domingo, 31 de julho de 2011

Dizer primeiro, pensar depois


Que raio de homem é este que, segundo a edição do Público, perante o caso do "copianço" dos futuros advogados e estabelecendo o paralelo com o do "copianço" dos futuros magistrados, em que neste caso defendeu a exclusão da profissão e, no dos advogados, se fica pela mera anulação da prova, diferenciando assim:


"Não, não devem ser excluídos. Os juízes vão julgar os outros, é diferente."


Não percebo esta atitude e, pior que isso, até acho que este bastonário prestou um mau serviço aos seus pares de função com mais esta tirada, tirada de facto de uma mente que às vezes devia pensar primeiro e dizer depois. Mas não: parece que primeiro diz e só depois pensa. Seja ponderado nas suas palavras Sr. Bastonário. Para que os do seu ofício o ouçam, se possível de boca aberta, há que começar por merecê-lo, isto é ganhar a sua confiança. Só assim a sua incomensurável sabedoria fará sentido. O que dizemos hoje não pode, ou não deve, ser diferente do que proclamamos amanhã. E até eu, insípido comentarista que não outra coisa, tal como o corcunda de Notre-Dame, nunca consegui estudar Direito, mas consigo perceber contradições que em nada ajudam a formar o carácter a quem um dia terá de lidar com a defesa ou acusação de pessoas. De gente como nós. Simples.
Mário Rui


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