quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pagode ou folganças?
















A bandeira de Portugal na entrada da sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, foi substituída antes da cimeira de líderes de hoje, depois de ter sido constatado que continha pagodes em vez dos tradicionais castelos.

Mário Rui

Migrações sazonais















«Há muitos anos a política em Portugal apresenta este singular estado:

Doze ou quinze homens sempre os mesmos, alternadamente, possuem o poder, perdem o poder, reconquistam o poder, trocam o poder... O poder não sai duns certos grupos, como uma péla que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, numa explosão de risadas.

Eça de Queiroz – Junho de 1871

A lei diz que um autarca só pode candidatar-se a três mandatos consecutivos, mas Luís Filipe Menezes e Fernando Seara avançam pela quarta vez, mas mudam de cidade, garantindo que, assim, é perfeitamente legal.

Afinal de contas, que raio de sociedade se estabelece quando o discurso ético serve, aqui e ali, de motor de descrédito em relacção à acção pública? Mas para gente que se dispõe aos mais reles atropelos à lei nacional, a impunidade é segura quando a cumplicidade é geral! É por isso que alguns possuem o poder, perdem o poder, reconquistam o poder, trocam o poder...

São exactamente os mesmos que apontam o dedo acusatória à justiça, que mais vezes a maltratam. É esta a democracia à portuguesa, varonil quanto se queira, assim como uma espécie de tesoura de jardineiro, que corta para ‘igualar’; a mediocridade é o seu elemento.

Mário Rui