domingo, 23 de outubro de 2022

Mais uma vez, o triunfo do fracasso

E o povo que deambula ao ritmo descuidado de um vaguear outonal pelos passeios intransitáveis da ilusão, parece acomodar-se com serenidade e até com um certo cinismo à degradação incessante e irreversível que o rodeia. Imóvel e prometido a próximos desabamentos. E já nem falo da massa constrangedora de uma população há muito tempo treinada na estratégia da sobrevivência, tão-só porque sobrevive numa sociedade regida por piratas! Os pobres podem discutir acerca de quê? De malabarismos políticos, de promessas vãs, de esperanças irrealizadas, de conversa fiada, de ambiguidades atribuídas por eminentes governantes que tudo o que dizem nos desconcerta? Esses “potentados” do deserto que nos (des)governam têm fama de distribuir dinheiro, benesses mil, estruturas aos milhões, felicidades quotidianas, mas com a intensidade de quem procura o seu caminho nas trevas, como se nelas tentassem distinguir os sinais da alegria ou da tristeza. Melhor seria vê-los a distribuir amendoins. Estas atitudes de “nobreza” nada convincente, manhosas e aliadas à magnificência da cadeira que ocupam, fazem-me lembrar um monarca caído que para o exílio só tinha conseguido trazer o assento, como símbolo da autoridade perdida.

(LER AQUI) - Banha de Cobra

 

Mário Rui
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Downing Street, em cujo nº10 não mora ninguém!




Mário Rui
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Francisco Bingre - Sonetos

Simples e sem ornatos, sem exageros, superlativos ou retórica, assim foram os dias nos tempos passados. Assim pensava, mas agora sei outras coisas!

Acumulam-se as ameaças, desiste-se, abandona-se uma parte da posição a conquistar, mas o que eu quero é que todos se calem, quando param de ressentir.


Mário Rui
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Comemoração dos 120 anos do jornal “O Concelho de Estarreja”

18 de Outubro de 2021

Boa gente esta, a que se reuniu em Outubro de 2021, na comemoração dos 120 anos do jornal “O Concelho de Estarreja”.

Mas a verdade é que ir-se tão longe, não é uma questão de distância apenas. O "nada é impossível a quem sabe ousar", também entra na utilidade imediata do que se escreveu, do que se escreve e do que se há-de vir a escrever. Desde que todo o escrito seja guardado pelo bom senso e possua traços de organização, pode-se pensar “fora da caixa”, “dentro da caixa” e até sobre toda a ideia de “caixas”. Afinal, assim tem sido desde 1901. E com bons resultados!


Mário Rui
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A Moda




O futuro da moda de sapatos mostrado por 'designers' de Florença-Itália

“Todos sabemos que a indústria da moda é uma das indústrias mais poluentes do mundo. Isso significa que precisamos de mudar o nosso comportamento, e a indústria da moda precisa de mudar os modelos de negócios com os quais está trabalhando actualmente, se quisermos continuar a viver nesta terra”, dizem os 'designers' florentinos.

Ok, se de facto é por um ambiente melhor, concordo. Só espero é que não tombem na poeira dos caminhos, pois isso também é poluir.


Mário Rui
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O "QUIM ANÃO"


Bem sei que é algo longo este escrito do A.M. Lopes Rodrigues, publicado no jornal “O Concelho de Estarreja” em 26 de Janeiro de 2021. No entanto, vale a pena ler o que ele diz. Sobretudo a propósito da figura do Quim Anão, meu vizinho, e com quem tantas vezes conversei. De quando em vez, quando se portava mal, lá vinha o meu avô materno pôr o Quim nos eixos, tais eram as malandrices que fazia.

«Em todas aldeias ou povoados de pequena dimensão espalhados por esse mundo há sempre a figura a que os franceses chamam com graça e carinho «l´idiot du village», um personagem normalmente caracterizado por um atraso mental a quem se permite tudo, se perdoam as faltas, se acha piada, se trata com carinho.

Estarreja usufruiu durante muitos anos do inolvidável Quim Anão - sobre quem o Sérgio Paulo escreveu magnificamente como é seu apanágio - de quem existe uma excelente fotografia do António Lisboa, fotografia essa que nos recebia com honra logo à entrada do seu estabelecimento.

A propósito, estou a lembrar-me que conheço variadíssimas cidades onde são imortalizadas no bronze ou na pedra e em lugar de destaque figuras características ou lendárias que fazem parte do seu acervo cultural.

Recordo, por exemplo, a enorme estátua dos músicos de Bremen (um burro, um cão, um gato e um galo, uns em cima dos outros) que são personagens de um dos contos dos irmãos Grimm (curiosamente avoengos de uma minha prima por afinidade) ou a pequena Sereiazinha (sentada numa pedra à borda do porto de Copenhague), também ela centro de um conto do meu predilecto Hans-Christian Andersen quem, no século XIX, viajou por Portugal e deixou um belo livro com a descrição da sua deriva por estas bandas.

