandantes deste triste retrato de Portugal, eles mesmos, estarão também na dúvida, interrogando-se; “o que é o SIRESP? Se ninguém me perguntar, eu sei, porém, se quiser explicar a quem me perguntar, já não sei”. Eu também nada sei, mas ouso uma explicação para o fogo que houve e para o SIRESP sancionado por uma cartilha ideológica que foi, é, uma lambança de favorecimentos e apadrinhamentos de causar náuseas, vómitos e arrepios, desse imenso arraial brega, tosco e vazio, sempre ensaiado pelos que anseiam de modo apaixonado que a Somália seja aqui.
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________
 

 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Um novo fenómeno de "downburst"


Um novo fenómeno de "downburst" (LER AQUI)

Um novo fenómeno de "downburst", mas agora informativo, já está no ar. Proteja-se quem puder e se acharem por bem, esqueçam as vítimas de Pedrógão. O essencial agora é malhar com o fogo que for possível no Provedor! Talvez o boateiro sirva agora para pôr na boca da nossa imprensa a teta de mais uma abundância noticiosa. Gostava muito mais de ver, ouvir e sentir essa imprensa a representar condignamente o sofrimento de quem não sabe queixar-se e a emoção sincera que procura esconder-se. Demite-te, Provedor, pois és único no engano. Os outros todos, sem excepção, para fingirem agrado a um Povo, só disseram verdades, nunca se enganaram! Imaculados, é o que são! Haja pachora p´ra isto.
 
 

Mário Rui
___________________________ __________________________


 

E a saga continua...

 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Encontro de Veleiros - Cais do Esteiro de Salreu - Estarreja


















 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Maritimidades


 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Já começou a ofensa, a obtusidade e o recalque


Num clima de estupidez ideológica, destacado de qualquer resíduo de razoabilidade, já começou a ofensa, a obtusidade e o recalque no que à floresta e sua protecção diz respeito. Acusam-se mutuamente os que pouco fizeram pela preservação da dita e, dessa maneira, o problema da tal identidade nacional a defender, continua cada vez mais complexo, cada vez mais delirante, cada vez mais distante de qualquer tipo de solução palpável. Todos estão prontos para eliminar as suas próprias contradições na base do grito, da afronta, do ressentimento. Uma diversão que jamais sacia. E tu, floresta, cuida-te porque o fio que te prende à sedução, esbanjando simpatia, docilidade e alegria, está quase a partir-se. Os umbigos tornaram-se referência de vida, sendo muito poucos os que querem saber o que ao arvoredo, e às pessoas, diz o fogo!
 

Mário Rui
___________________________ __________________________

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Por aí

 
 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Deputados vão discutir e aprovar reforma florestal em 28 dias


“Rapidamente e em força”, tal como o outro e que afinal deu errado. E se se resolve assim em tão pouco tempo, qual a razão porque não foi feito antes da tragédia? (LER AQUI)
Por tudo o que não tem sido precavido ao longo de tantos anos por todos os governos, por tudo o que também a ambição de alguns privados se tem permitido, por tudo o que as mais variadas entidades supostamente acreditadas não têm feito quanto à salvaguarda da matéria frágil com que somos feitos e sobretudo desfeitos, nós, a Natureza de todas as coisas, perdoa ainda ao pior pecador, mas exigimos arrependimento sincero. Talvez seja altura de muitos destes agentes se retratarem. Mas, porque sei que muitos deles até de boca fechada mentem, mais não digo. E só não o faço porque há emergências na vida cuja definição do pensamento e da justificativa da intenção que me vai na alma para as dizer, podem sair-me como conclusões intempestivas irrefletidamente tiradas do silêncio a que a conveniência obriga. Não obstante, no ânimo de não calar tudo, porque no pretérito pouco foi oferecido às gentes de Pedrógão e às de outros ‘pedrógãos’, quero dedicar a muita desta insolência política e respectivos acólitos que pertencem ao estilo mentiroso, falso, do nosso tempo, o meu nojo pelo persistente desapego que sempre mostraram em relação à natureza, ao homem, à história, à sociedade, ao indivíduo, à colectividade. E vejam lá se começam a perceber que já a multidão se inicia no  resmungo, finalmente e com razão, tantas têm sido as vossas maravilhosas soluções, elixires ensaiados para o problema da floresta mas que invariavelmente acabam vertidos mas é sobre as carcaças dos povos caídos! Já não medra feto nem canta pássaro lá no sítio onde a morte foi certa na hora incerta, meus sacanas. Aqui, ardeu Tróia! Penitenciem-se como puderem, mas penitenciem-se, todos, meus sacanas! Foi sempre o vosso facilitismo a atrever-se a perturbar a vida alheia, meus sacanas. Pela culpa que me toca quanto a tudo isto, também a tenho, peço desculpa a Pedrógão. Certamente terei sido igualmente responsável por viabilizar tanta mediocridade ao longo de tantos anos. E agora, triste, a pedir com o que me resta de escrita, um salvador, reconheço que afinal os salvadores são todos bombeiros voluntários. Só! Valha-nos essa salvação pública pois a outra dificilmente tirará o país do cataclismo!
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Certo, eu não me iludo.

