segunda-feira, 23 de junho de 2014

E diz Ronaldo



E diz Ronaldo:
- "Portugal nunca foi favorito. Aliás, basta ver pela nossa qualificação. Foi difícil desde o princípio e a responsabilidade pelos resultados pouco positivos no Brasil é dos jogadores, é de toda a seleção. Nunca pensei que íamos ganhar o Mundial".
 
Pois claro, nenhuma coisa se pode prometer ao mundo e tudo o que podemos oferecer é apenas a vã notícia de sucessos futuros, essa velha e já vista história. As outras histórias contam-nos as coisas passadas, trazem-nos à memória aqueles antigos sucessos públicos que o mundo também viu. Quanto ao porvir, tudo são segredos ocultos e escuríssimos que no mais das vezes nem sequer chegam a penetrar o entendimento comum, razão pela qual são por hoje apenas nomes novos mas nem por isso bem soletrados. É de direito natural que ninguém seja condenado sem ser ouvido, mas para que tal aconteça também seria desejável que não se tivesse prometido grande futuro aos desejos para depois, consumado o revés, se vir dizer que afinal a promessa era só de breves desejos ao futuro. Assim como há esperanças que tardam, há também palavras que se devem calar ‘a posteriori’ posto que se no antes não ocuparam lugar não é no depois que vingam. Todo o discurso em cima de construção assim desenhada cheira a conversa de propaganda disfarçada em belos pretextos morais. Só isso.
 

Mário Rui
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O que é realmente difícil???




O que é realmente difícil é alcançar a meta verdadeira pois que ela só depende da resistência de quem corre. Por outro lado, há quem diga que nestas coisas do futebol nada é impossível a quem sabe ousar, mas a ousadia da nossa selecção parece resumir-se invariavelmente a isto; quando vamos a jogo, vivemos e jogamos de facto à medida da nossa fantasia e nunca se tem a certeza de aí estar em absoluto, no jogo. Assim, assistimos a mais uma aventura poética sem o mínimo de chama e, não querendo chamar a este desempenho trapaça, a única explicação que encontro para tanto desaire é o insistente apego a uma certa fatalidade em precipitar as coisas. Do outro lado, o de cá, onde o conjunto nacional é visto a jogar, resta-nos a esperança costumeira, a ilusão de uma cumplicidade possível que tarda sempre em tornar-se convicção de um estado de espírito ganhador. Adoro estas confissões tediosas mas convencidas pois são as únicas que desafiam o nacional-lirismo futeboleiro, os golpes de definições tácticas, as receitas para ganhar o que nunca se ganha! Se quiserem digam que estas são palavras sibilinas, contudo, para mim, não há ambiguidades a propósito do que vejo e do que vi pois que já não vale a pena conceder crédito a esta sucessão quase ininterrupta de representação medíocre. Certamente que não vamos deixar de comer todos os dias, ou seja, não vai ser mais um fracasso a ditar a nossa fome, mas lá que o elevado grau de absurdidade a que recorrentemente assistimos é inadmissível, lá isso é. Por este andar, um destes dias até nos convencem de que tudo o que nos acontece nos convém e sabendo-se que em tempo já longínquo havia quem acreditasse que ter inspiração era receber um presente dos deuses, a explicação a vir para tanta adversidade resumir-se-á seguramente à indisposição de cada um dos membros da Trindade. E não sei se para alguns a derrota de hoje não terá mesmo a mãozinha velhaca do Pentágono ou da CIA, mas desse assunto outros se ocuparão depois, com mais vagar. Mas não vão em histórias, amigos meus. A coisa passa-se assim; a nossa selecção não vai lá porque certos detalhes mal acabados, contrastam com outros, apenas lá postos de raspão!!!
 
Mário Rui
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