segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Quem tem vagar, faz colheres. Quem não tem, trabalha!

 
Anda-me este malsim, de há uns tempos a esta parte, muito aflito com os provérbios populares de animais e outros que tais. Pois bem, cá para mim, acho que o problema animal que mais nos preocupa é, de facto, o país não progredir enquanto as galinhas suas patrícias não se resolverem a pôr de parte a greve aos ovos. Já que as gemadas são condição essencial para a prosperidade nacional, justo seria que o Pim PAN Pum se indignasse e invectivasse os galináceos que não cumprem o seu dever. O que não está certo é que o Silva em questão exare o seu adágio protesto insultando-nos. Sim, até porque esta insuficiência oval de que sofremos, coloca-nos num plano de inferioridade em relação a todos os povos do mundo. Mas enfim, parece-me que o Pim PAN Pum, além de também padecer dessa insuficiência oval, sofre ainda de insuficiência circular que acaba mesmo por resultar num quadrado. Corações ao alto, galinhas portuguesas! Suspendei o vosso monótono cacarejo e, já agora, a greve ao ovo, para atenderdes às exortações do angustiado Pim PAN Pum quanto a provérbios. Cobri de ovos a granel a capoeira, grandes como cocos, já que cada um ofertado à pátria será um excelente auxiliar na recuperação de algumas fibras cerebrais. Mesmo que o Pin PAN Pum nos coma os ovos todos e depois nos continue a dar com os pratos na cara.


Mário Rui
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Natal 2018




Mário Rui
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Luz mais barata; estávamos ansiosos por coisas emocionantes


Estávamos ansiosos por coisas emocionantes (LER AQUI)
Realmente estávamos ansiosos por coisas emocionantes como este gordo desconto. Favor que se peça a quem pode nesta matéria, só não é satisfeito se se tratar de um autêntico impossível. E assim se faz nova luz, nova energia. E entra, quase de borla em nossas casas, essa doce luz de um sol dulcíssimo que deslumbra até os vates. Essa luz com desconto, luz generosa que não é medida por contadores de ‘quilovates’, uma lamparina ao natural, mais barata e eficaz, ainda por cima esplêndida para vermos estrelas. Muito obrigadinho, a quem pode, puxado bem cá do interior. Com esta tarifa a descer - 1,5 euros por mês - vamos todos comprar velas para te fazer a devida procissão de gratidão. Talvez um ou dois paus de cera por mês, nada mau. Fruto, ainda, de tal poupança, um fósforo de espera galega, o apartamento virá depois e sem que nos pese no pé-de-meia. Garantidamente e graças a quem pode. Chorudos lucros teus e chorados cheques meus, só podiam dar nisto: um abate natural, bondoso. E, a quem pode, com essa saúde de ferro que tens e de mãos-largas como és, até nos podias servir de modelo a um rótulo de Natal; coisa do tipo ““perdoai-nos, Senhor, as nossas exorbitantes contas, assim como nós perdoamos aos nossos especuladores”. É Natal e até o sino da aldeia dava trindades se essa luz se acendesse.
 
 
Mário Rui
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