terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O novo léxico que caracteriza o ensino básico e secundário em Portugal



O novo léxico que caracteriza o ensino básico e secundário em Portugal
 
Um ensino que promete utopias com nomes – aliás bastante adequados – como “taxas de retenção”, “diagnóstico precoce”, “intervenção específica”, “transição condicionada”, ou seja, um futuro que é aliado do nada.
E será que ninguém é capaz de dizer a este ensino, que julga ensinar, que a alegria e o êxito de, por exemplo, ler Eça, ou usar a fórmula resolvente, só vem depois do trabalho de estudar ambas as matérias? Estas é que são necessidades básicas que nunca deviam ter desaparecido por completo da nossa vida escolar. Mas os novos campeões da bisca modificadora trocaram tudo o que de bom tínhamos no que a algum ensino dizia respeito, e o resultado é este; os “reformadores” da educação ainda não perceberam que aquilo a que chamam ideias novas, são afinal ideias muito antigas mas agora completamente fora do sítio. A grande questão não consiste em saber se os alunos têm qualidade suficiente para terem direito a estudar, pois todos o têm; a questão está em saber se a escola tem qualidade suficiente para ensinar os alunos. Como está, com invenções paridas pela extravagância dos especialistas da beatice política, não tem! Nem com transições, nem com intervenções, e ainda muito menos com retenções, só lá vai mas é com progressões, o resto é esperteza saloia que só dá cabo da sabedoria!
 

Mário Rui

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