quinta-feira, 23 de abril de 2015

Hoje e amanhã, contratempos de diversa espécie


Um mundo de fantasias, projectando-se do cinescópio da mente de alguns, inunda de alqueires e alqueires de pão de luminosa essência o futuro próximo. Depois, até uma vindima mais fértil e já anunciada, mesmo não se sabendo se se fazem ou desfazem receios quanto à sementeira, vai-nos certamente pôr a bailar nas romarias do fim do Verão . Não há nada que se compare a uma vinha eleitoral para render, ainda que cheia de moléstias. É por isso que eu não estou nada arrependido de haver depositado sérias desconfianças quanto ao bácoro de novo anunciado para a prenunciada fartura do ano, ou anos, que nos batem à porta. O meu tempo já o estragaram, faz muitas luas. Agora já só fico à espera que mais poeiradas sufocantes, mais grilos, rãs, relas e mochos, não venham prefaciar outra tanta lama, já nem digo para o porvir dos meus filhos, mas apenas para a ferramenta que lhes possa servir de ganha-pão em tempo vindouro. D.Sebastião, também o dos projectos de futuras prosperidades, deixou herança de épicas incitações guerreiras e, pior que isso, fez perpetuar coros que insistem em tecer vaticínios sobre as suas proezas, agora não em Marrocos, mas em Portugal. Mostram-se já os cenários de celeiros cheios, casas e famílias fartas do tamanho da torre de Babel - um encanto, casa que há-de ser um ovo. Melhor teria sido que Alcácer-Quibir e o Rei, ele próprio, e já agora acrescento Agosto de 1578, nunca tivessem existido pois talvez as evidências duvidosas de projectos de futura prosperidade, assentes em sonatas quiméricas de farta seara, já há muitos séculos teriam por certo sido abandonadas da prática política nacional. Mas enfim, esta é a política que tem feito este Portugal que vemos e perdoem-me pelo amor de Deus, que não me esqueço de quem me tem feito mal, embora queira esquecer os que adiante ainda pior me vão fazer, "afiançada mente"!
 
Mário Rui
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União Europeia onde estás tu?


Por mais insatisfeitos que estejamos, precisamos de mais. Precisamos da autêntica voz dos outros, ou porventura do toque deles; não somos indiferentes ao mundo e às suas outras vozes. E quanto ao mais, União Europeia onde estás tu?
 
 
 
Mário Rui
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