quinta-feira, 14 de junho de 2012

KEEP CALM AND CARRY ON



















Será que os alemães estão a contar com tantas bolas no fundo das balizas adversárias? Veremos...

Mário Rui

Escribas e ídolos







































Acho que é chegada a altura da imprensa nacional tomar modos e deixar-se de idolatrias balofas. Cada um é o que é e vale o que vale. Não subestimo mas também não faz o meu género  sobrevalorizar o que, em termos humanos, é apenas comum e mortal. Quero lá saber da globalização, da mediatização, do culto da imagem, da projecção que é dada aos ídolos. Todos têm pés de barro. Admiro, isso sim, o artista que tem espírito trabalhador, que se sujeita paciente e humildemente a recuperar a sua forma, que é comedido e uniforme nas suas capacidades e aspirações, do que tem o instinto do que é o seu semelhante e do que ele necessita. Tudo o resto é conversa. Agora essa constante confirmação do seu valor e da sua utilidade, essa auréola do bom nome, já me começa a intimidar, a convocar-me para uma outra percepção do que se pretende com tanta lenga-lenga em torno da arrogância de quem, afinal, também tem, como é justo, as doenças e defeitos iguais aos de qualquer da mesma espécie. Importa tomar-se consciência do que nos rodeia e, se for caso disso, não nos envergonhemos e dediquemos a nossa delicadeza e nobre admiração a tudo o que contém uma expressão sedutora, mística e, se quiserem, superterrestre. Mas sem precisarmos de mais intoxicação áudio-visual. Também sabemos apreciar e temos consciência desta função que nos foi atribuída. Para deliciar o espectador, quer o artista quer os que o louvam, a tal imprensa, só têm que reflectir sobre o peso e a medida do que nos dão a conhecer. Não mais que isso. Ficaríamos todos muito gratos aos escribas do futebol se não nos aguilhoassem nem apressassem com as suas doutas e sábias análises que, parece-me, na maior parte das vezes, mais não almejam senão alienar. O que esta avidez exprime, é a doença deste tempo, a degenerescência invisível deste tempo. Mudem lá de agulha e caiam na real. Os jornalistas e os pseudo-ídolos.

Mário Rui