segunda-feira, 17 de julho de 2017

Por aí


 
 
 
Mário Rui
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“Poderes públicos não corresponderam às expectativas neles depositadas”, diz Marcelo Rebelo de Sousa


“Sessenta e quatro mortos interpelam-nos, exigindo verdade, convergência e reconstrução, com a humildade de assumirmos que os poderes públicos não corresponderam às expectativas neles depositadas”, diz Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem colocada no site da Presidência. (LER AQUI)
Sim, senhor Presidente. Eu até me disponho a fazer um esforço no sentido de descobrir que “poderes públicos” são esses. No entanto, agradar-me-ia muito mais que o senhor, abertamente, os identificasse pelos nomes respectivos. É que nos dias de hoje, a noção de “poderes públicos” ampliou-se tanto que, embora ninguém se atreva a reconhecer explicitamente, desvaneceu-se por completo. Transformou-se num fantasma difuso, inapreensível, metafórico. Porque ninguém será “público”, se todos acreditarem que o são ou se o conteúdo do que chamamos “público” tiver sido degradado de tal modo que todos possam injustificadamente acreditar que são “públicos”. Esse processo de progressivo empastelamento e confusão de responsabilidades, tem certamente nomes. Não importa quais, mas tem. E quer se chamem Manel, Zé ou Xico, do partido A, B ou C, o meu propósito em identificá-los, é generoso e por uma razão muito simples; é que uma coisa é acreditar que todos me merecem alguma consideração, visto que em todos pode haver contribuição positiva para esta calamidade, e outra, muito diferente, é acreditar que todos eles se equivalem, pelo simples facto de existirem. Ajude-me, senhor Presidente e deixe-se lá de mais orfandade “publicada” de responsáveis do que aquela que já temos. Muito obrigado, senhor Presidente!
 
Mário Rui
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