 
Certo, eu não me iludo. Calamidade é a dolorosa procura do epíteto raro consagrado à fatura de tesouraria. E assim se faz raso algum “jornalismo”  onde tudo o que se escreve obedece a um toque de tambor e a um pregão de  barraca de feira!

 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Obrigado, bombeiros de Portugal




Mário Rui
___________________________ __________________________

Desculpem lá qualquer coisinha mais quente


Mais uma vez venho a terreiro, ainda que alguns não gostem, apenas para agradecer aos comentadores dos domingos de ócio, aos croniqueiros da nossa imprensa manca, aos repórteres encarregados de mentirolar, aos anónimos que querem presidir aos destinos da nossa floresta, à quantidade enorme de cidadãos que tem receita infalível de combate ao fogo, aos interesses madeireiros e “celulósicos” e, já agora, ao ideal das opiniões duvidosamente intencionadas, tudo gente de bravura e que com ela varre, apaga mesmo, a testada dantesca dos incêndios que nos consomem, os seus contributos técnicos sobre o tema tão escaldante dos últimos dias. Eu sei que todos tiraram um curso de leitura rápida de combate a fogos florestais, tendo conseguido ler, entre outros, “Brush, Grass, and Forest Fire” da National Fire Prevention Association (NFPA) e ainda “ Incêndios Florestais – nível 1”, da Escola Nacional de Bombeiros, achando que tanta literatura tinha a ver com fogos. Aproveito ainda para enaltecer o papel dos sucessivos governos que, de há décadas a esta parte, mais não têm feito senão fazer convergir em obras úteis e visíveis o sepulto da nossa mancha arbórea. Era só isto e por aqui me fico pois não gosto de ser a indiferença cínica em pessoa, apesar de ainda querer acrescentar que o espírito de alguns cria muito, o corpo é que ajuda pouco ao combate.

 

Mário Rui
___________________________ __________________________

domingo, 18 de junho de 2017

D.E.P.

 
Em memória das vítima de Pedrógão
 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Eu sou Pedrógão!



De facto, em volta de toda esta tragédia fumega uma onda de cansaços, de fatalismos, de decepções e de medos de novas decepções. Há ainda a própria violência do monstro-fogo que mais uma vez leva o melhor da nossa história pátria, as pessoas que assim perdemos em miseráveis e penosos becos sem saída. É agora tempo de lhes entregar, desde logo, a nossa veneração e respeito por tão traiçoeira partida, mas é também chegado o tempo de perguntar se para os miseráveis e penosos becos sem saída que ceifam vidas humanas, ninguém tem foice que lhes corte as ervas daninhas. É que já há muitos anos que nos pesa a consciência de que os nossos fogos não sejam deste mundo. E são cada vez mais asfixiantes sobre o peito do País. Bem sei que a hora ainda não é de alegar críticas. De resto, do que presenciei, fica-me até a ideia de que os responsáveis nacionais estiveram à altura dos seus afazeres nestas circunstâncias, parecendo-me minimamente preparados para serem tudo quanto Portugal queira sempre e quando ocorrem catástrofes humanas. Dos bombeiros, gente cuja luta pela vida dos outros, lá no sítio onde a terra queima mais, tem sido um quadro excepcional de cultura cívica e moral, quantas e quantas vezes infelizmente sacrificado ao seu bem, só me merecem admiração. Quem lhes havia de querer tirar este respeito? Respeito tiro-o aos que, como esta madrugada vi na televisão, de fato domingueiro, dizendo-se presidente de uma qualquer associação nacional, pede palco, pede plateia, pede palmas, pede tudo através de artifícios de sintaxe que deem significação colorida a palavras chochas e sem qualquer acrescento que resolva os males de que padecemos. Até em vendo-se esquecido do abraço apertado, sentido, do nosso Presidente da República, que de novo esteve bem, não se desobrigou de o chamar para o cingir com os braços não fosse o País achá-lo um desatracado naquele cenário.
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Por aí


 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Para que não esqueçamos


 
O dia 6 de Junho de 1944 marcou a data em que milhares de soldados norte-americanos, britânicos, canadianos e franceses, na sua maioria, desembarcaram na costa francesa da Normandia e participaram na maior invasão marítima já registada na história militar; o desembarque na Normandia, chamado de Dia D, liderado pelos Estados Unidos e seus aliados, que deixou um rasto de jovens soldados mortos na luta pela libertação da Europa do jugo nazi. Foi o início da derrocada de Hitler e da barbárie que semeou. Onze meses depois, chegaria ao fim a Segunda Guerra Mundial.
 
