quinta-feira, 30 de julho de 2015

Os novos comediantes


Com o devido respeito pelos que precisam de trabalhar, actores e actrizes, só espero que nunca lhes falte o emprego e que continuem a fazer aquilo que sabem fazer mas, por favor, não se voltem a meter em alcovas cinematográficas julgadas fáceis quando entregues à rota corrente de um qualquer realizador que julga ter agora descoberto uma panela de riso e dinheiro no quintal. Há filmes sagrados, como o “O Pátio das Cantigas” de 1942, e outros que tais, que nunca deveriam ser votados ao desvanecimento pelintra mostrado na versão 2015 do mesmo título do senhor Leonel Vieira.
Imagino só como se sentirão, onde quer que estejam, António Silva, Vasco Santana, Ribeirinho, António Lopes Ribeiro e demais envolvidos naquele que foi e é, a par de outros, um dos clássicos do cinema português. Certamente afogueados e perplexos perante as actuais concepções alucinadas de cineastas que da profissão apenas fazem quebramentos pesados da sétima arte nacional. Viva a reinação, vale tudo e até um par de botas! Agora já só falta dar outra encadernação aos filmes que ainda sobram dignos desse nome como “O Grande Elias”, “A Canção de Lisboa”, “O Costa do Castelo” e entretanto não se esqueçam também de maltratar Manoel de Oliveira. Isso é que nos faz falta. Do resto, dos pavores imensos e dos soturnos fantasmas que nos querem impingir, nós tratamos! Mas matem antes o génio incomodativo dessa gente que tão boas fitas deu à arte e mostrem-nos então a vossa actual diversidade mais curiosa e frisante. Essa é que é boa e é ela que nos vai fazer rir, para não chorarmos de desgosto!
 
Mário Rui
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Estilos.

 
 
 
 
Mário Rui
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