segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O eléctrico


Moliceiros da ria de Aveiro vão passar a ser eléctricos.
Nada mais dissolvente do que formidáveis turismos em certas mãos. E contentamo-nos com tudo!
 

Mário Rui
___________________________ ___________________________

Moliceiros da ria de Aveiro vão passar a ser elétricos


Moliceiros da ria de Aveiro vão passar a ser elétricos (LER AQUI)
«Amanhã tudo será apenas uma saudade para os nossos filhos e uma lenda para os nossos bisnetos»
Sou dos que não gostam de ver a tradição de boa índole dissolvida ainda que para o efeito uns tantos me acenem com os impressionantes ventos do novo pensamento, sobretudo do turístico. Sou ainda dos que acreditam que o legado deixado por essa mesma tradição pode e deve servir justamente para a perpetuar, não para a desvirtuar. No entanto, é uma pena que alguns tenham sido informados de que podem usar os símbolos que lhes apetecer, desde que estes não tenham significado algum para eles, e, pior ainda, nos façam pensar que todas as partes do que fomos e somos começam a ficar separadas umas das outras tornando-se gélidas. Ora, se já lhe tiraram o vento, se lhe roubaram a vela, a vara e a sirga já se foram e o castelo da proa tem os dias contados, porquê insistir em chamá-lo de moliceiro? Chamem-lhe outra coisa qualquer, mas jamais moliceiro. Ponham-na na água, passeiem-se pelos lindíssimos canais urbanos da Ria, deliciem-se com as belezas de Aveiro, mas não promovam a morte acelerada a que está sujeito o nosso Príncipe. E quanto a essa fórmula empírica, a motor, porque agora anda tudo a motor, de captar turismo e desenvolvimento económico à custa da cópia fraudulenta do ex-libris da Ria, só me ocorre dizer que, mal por mal, é preferível que o genuíno moliceiro "vá antes a caminho do Museu do que direito a destroços deste naufrágio a que o tempo tirano de agora tudo imola". Salvar-se-á, pelo menos, a memória colectiva de uma região. E não é pouco. De outro modo, qualquer dia estão a dizer-nos que a massa doce de ovos-moles é, de tradição, feita com fígados de aves gordas e que o mundo não é redondo. Mas não incorramos no risco de nos danarmos – só porque algum Turismo é tolo! Vejam lá se ele conseguiu modificar a forma às gôndolas, pese embora todo o progresso, se feito de ternura e condescendência. Mas isso foi lá fora. Cá, o mais que algum progresso tem feito, é mudar o feitio a certos papagaios.


Mário Rui
___________________________ ___________________________

Luzes

 
 
 
Mário Rui
___________________________ ___________________________

A música e a fala

 
 
 
Mário Rui
___________________________ ___________________________

A quem possa interessar

 
Por acaso é sobre futebol, a mentira. Mas podia ser sobre chouriços, como também sobre a curva do rio que não incomoda ninguém. Mais grave seria anunciar a invasão de um qualquer país inexistente por um exército que nunca havia saído do quartel. Mas podia ser notícia, também. E plasmada nesta imprensa portuguesa onde todos os sonhos e pretensões têm ante os olhos a informação indefinida, matreira, não confirmada, por onde mergulhar a vista. E quem ousará dizer que a notícia se parece com a realidade? Só mesmo esta imprensa nacional que representa a mais desacreditada tradição que se conhece, e, por conseguinte, a menos indicada à esperança dos que pretendem agourar bem um feito informativo sincero. Cuidado, amigos. O coincidir desta existência declinante com estas carreiras jornalísticas(?) nascentes, pode um dia atingir um de nós. É por isso importante, antes mesmo de ler um qualquer jornaleco, saber bem onde pára o cérebro de ver e depois pensar se de facto vale a pena ler. Com tanta escrita rota nas suas páginas, o que havemos nós de fazer? Maldizer? Perdoar? Descrer? Esperar? Denunciar, pelo menos!

Mário Rui
___________________________ ___________________________

A gasosa... e portanto volátil

 
 
 
Mário Rui
___________________________ ___________________________

O comentário está grávido.


Vá lá, sejamos honestos. Quando vejo a “procuradora” Moura Guedes a comentar o quotidiano nacional e a Joana Amaral Dias o futebol, fico esclarecido. Muitos empregados, quando se queixam da curteza de vistas do seu patrão, estariam desempregados se ele fosse mais esperto. Comentar nunca matou ninguém ... mas... para quê arriscar? E, já agora, ó entrevistadores, eu bem sei o que custa ser jornalista. Mas, pela santa, optar por entrevistas pífias é sempre uma decisão arriscada. É que gente feliz não cansa a beleza, nem o ouvido, dos outros!
 

Mário Rui
___________________________ ___________________________

Por aí


 
 
 
Mário Rui
___________________________ ___________________________