segunda-feira, 17 de setembro de 2018

António Costa de calças de ganga em Luanda deixa Internet em alvoroço

 
 
Dir-se-ia que "apelintradamente" só (LER AQUI). Nem tanto ao mar, nem tanto à serra. De fato vai à floresta, de facto não respeita um Estado. Coisas modernas e que as perceba quem quiser. Eu não! É que, não obstante a ganga me gerar ‘pica’, fico a perguntar-me se esta maneira de se apresentar do nosso primeiro não revelará a descrição, ou será mesmo discrição, da nossa realidade. Mas isto sou eu a pensar alto porque sou um 'gangas'.
 
 
Mário Rui
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Uma escola colorida. É o que queremos

 
Acho que nunca o tinha escrito, ou mesmo dito publicamente. No entanto, há sempre uma primeira vez. Começaram as aulas do ensino primário, agora dizem ser básico, não importa. Isso é apenas oratória representativa pelo que mantenho a primária como pacífica. E venho à estampa já que me alegra saber do contentamento dos que, pela primeira vez, irão pisar chão que ensina. Os mais pequeninos, ladinos e gaiteiros, os pais que experimentam nova fase de crescimento dos rebentos, os professores que renovam a serenidade dos que não temem ensinar. Hoje, é assim. Mas já houve um outro tempo, há muito tempo, em que passar a porta da escola era pôr os olhos no chão para que o pudéssemos percorrer à vontade, mas só com o olhar. «Aqui ninguém conversa, aqui ninguém dança, aqui ninguém ri, aqui ninguém canta, aqui ninguém se distrai» - era esta a recepção do mestre-escola. Nesta ‘hospitalidade’, e na que se lhe seguia ao longo do ano, pequenino como eu era, sentia retorcer-se no professor um temperamento insatisfeito que, raras vezes, a sala de aula conseguia perceber, amansar sequer e muito menos alterar o senso estético e a imperfeição da vida escolar de então. Sim, era isto no mais das vezes o professor. Porque hei-de eu mentir? Descobrir-lhe um eflúvio capitoso de cores, sorrisos, bondade, coisas que vibrassem para sempre na nossa sensibilidade de meninos, era para mim um receio de trambolhão certo a que, invariavelmente,se sucedia uma varada. Quando a cana caía sobre o dorso ingénuo do puto, só uma espécie de sociedade de socorros mútuos, vinda das outras carteiras da sala, poderia parecer-se como união lusitana de resistentes, embora tal aliança não passasse enfim de um sonho. Aprendia-se nesse tempo? Talvez, mas a medo, encolhidos num lote de actores que muitas vezes assistiam impávidos, que não serenos, à moeda a pagar por tão mau feitio do ensinador. À primeira vista até poderia parecer, na altura, e ainda hoje, que, de facto, num país de analfabetos, esse seria um meio de instrução primária de primeira grandeza. Mas não era e ponto final. Contudo não é para reclamar contra a exorbitância do preço que eu avivo estes factos. Só a eles aludo por mera comparação com os de hoje, diferentes para melhor, e daí ser outra a minha intenção. Vim cá apenas para tirar da minha cabeça umas teias de aranha que podem estar a tapar alguma da minha massa cinzenta, mas sobretudo para desejar uma escola alegre, amiga, de ligação quase conjugal, a toda a meninice que a vai habitar. Sejam felizes aprendendo.  



 
Mário Rui
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Arquitecto do Instituto de Conservação da Natureza suspeito de corrupção


Descer cada vez mais fundo na lama (LER AQUI)

Aqui chegados, e sendo esta uma questão de higiene pública para a qual parece já não haver retrocesso possível, só resta mesmo descer cada vez mais fundo na lama. Pobre país, a fingir de nação da Europa. Quando se lhe chama de República, quer isso dizer simplesmente que se pede uma vassoura e o caixote do lixo. Uma lavandaria a céu aberto, sítio onde impera a nobre arte da vergonha. E continua a tranquilidade inefável que em todo o Portugal preside ao exercício da fraude, da falcatrua, do roubo descarado, mas reina a “ordem”, esta regularidade malévola a que todos já se habituaram. Reina a “ordem” em toda a extensão da República. Ainda que se invente uma couraça que resista a tanta bala de nojo e saque, inventa-se uma nova bala que a fure. Pobre República! E que deformação de identidade que alguns lhe chapam!
 

Mário Rui
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