Mário Rui
___________________________ __________________________
 

Por aí



 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

PÉROLAS!!!


 
Está quente. É calor que faz lembrar outros calores, algures no tempo. Calores que fizeram dos anos 80 um tempo em que tudo o que foi gozado foi apenas um dom, um grande dom! Falar hoje desse viveiro de descobertas retrospectivas, desses calores, ainda é sentir-me prefigurado nos gestos, nos actos, nas palavras, nos afectos de uma extensão que já não pode ser prolongada. Confiei quase tudo a esse tempo. Não o discuto, senão parto-o!
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Eleições Autárquicas 2017


Começam então a mostrar-se, em lugares que se vejam, os primeiros cartazes eleitorais para as autárquicas 2017. Não estão aqui todos, obviamente, mas a amostra já dá para trazer à memória aquilo que afinal não tínhamos ainda esquecido desde o último momento em que aconteceu. Expostos ao tempo, alguns deles irão beber ventos, enxugar águas, levar com sol que há-de parecer braseiro. Uns com o seu ar recolhido, outros de pose severa, alguns ainda de ditame mais inteligente, ou menos conseguido, do que porventura o necessário para exercer a sua função. Não importa, é chegada a altura de se exibirem e quer se trate de caras, frase estudada, atitude adoptada ou estilo protagonizado, o principal encanto de todos estes sonhos é que encontrem eco por entre os esperados convencidos. Do que se diz nestas telas, antecipadamente julgadas suficiências que traduzam ideias que persuadam outros, julgo encontrar de tudo; que no futuro e num belo dia todas as coisas vão entrar na boa ordem, que o bem vai vencer o mal, o amor ganhará ao ódio, a justiça triunfará sobre o acto malvado, que o direito vencerá a força e finalmente a verdade terá derrotado a mentira. Também li, nas entrelinhas das frases-chave, que ninguém vai dar a uns o supérfluo sem que antes já não tenha dado a todos o que é preciso. Ainda bem, digo eu. Entretanto, há que esperar e assumir duas atitudes na espera; a cristã e a estóica. A primeira faz acalentar esperanças, já a segunda não cansa tanto o aguardar. Esperar, é afinal verbo de paciência, mesmo que a gente envelheça muito como toda a gente que teima em viver.


Mário Rui
___________________________ __________________________

O minuto da vergonha: Arábia Saudita recusa silêncio pelas vítimas de Londres


Vergonhoso! (LER AQUI)
Acrescenta-se o terror do tempo que já foi de princípios e que agora nos foge irreparavelmente. E agora, consola-te Ocidente! Pobre Ocidente que não percebes que não há ideia mais estúpida do que a de julgar possível conquistar o radicalismo, oferecendo-lhe sempre a atenuante da tua tentada tolerância. Mas enfim, o Ocidente tem nomes, muitos, que deixam impunes, às vezes incentivam mesmo, estas práticas arrogantes de lesa-humanidade. Os nomes? São os de quem não é capaz de censurar as enormidades insuportáveis a que hoje estamos sujeitos. Ocidente, fazes mal em ser insincero, mesmo que insistas num remoer interior mas que em nada ajuda à nossa segurança. Fazes ainda pior é em te traíres quando ribombam aquelas explosões que deixam morte na calçada. “Líderes” a sério? Hoje? Ainda os há, ou são só bloco organizado de interesses individuais? E tu, FIFA? Onde estás, também? A “ética” moderna evita o enredo, essa é que é a verdade. O resto é só astúcia para se ser alguém neste mundo. Lá para 2022, se ainda houver mundo, marcamos então encontro para a Copa Mundial FIFA, no Catar. Lindo, FIFA! Um país que morre de amores por futebol, colorido por ímpetos passionais da bola e, diz-se, de ajuda a gente que também respeita muito a hierarquia de valores do Ocidente. Têm razão os idiotas, os loucos, os violentos, todos – menos as pessoas sensatas. Permitir sem se ter noção do que se permite, eis o que os “líderes” de hoje têm de estranho. 
 

Mário Rui
___________________________ __________________________

Conferência da RVR-10 de Junho de 2017







 
 
 
Mário Rui
___________________________ __________________________

Redes Sociais


Enfrascados em redes sociais, talvez estejamos a meter a literatura na cova. Serão redes, ou malhas que induzem muito mais à contemplação do que à leitura? Imperativo afirmativo; cuidemo-nos!
 

Mário Rui
___________________________ __________________________

Egas Moniz

 

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz (29 de Novembro de 1874, Avanca-Estarreja / 13 de Dezembro de 1955, Lisboa)
"Não são os sábios que criam as pátrias; mas são eles que as tornam imortais" (Júlio Dantas)
 
Mário Rui
___________________________ __________________________