terça-feira, 6 de outubro de 2015

Escrevo, mas só no computador é que há “Ctrl Z”. Na vida, não!


Há uma mosca casaleira que resolve incomodar-me enquanto escrevo. Parece-me tratar-se de mosca zonza com a cálida temperatura de um Outono que persiste numa certa indolência, aqui e ali entrecortado pela brisa frenética de uma eleição que já foi. Já lhe pus vinagre, mas ela persiste na vã tentativa de me levar à melancolia dessa indolência de tempo e raciocínio, causa que garantidamente não vai ganhar pois nem essa, nem outra tentativa de tédio, me vai ocupar. Insecto muito inoportuno, como igualmente inconveniente é a leitura de uma democracia que tocada a sinos no último domingo, indefinidamente parece não se querer lavar. E de que vale matar a mosca se porventura ela possui uma confiança regalada que lhe diz ser útil passear a sua fé por sobre as teclas onde carrego escrita? Que ganho eu em atacar-lhe a vontade? E que ganho eu se obstinadamente decidir atacar outras caravanas que me falam de vitória, agora que em toda a parte tudo anda em bolandas? Mas não houve eleição? Mas com vinagre ou sem ele, nada se decidiu? Se não devo matar a mosca, não será também justo desembolsar a necessária e serviçal actividade de ajudar mutuamente a minha terra, o meu país? Ainda estarei em tempo e modo de falar em fidalguias? Caramba, tanta pergunta para tantas respostas que não vislumbro que até já começo a crer que sou um justo. As diferenças não significam, necessariamente, conflitos, tal como estes não significam, necessariamente, violência! Por Portugal, admito que as diferenças possam ser duras, não admito é que as tornem absurdas!!!
 

Mário Rui
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