Sendo que vem de longe que Estarreja nunca prestou as devidas honras aos cidadãos autóctones que ficaram na sua memória (quando eu era miúdo ouvia de quando em quando o refrão local que rezava que Estarreja é má mãe e boa madrasta querendo-se com isso dizer que ignorava os da casa e mimava os de fora que acolhia de braços abertos) servindo de exemplo dessa aberração o facto de ter sido precisa a iniciativa do Rotary Club para que o grande Francisco Barbosa tivesse um busto na praça a que dá o nome.

Ora tendo sido o Quim Anão alguém que foi marcante, à sua maneira, no historial de Estarreja talvez fosse interessante que se lhe prestasse uma pequena homenagem consubstanciada numa estatueta, pequerrucha que fosse, que o imortalizasse para os que ainda o conheceram e o dessem a saber aos que não e aos vindouros.

E acreditem que o estou a dizer com toda a sinceridade!

Talvez fosse mais apropriado que esse busto comemorativo de uma personalidade tão controversa como Simão Bolivar cuja única relação com Estarreja é ter lutado pela independência de um país (que já foi riquíssimo e agora se arrasta numa espiral de ablecta miséria que parece não ter fim) que recebeu muitos conterrâneos nossos e se foi essa a motivação (que creio que foi) e já que estamos nessa, então vamos lá a pôr estátuas de George Washington, do imperador D. Pedro do Brasil, do General De Gaulle, do Chanceler Adenauer e sei lá quantos mais que também nos deram casa e proporcionaram meios de fortuna.

Mas para além do tal «idiot du village», todas as terras têm ou tiveram no seu seio figuras que, não cabendo nesta designação, se consideram típicas e recordo uma de quem vos vou contar uma pequena historieta.

Durante a minha juventude encontrava frequentemente, principalmente ao fim da tarde, o Zé Mulato.

O Zé Mulato era um sujeito pacífico, cordato, afável e divertido, morador numa casa modestíssima, de acordo com a sua condição, lá para os lados da Arrotinha, com a sua mãe (uma senhora negra, viúva, de trato simpático e muito agradável nas suas tristeza e humilde pobreza) e lá ia sobrevivendo como podia sem trabalho fixo e aproveitando-se de uns pequenos biscates aqui e ali, ao serviço de quem o chamasse.

Ora, em determinada altura, veio viver para Estarreja para trabalhar no Amoníaco Português como encarregado da biblioteca da fábrica, um tal Capitão Valadas, criatura desagradável e de mau feitio que não deixou saudades a ninguém quando desapareceu da circulação.

Vivia num prédio onde viria a ter a sua sede a Casa do Pessoal da Cires mesmo por cima da residência do Sr. Francisco Moura.

Um belo fim de tarde, quase ao anoitecer, o Zé Mulato descia ziguezagueando a então Rua da Vila, acabadas as suas libações de fim de tarde naquele estabelecimento cujo nome não recordo mas que era um misto de taberna, salão de jogos de matraquilhos e quejandos e “casa de virtude” que havia ao começo dessa artéria, quando, inopinadamente tomba em cima do majestoso Studebaker negro do Capitão Valadas que, felizmente, circulava vagarosamente já a dois passos de casa.

Desaustinado, o Capitão Valadas sai do carro e interpela desabridamente – diga-se que com razão quanto aos factos que não aos termos - o Zé Mulato pela sua falta de cuidado e atenção.

Se havia coisa em que o Zé Mulato não era peco seria na sua bendita língua e vai daí, a impropério responde com impropério.

Do alto da sua arrogância o Capitão Valadas pergunta-lhe se sabe com quem está a falar e declina a sua identidade ao que o Zé Mulato responde altaneiramente:

- Ai é o Capitão Valadas? Pois eu sou o Santos Costa!

Ó Zé Mulato!, o que tu foste dizer!

Falar no Santos Costa ao Capitão Valadas era o mesmo que falar de corda em casa do enforcado dado que o sujeito - não sei porquê nem nunca me interessou - tinha sido expulso do Exército com desonra pelo então Ministro da Guerra Santos Costa que não era nada meigo no exercício das suas funções.

Vai daí, o Capitão Valadas não é de mangas e arrasta o Zé Mulato para o posto da Guarda Republicana onde pontificava o “terrível” Cabo Santos (de quem pessoalmente guardo muito boa memória) apresentando queixa por injúrias.

O cabo Santos dá uns apertões ao Zé Mulato que tivera a ousadia de se mal comportar com uma individualidade tão importante como o Sr. Capitão e, para levantar o respectivo auto, pede-lhe o Bilhete de Identidade, solicitação a que o Zé Mulato corresponde sem pestanejar.

Documento na mão, o cabo Santos examina-o atentamente, olha para o Capitão Valados, olha para o Zé Mulato, torna a olhar para o Capitão Valadas, mostra-lhe o BI do Zé Mulato e, com o ar mais desconsolado desta vida, põe-lhe a questão:

- Meu Capitão! O homem diz a verdade! Que é que o meu Capitão quer que eu faça?

Bem escarrapachado na linha adequada constava o nome do cidadão: José dos Santos Costa.

O Zé Mulato era mesmo o Santos Costa (outro que não o do Capitão).

Furibundo, cheio de raiva, e a deitar fumo, lá foi o nosso Capitão para casa e o Zé Mulato fez o mesmo não sem antes ter passado pela Cova Funda para se confortar».

(Lopes Rodrigues)


Mário Rui
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O Tempo




Mário Rui
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Boa pergunta!




Mário Rui
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Avanca/Estarreja d’outrora (Início do século XX)

Avanca/Estarreja d’outrora (Início do século XX)

(Arquivo Casa Museu Egas Moniz)

No romântico lago que o Rio Gonde alimenta, na Quinta do Marinheiro, de Egas Moniz, em Avanca.

“…Tudo se passa em torno da casa do Marinheiro… donde a família provém. Ali todos se juntavam em dias festivos; templo de confraternização, amizade e harmonia que sempre viveu a minha gente.”

(Egas Moniz)


Mário Rui
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Abusos sexuais na Igreja

O Chefe de Estado afirmou não estar surpreendido com as 424 queixas de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica e considerou que não é um número “particularmente elevado” comparado com “milhares de casos” noutros países.

António Costa lamenta interpretação “muito errada e inaceitável” das palavras de Marcelo.

O primeiro-ministro pretendeu assim prestar publicamente a sua solidariedade para com o Presidente da República “e pessoalmente com Marcelo Rebelo de Sousa”.

Caladinhos, os dois, é que teria sido bom! O primeiro porque não percebeu o âmbito do que disse. O segundo porque percebeu muito bem o âmbito do que disse e assim desarrumou “inteligentemente” o primeiro, tornando-se pois coleccionador das asneiras de Marcelo. O que de resto lhe dá muito jeito, já que finge que está a colaborar para algo que jura ser o progresso social, ético e político do país. É por isso que às vezes temos de dizer coisas feias não porque elas brotem do nosso estômago, mas porque são ditas por hipócritas moralistas de palanque. Enfim, da tolice contra a razão, fundada nesta mutualidade de opiniões burras, ficam as vítimas. Essas sim, devem pensar, e bem, que umas coisas escritas por idiotas são para ser lidas por imbecis. Seria de uma ingenuidade atroz supor que essas mensagens esgotam o conteúdo da ética como fundamento da moral. Pobres vítimas, às dezenas ou centenas, a vida é tudo isto mas também é tudo o mais se tiverdes coragem de denunciar os violadores e os que enfeitam o ramalhete das blasfémias que se perdem no ar cheias de lágrimas de crocodilo.


Mário Rui
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"Um bom descanso é metade do trabalho"





Mário Rui
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Na praia




Mário Rui
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Edith Piaf – 59 anos depois.


PÉROLAS!!!

Edith Piaf – 59 anos depois.

19 de Dezembro de 1915 / 10 de Outubro de 1963

Cantos espontâneos do coração, vibrações doridas da lira interna que agitava um sonho,notas que o vento não levou — e com isto dou fôlego a essas harmonias.


Mário Rui
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JORNAL “O CONCELHO DE ESTARREJA” (CE) - EDIÇÃO DE OUTUBRO 2022

Em mês de aniversário - 121 anos - o CE faz manchete desta efeméride relembrando o quão de longe vem essa ressonância das letras impressas. Se de tantas letras aí deixadas lhes nasceram asas, então que voem por outros séculos e sempre a falar a linguagem dos leitores.

Por falarmos em aniversários, também não esquecemos os 18 da Biblioteca Municipal de Estarreja. Se temos uma biblioteca e um jardim temos tudo. Parabéns.

É também destaque o 66º ano de vida da Artística de Avanca, e com direito a gala de fino estofo que a tornou lustrosa no panorama local e nacional do andebol.

Outubro é fértil em ‘primaveras’ e, no caso da Murtosa, são já 96 as que marcam a sua emancipação administrativa. Não a deixamos de relevar.

Já em “Veiros sem Beduído e Canelas com Fermelã”, explicamos o Junta que Junta e depois (des)Junta. Coisas da política e dos autorizados cidadãos com voto na matéria.

Em Salreu já há arroz e em Canelas faz-se ceifa à moda antiga, outro destaque a ter em conta.

O Estau – Arte Urbana de Estarreja regressou cheio de cores e imaginação e o Jazz, de forma improvisada mas sincopada, mostra-se a Estarreja numa variedade rítmica, melódica e harmónica, em cima desse estilo. Tocamos com ele em Outubro no mensário “O Concelho de Estarreja”

“Ler Faz Bem”, mergulhe na nossa oferta!


Mário Rui
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Quando o encarnado se junta

SLBenfica vs Rio Ave - 08 Outubro 2022


Mário Rui
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Por aí


Mário Rui
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60 Anos de puro gozo




Mário Rui
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